Chapter 4: Opa

4.7K 363 388
                                    

                             • Opa

Louis desceu na movimentada rua, seus cabelos estavam revoltos pelo vento pouco frio, não havia levado um casaco e naquele momento só queria entrar em uma das várias cafeterias e aproveitar uma bebida quente. Pegou o celular quando o aparelho vibrou em seu bolso, lendo o nome de Harry na tela, indicando que o mesmo lhe ligava. 

Desde o fatídico dia, onde Louis deixou de lado todos seus preceitos e fez sexo por telefone com Harry, não chegaram a conversar por ligação, somente mensagens. Louis tinha muito a agradecer, se dependesse dele o clima estaria estranho e complicado entre ele e Harry, entretando o homem era do tipo muito sincero e logo teve uma conversa com Louis sobre não precisar ter vergonha de desprender-se de algo que o isolava em suas inseguranças.

Louis já havia confessado para si mesmo que todas as vezes que Harry falava sobre aquilo, lhe dava conselhos, mais sentia-se caindo e rastejando ao encontro do homem.

As sensações eram surpreendentes, todos os sentimentos sendo os mais ilegíveis possíveis desde que Harry entrara em sua vida e mexera com sua cabeça, era forte e Louis estava gostando de sentir. Aos poucos conseguia desapegar-se do medo impertinente e sentir mais liberdade para correr na direção dos braços de Harry e descobrir o que era capaz, sexualmente falando. 

— Você chegou? — Harry perguntou do outro lado da linha, a voz um pouco abafada pelo som alto e era possível ser escutada uma música tocando baixinho. Louis suspirou, não tinha parado para refletir, sentia falta do tom macio de Harry e de como o homem parecia estar sorrindo ao falar.

— Sim, onde você está? — perguntou, olhando para os lados e observando a multidão passeando de um lado para o outro. Ainda era quatro horas da tarde, mas já estava escurecendo aos poucos. 

— Estou na Monmouth. Sabe onde fica ou preciso te buscar? — perguntou com graça na voz.
Louis revirou os olhos e se deixou rir baixinho, ele gostava daquela descontração tão própria de Harry e na facilidade de deixar os outros a vontade.

— Eu não sou uma criança, senhor, não se preocupe. Chego aí em poucos minutos — disse brincando, virando para a esquerda e começando a andar na direção da cafeteria. 

— Acredito em você, garoto — retrucou com falso desdém. Eles as vezes brincavam daquele jeito, era gostoso e Louis sempre sentia um nó na boca do estômago e um sorriso impossível de ser contido amarrando aos lábios - Vou estar te esperando - Harry finalizou a ligação depois da afirmação de Louis.

O adolescente continuou o trajeto, parando em alguns lugares, no meio do caminho ele achou algo que parecia combinar perfeitamente em Harry e não conteve-se ao comprar o pequeno objeto.
Louis entrou na cafeteria, sendo agraciado pelo ar quentinho e aconchegante e pôde sorrir para Harry. O homem estava sentado com as mãos no bolso da calça, inclinando o quadril para frente, com um suéter amarelo queimado. Estava lindo.

Louis só havia visto Harry no dia da festa, e sentiu-se tão pasmo com a beleza dele, estava dez vezes mais agora. Harry continuava divino como sempre seria, mas o coração disparado de Louis dizia que aquele pensamento era próprio. Ele sorriu com animação e saudade, levantando do estofado para enlaçar Louis em seus braços, passando-os pela cintura fina e curvilínea do adolescente e aproximando os corpos em um impulso.
Louis precisou prender a respiração quando automaticamente seus braços foram na direção dos ombros largos de Harry, devolvendo aquele abraço aconchegante. Eles passaram um bom tempo ali no meio do estabelecimento, abraçados e distribuindo o calor de seus corpos. Harry tinha o nariz no pescoço de Louis, alisando o mesmo naquela região e fungando para sentir mais o cheiro característico daquela pele juntamente com o perfume de cereja que o adolescente usava. Ele cheirava a perigo e estava escrito em sua testa que era vicioso, Harry não tinha medo de virar dependente.

heat  ➳ l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora