Twenty Two

7.2K 276 26
                                    

"Eu não acredito que concordei com isso." reclamou pela terceira vez quando a cabeleireira terminou de fazer o penteado. 
"Você hoje está a miss reclamações hein, que saco." a criatura verde respondeu. 
"Por que é que eu não poderia me vestir de Mulher Maravilha?" 
"Porque todo ano você é a heroína e eu sou a vilã." 
"Mas por que é que você ficou com a fantasia mais legal?" 
"Todas as fantasias que eu sugeri você não gostou, Charlotte. Essa foi a única que te interessou e, além do mais, você não gosta de verde o suficiente para ser a Mulher Hulk." 
"Essa cicatriz na minha cara está realmente assustadora." se olhou no espelho sem reconhecer o próprio rosto.
"Não é? Eu sei que sou uma ótima maquiadora." 
"Menos, muito menos. Quase nada." 
"Mamãe me disse que a festa está bombando." 
"E seus pais vieram fantasiados dessa vez?" 
"Quem me dera, aqueles dois nunca se fantasiaram para nenhuma festa de aniversário minha. E olha que agora já são mais de vinte e cinco festas todo halloween hein." 
"Eu amaria fazer aniversário no halloween, deve ser muito foda." 
"Sim, pedir doces de dia e comer bolo à noite é tudo o que eu mais gosto." elas riram "Licença, preciso ir no banheiro. Quando eu voltar a gente vai okay?" 
"Certo." puxou o zíper da bota roxa ouvindo o barulho da descarga no banheiro do flat da amiga e em alguns instantes a mulher verde retornou.
"Vamos?" 
"Sim." entraram no elevador e apertaram o botão da garagem "Do que os meninos vão se fantasiar?" 
"Não perguntou ao Larkin?"
"Ele disse que era surpresa." 
"Jonathan me disse que talvez eles iriam de Dr. Manhattan e Aquaman." 
"E você vai deixar que ele ande pelado pela festa toda só com tinta azul cobrindo o… você sabe." 
"Pênis, Charlotte. É chamado, pênis. Ou piroca, pinto, cacete, bilau…"
"Para, sua idiota." 
"Até parece que você já não viu um homem pelado. Só pelo jeito engraçado que você anda quando volta da casa do Steve já da pra perceber." riu quando a outra ficou vermelha "E respondendo à sua pergunta, é óbvio que eu não ia deixar o meu escocês lindo andar pelado pela festa. Quem ia vestir de Manhattan era o seu namorado." 
"Ele que experimente." 
"Olha só. Depois quer falar de mim e do meu ciúme." 
"Não é ciúme, vê lá se isso é fantasia apropriada pra uma festa cheia de estranhos? Vai ter até fotógrafos do jornal lá!" 
"Claro, claro que não é ciúme." o motorista abriu a porta do carro para elas e a doutora teve que sentar-se sobre o banco quase não se sentando para evitar que a tinta saísse do corpo. 
"E o Sam, vai?" 
"Sam não é meu amigo, só o convidei nos outros anos porque ele era a fim de você." 
"Ah." 
"Lembra da fantasia dele de Tarzan?" 
"Ô se me lembro." elas riram. 
"Se ele não fosse tão estranho e não gostasse de você e se Jonathan não existisse eu até investia." 
"Nossa, quantos ‘se’ numa frase só." 
"Pois é." sorriu misteriosa para a outra que arqueou uma das sobrancelhas. 
"Por que é que está me olhando com essa cara de que precisa me contar um segredo?" 
"Nada." o telefone tocou antes que a mais nova pudesse retrucar "Oi, amor. Você está no viva voz." Charlotte rolou os olhos. 
"Então não vou nem poder lhe dar os parabéns pelos movimentos dignos de uma contorcionista que você me mostrou ontem à noite?" 
"Se você quiser, fique à vontade, Charlotte está careca de saber que eu tenho a fama de ser flexível." 
"Fama, é?" ele parecia não ter gostado daquela parte. 
"Diga logo o que quer, água de salsicha." 
"Olha, tenho que te avisar que o preconceito contra ruivos já é muito grande em todo o mundo e que se eu quiser eu posso te processar por ficar fazendo esses comentários maldosos."
"Estou apenas dizendo a verdade." 
"Eu liguei para avisar que por culpa da bicha do Larkin" o outro gritou no fundo "nós vamos nos atrasar." 
"Tudo bem, e do quê vocês estão vestidos?" 
"Eu sou o Capitão América e ele é o Ken." mais gritos no fundo. 
"Previsível." 
"E vocês?" 
"Isso você verá na festa. Não se atrasem muito. Adiós." 
"Ken? Foi isso mesmo que eu ouvi?" 
"Parece que vocês serão o casal mais inusitado da noite. Ken e a Mulher Coringa." 
"Eu joguei pedra na cruz." 
A festa era numa casa vazia em Star Island. Uma das tias de Lauren era casada com um corretor de imóveis milionário que conseguiu que a casa fosse alugada para o evento. Charlotte não queria imaginar o tamanho da conta, mas só pelo jardim desta já dava para perceber que valera a pena. Teias de aranha e esqueletos decoravam o exterior, de fora já se podia ver as luzes negras e vermelhas no salão de entrada. Um homem vestido de doutor Frankenstein aguardava os convidados na porta, checando se estes tinham seus convites em mãos bem como nomes na lista. A última coisa que Lauren queria eram penetras e ela provavelmente teria uma síncope se algum intruso conseguisse entrar. Ele as cumprimentou com um sorriso, colocando uma pulseira no braço da tenente e abrindo caminho para que elas entrassem. Por dentro, a casa parecia um verdadeiro castelo de filme de terror. Móveis antigos, iluminação com velas e mais teias de aranha tornavam o ambiente macabro. Os garçons estavam vestidos de Stormtroopers e as garçonetes de Mulher Gato. Charlie riu consigo mesma pois sabia que estas eram as fantasias que a amiga mais odiava, ela havia encontrado uma boa maneira de impedir que algum de seus convidados se vestisse assim. Um homem fantasiado de palhaço, com um zíper em seu rosto que dava a impressão de que a pele estava sendo aberta, quase as matou do coração e elas riram logo em seguida. Um senhor de terno acompanhado por uma mulher ruiva com vestido de festa se aproximaram delas e as mulheres sorriram. 
"Mãe! Pai!" ela abraçou o casal. 
"Vocês estão lindas meninas." Roman Rosingdale comentou, sempre galante. 
"Obrigada." responderam em uníssono. 
"Mas por que é que se vestiu de algo tão assustador, Charlotte? Uma menina tão linda como você. Vai acabar espantando os pretendentes." a senhora Rosingdale poderia facilmente se passar por irmã mais velha das duas. Apesar de ter dado a luz à sua única filha depois dos trinta, seus genes praticamente perfeitos faziam com que a idade real fosse imperceptível. Seus olhos verdes radiavam tanto quanto durante seu casamento mais de trinta anos atrás. 
"Culpe sua filha, Tiffany. Foi ela quem escolheu minha fantasia." 
"E ela reclamou dessa porcaria desde que a vestiu, mamãe. E, além do mais, o único pretendente que lhe interessa já está caidinho por ela." 
"Oh, Stephen Larkin, certo?" a ruiva sorriu "Quando eu era jovem achava seu pai um dos homens mais lindos do mundo, pena que ele era muito mais velho que eu." suspirou e o marido pigarreou "Ora, mas é verdade, Roman. E você também era maluco pela primeira mulher dele." 
"Uma pena ela ter morrido tão jovem." o homem disse numa voz triste. 
"Sim, realmente. E de uma maneira tão trágica!" 
"Vocês a conheciam?" Charlotte indagou curiosa. 
"Nós estudamos no mesmo internato, em anos diferentes é claro." Tiffany respondeu. 
"Ai mas que conversa mais mórbida, mamãe." 
"É verdade, hoje é um dia de comemorações, querida." 
"Presumo que o nosso querido Jon virá, certo?" a senhora disse animada. 
"Claro. Às vezes parece que a senhora gosta mais dele do que eu, mamãe." 
"Não seja boba. Só estou feliz em ver que ele gosta de você e quer te levar a sério." 
"Mas não vamos ter pressa, huh?" Roman se intrometeu "Você é jovem demais, tem muito o que ver na vida." 
"Deixe a menina, Roman! Seus pais não virão, Charlotte?"
"Infelizmente, não. Papai quase não tem tempo de ir em casa dormir e vocês sabem que mamãe não desgruda dele por nada." 
"Sua mãe é inteligente. Eu também não desgrudo do Roman. Nunca se sabe quando esses homens vão fazer alguma besteira." 
"E é justamente por isso que eu não deixo o Jonathan sair da minha vista." a tenente riu. 
"Vamos tomar alguma coisa, Tiffany. Você já falou demais. Com licença." 
"Cara," Charlie ainda ria "eu amo seus pais." 
"Eles são mesmo figuraças. Amiga, você sabe o quanto eu te amo, mas eu preciso cumprimentar os outros convidados. Consegue ficar sozinha até o seu macho chegar?" 
"Óbvio, Lauren." a doutora saiu pulando dali e a amiga riu. 
"Com licença, gostaria de um drink?" uma garçonete disse simpática. 
"Claro, mas o que é isso? Com esses olhos de borracha fica difícil saber." 
"Margaritas." 
"Oba, adoro margaritas. Muito obrigada." 
"Disponha." um garçom no outro lado do salão a observava atento. Apesar da máscara, Studi podia dizer quase que com certeza que ele tinha uma expressão curiosa no rosto. Ela acenou, vendo-o repetir o gesto e sair dali. Cara estranho. Encostou-se numa pilastra sem saber muito o que fazer. Lauren sempre foi a social da turma, a que não tinha medo de se aproximar de um grupo de estranhos e começar a conversar como se eles se conhecessem há anos, sem ela a vida social de Charlotte seria praticamente inexistente. A tenente ficava nervosa até falando com seus subordinados na delegacia. Um homem loiro com uma fantasia medieval se aproximou dela sorridente. 
"Olá." 
"Oi." 
"Eu sou Collin e você?" estendeu a mão. 
"Charlotte."
"Muito prazer, Charlotte." 
"Igualmente." 
"Então, tá gostando da festa?" no momento em que fez a pergunta dois homens entrando no salão lhe chamaram a atenção. 
"Com licença." caminhou na direção dos homens reconhecendo um deles e admirando a fantasia do outro. 
"Ah, ali está ela!" Jonathan apontou para a mulher de roxo e Steve sorriu. 
"Hey losers." 
"Olá baixinha." 
"Você não pode falar muito, Jon." 
"‘Você não pode falar muito, Jon’" imitou o amigo "É só fazer um comentário sobre a namorada dele que ele se irrita." 
"Adorei a sua fantasia." disse tocando o braço de metal dele "Nossa, é metal de verdade?" 
"Não, acho que é alumínio ou algo assim." 
"Ficou muito foda." 
"Você gostou mesmo?" 
"Adorei. Vai ser interessante ver você e Lauren em fotos juntos." 
"Ah, é? Por quê?" 
"Procure uma mulher com uma blusa branca quase inexistente e saberá o porquê." 
"Quase inexistente?" franziu o cenho por traz da máscara "Com licença." Charlotte riu. 
"‘Adorei sua fantasia’ ‘Ficou muito foda’" o homem de terno creme disse tentando imitar uma mulher. 
"Sua voz de mulher é muito convincente." 
"E você se acha mais engraçada do que realmente é." 
"Oh, vem cá baby. Não fica com ciúmes." abraçou-o pelo pescoço e ele cruzou os braços fingindo estar com raiva "Sua fantasia também é linda. Seja lá o que você esteja querendo imitar." 
"Não reconhece a minha fantasia?" 
"Você é um magnata com problema no joelho?" 
"Estou ofendido. Vamos ver se isso ajuda." colocou os lábios próximos ao ouvido dela "Se não fosse pela névoa, nós poderíamos ver a sua casa do outro lado da baía. Você sempre tem uma luz verde que queima a noite toda no final de seu dock."
"Devo confessar que essa frase ficou muito melhor na sua voz do que na do meu professor de inglês do ensino médio." ele piscou "Mas não tenho certeza se você ficou tão bonito feito o DiCaprio com esse cabelo lambido." 
"Please. Quem é DiCaprio comparado a mim?" 
"Se quiser eu posso te dizer." 
"Então se tivesse que escolher entre nós dois escolheria ele?" 
"Possivelmente." ela riu. 
"Segure a minha bengala." entregou o objeto a ela "Se contente com ela porque é a única bengala que vai pegar hoje à noite." 
"Wow Larkin." gargalhou "Essa foi a coisa mais tosca que você já me disse." 
"Continue achando tosca, é a verdade." 
"Você teria a coragem de passar a noite toda sem me tocar?" colocou uma mão na barriga dele. 
"A semana toda se eu quisesse." 
"Sem me dar nem um beijozinho?" aproximou seus lábios dos dele. 
"Nem um. E com essa maquiagem eu ficaria até com medo." 
"Foi você quem disse." virou-se de costas para ele. 
"Onde você vai?" 
"Por aí." antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa ela já havia desaparecido. Charlotte chegou à pista de dança e encontrou a Mulher Hulk enroscada em Bucky. Cutucou a amiga na cintura, recebendo um tapa desengonçado em retorno e começou a dançar próxima aos dois. A música acabou em poucos minutos e a próxima a começar a tocar trouxe um sorriso ao rosto da tenente. 
"MINHA MÚSICA. ESSA É MINHA MÚSICA!" Lauren gritou um pouco alterada "Você vai dançar ela comigo, sua vaca." apontou pra Charlotte "E você só assista." apontou para o homem. 
"Agora todo mundo tá olhando pra gente." 
"Fodas. Você vai dançar comigo. Ainda se lembra da coreografia?" 
"Coreografia? Você tá falando sério?" 
"Seríssimo. A festa é minha, eu danço como quiser e quem achar ruim que vá embora." 
"Tudo bem." 
"Vamos lá." a tenente não encarava nenhum dos outros convidados que estavam ali e que, aliás, haviam formado um círculo ao redor das duas.Lauren iria ver com ela. Dançavam de forma sincronizada, rebolando até o chão nas partes necessárias e fazendo movimentos rápidos com as pernas em outras partes. Jonathan observava a cena orgulhoso e cutucava qualquer um que olhasse para a mulher verde. Pelo menos Larkin não estava ali para vê-la pagar aquele mico. 
"Bosta." disse quando viu que o homem estava de pé atrás das duas observando a cena vidrado. E é lógico que o passo mais obsceno da dança tinha que ser feito de costas pra ele. Era tudo o que ela precisava. Lembrando-se do que o homem dissera minutos atrás ela teve uma idéia brilhante. Brilhantemente clichê, mas ainda assim brilhante. Começou a rebolar exageradamente olhando-o vez ou outra e, quando ele fez menção de se aproximar, ela se afastou. Vendo o tal Collin se aproximou dele, puxando-o pela capa que este usava e se afastando em seguida observando o quanto o sorriso dele era bonito. Voltando-se para o Gatsby, percebeu que ele tinha uma expressão nada amigável no rosto e sorriu internamente com aquilo. A última vez que tinha visto aquele olhar, numa outra festa de aniversário, sua recompensa havia sido muito boa. A música terminou e os convidados aplaudiram. 
"Charlotte." Steve grunhiu atrás de si. 
"Oi?" 
"Eu quero te mostrar uma coisa, vem comigo." 
"Não! Primeiro nós vamos tirar as fotos." Lauren se enfiou no meio dos dois. As duas posaram juntas, sozinhas, depois os quatro saíram nas fotos juntos, em seguida os dois amigos e, por fim, cada um dos casais. "Agora sim. Pode ir ‘mostrar’ o que quiser pra ela. Só não se esqueça dos fotógrafos. Não vá mostrar o que não deve." 
"Pode deixar." ele pegou a mão dela com força e eles foram em direção às escadas. Perto destas, um dos Stormtroopers estava parado segurando uma bandeja com taças de champanhe. A mulher acenou sem graça para ele antes de subir as escadas correndo. Os quartos da mansão haviam sido decorados com temas assustadores, eles entraram no mais normal de todos que tinha as paredes pintadas de vermelho, móveis pretos antigos e algumas teias de aranha. 
"Pensei que não ia encostar em mim hoje. Acho que pegar na minha mão conta como encostar." 
"E eu pensei" disse desafivelando o cinto "que você tinha aprendido a parar de ficar oferecendo o que não é seu pros outros." 
"Mas eu não fiz nada, senhor Larkin." colocou as mãos atrás das costas piscando os olhos rapidamente. 
"Não adianta vir com esses olhos, ou com ‘senhor Larkin’. Você já sabe o que acontece com meninas malvadas." jogou o sobretudo roxo no chão, em seguida virou-a de costas colocando as duas mãos dela sobre a penteadeira e a olhando através do espelho "Agora vai ter que arcar com as consequências." 
"E se alguém entrasse aqui?" sentiu os dedos frios dele tocarem a parte de trás de sua coxa. 
"Aí seria um problema seu, você é quem vai estar exposta." abaixou o shorts curto que ela usava vendo que isto era tudo o que ela vestia ali "Estou adorando essa sua mania de não usar calcinha." disse baixo antes de inclinar o corpo dela para a frente fazendo com que metade de seu tronco ficasse contra a madeira fria. O cinto de couro entrou em contato com o seu traseiro duas vezes fazendo-a gemer. "Shhh. Não quer chamar a atenção dos convidados, quer? Ou você vai querer que todo mundo veja a marca linda na sua bunda?" 
"Por favor…"
"Já está implorando?" 
"Sim, senhor." 
"Então diga o que você quer." 
"Por favor, senhor eu quero que você ande mais rápido." 
"Mais rápido? Mais rápido pra quê? Eu estou me divertindo assim." a mão dele na parte de trás de sua coxa a atiçava ainda mais. 
"Mas…"
"Mas o quê, hein? Até agora não ouvi nada de concreto sair da sua boca." o barulho do cinto no ar a excitava mais do que o próprio contato do couro com a sua pele. 
"Ahh! Por favor, me come e pare com essa tortura." 
"Eu ainda nem ouvi você me pedir desculpas." beijou a nuca dela. 
"Me perdoe." 
"Por quê?" 
"Me perdoe por ter dançado para aquele homem." 
"E o que mais?" 
"Mais? Tem mais?" e lá foi o cinto novamente "Ahh!" 
"Repete comigo: Me perdoe, senhor, por ter achado que sou eu quem mando nisso aqui." penetrou-a com dois dedos. 
"Oh, me perdoe senhor por ter achado que mando nas suas coisas. Por favor, pare de me torturar." 
"Seu pedido de desculpas me parece sincero, mas ainda não sei se você merece que eu te perdoe." 
"Se você me comer agora, nesse instante, eu vou te dar o melhor presente de natal que você poderia querer. Uma coisa que vem me pedindo há muito tempo." pressionou a bunda contra a pélvis dele. 
"Não pode me fazer promessas que não vai cumprir, tenente." 
"Eu vou cumprir, caralho. Agora dá pra tirar essa calça logo?" sentiu a mão dele estapear uma de suas coxas. 
"Vou anotar isso. E acho que você já falou demais por uma noite só." o cinto marrom apareceu no campo de visão dela "Abre a boca." ela o fez "Morde. E não se atreva a soltar." a penetrou com força, puxando o cinto simultaneamente e fazendo com que o rosto dela encarasse o espelho a todo momento. Até nisso ele tinha pensado. A expressão de puro prazer no rosto dele fazia com que a sensação de formigamento dentro dela se tornasse ainda mais forte. "Calma, respira, se concentra." Ele disse se abaixando e mordendo o ombro dela com força. O cinto não conseguia abafar os gritos que saíam de sua garganta, a penteadeira saía do lugar a cada estocada e os próprios gemidos de Larkin já estavam altos demais até para uma festa. Soltando o cinto, colocou sua mão ao redor do pescoço dela trazendo seu corpo em direção ao dele e mordendo mais uma vez seu ombro. 
"Ouch Larkin!" gemeu num misto de dor e prazer. Ele a pressionou contra o móvel mais uma vez, fazendo com que dessa vez o corpo da mais nova saísse do lugar a cada cinco segundos. Segurou um de seus ombros, antes que ela batesse de cara com o espelho, penetrando-a com força e fundo mais algumas vezes antes que gemesse alto sentindo-se jorrar por dentro dela. Alguns minutos depois, foi ela quem gritou e arranhou a madeira produzindo um barulho quase insuportável. Charlotte abriu os olhos encarando o espelho, sorriu brevemente ao ver o homem exausto apoiado em seu ombro e, mais atrás, podia jurar ter visto a porta se fechar devagar. 
"Você viu isso?" moveu-se de forma engraçada já que ele ainda estava dentro de si. 
"Vi o quê?" 
"Nada. Essas decorações estão atrapalhando a minha visão." 
"Quer ir de novo?" ele beijou a marca que se tornava mais arroxeada a cada minuto. 
"É uma proposta tentadora, mas tenho a intenção de sair dessa festa caminhando e não numa maca." ele riu saindo de dentro dela "É sério. Minhas pernas estão fracas e meus quadris completamente arregaçados depois de tanto atrito com essa mesa." 
"Você sempre sabe o que dizer pra me fazer sorrir." levantou o shorts dela depois de abotoar a própria calça "Pelo menos não estraguei sua maquiagem." a abraçou por trás sorrindo para ela através do espelho. 
"Sim, pelo menos isso. Se bem que eu acho que essa maquiagem não vai sair tão cedo." 
"Que bom que é você quem tem medo de palhaços então. - seus lábios beijaram o pescoço dela." 
"Acalme esse fogo, garotão. Senão a bateria não dura até voltarmos pra casa." 
"Voltarmos pra casa é? Então quer dizer que não vou dormir sozinho hoje." apertou o corpo dela ainda mais contra si. 
"Aqui eles estão." Lauren abriu a porta de uma vez e Steve se virou ainda abraçando a outra "Cara esse quarto está cheirando a sexo. Vocês dois são nojentos." 
"Obrigado." ele pegou o cinto do chão. 
"Voltem para festa, deixem eu aproveitar a minha amiga." 
"Não sei você, Steve, mas eu tenho a ligeira impressão que essas duas estão é querendo fofocar a respeito de nós dois e não querem que a gente ouça." 
"Tudo bem, nós voltaremos para a festa." beijou a mais baixa "Lembre-se de contar a verdade para Lauren, hein? Se ela disser que o dele é maior, não acredite porque é mentira." 
"Steve!" Charlotte e Jonathan disseram ao mesmo tempo e ele riu. 
"Esses dois me matam de rir." 
"Toma." entregou a ela um lenço de papel que pegou numa das gavetas. 
"Oi?" 
"Sua perna." apontou para o líquido numa das coxas da mulher que ficou quase roxa "Não precisa ficar com vergonha. Eu sei como funciona. E eu não te culpo, se eu pudesse não saía de cima do Jonathan. Se é que você me entende." 
"Obrigada." 
"Você sempre foi mais tímida com essa coisa de sexo né? Dizem que as pessoas mais tímidas são as que mais se revelam entre quatro paredes." 
"Dá pra mudar de assunto, Lauren? Que é isso que você tá bebendo?" 
"Suco de uva." 
"Brochante. Para de me olhar com essa cara garota." 
"Okay, eu tenho que te contar uma coisa." disse sorridente. 
"Então conta logo, mulher, você sabe o quanto sou curiosa." 
"Eu acho... não, eu não acho." mordeu o interior da bochecha "Eu tenho certeza que estou grávida." 
"O quê?" arregalou os olhos "Como?" 
"Como assim como? Você estava com porra na sua coxa há cinco segundos atrás e quer me perguntar como?" 
"Eu sei como se faz uma criança, Lauren. Quero saber como você deixou isso acontecer." 
"Não vou fingir que foi um acidente, porque afinal de contas eu, como médica, mais do que ninguém sei evitar esse tipo de coisa, mas eu e o Jon percebemos que somos as pessoas certas um pro outro então eu decidi deixar que isso acontecesse." 
"Mas vocês só estão juntos há meses!" 
"E pra gente o tempo não importa. Desde o momento em que eu vi ele naquele restaurante, já sabia que era a pessoa certa pra mim. Com ele foi diferente, não era só um homem gato que fodia bem, mas não me dava valor feito seu irmão." 
"Me poupe, Lauren."
"Foi amor a primeira vista. E agora vai ser amor pra vida toda." encostou a mão na barriga sorridente. 
"Meu Deus. Vocês são loucos, mas estou feliz pela notícia." 
"Não somos loucos, apenas nos amamos. Assim como você e o Larkin."
"E quando o meu sobrinho ou sobrinha vai nascer?" 
"No meio de junho." 
"Nossa. Tanto tempo assim? E você já está aqui farreando? Não é perigoso pro neném? Não deveria estar descansando?" 
"Você está pior do que eu que sou a mãe, Charlie. Relaxa. Eu sei o que tô fazendo. Só não vá abrir o bico e contar pra Jonathan porque ele ainda não sabe." 
"Eu fui a primeira a saber?" 
"Depois de mim, sim." 
"Ai que emoção!" abraçou a outra com força "Não se preocupe neném que sua existência será um segredo que carregarei por quanto tempo for necessário." a doutora riu quando ela falou com a barriga imperceptível "Nós temos que começar a pensar em nomes. Que tal Charlotte Ann? Ou talvez Charlotte Lynn?" 
"E por que é que eu colocaria o nome da madrinha do meu bebê nele?" 
"Madrinha? Eu? Ai eu vou desmaiar." 
"Se você desmaiar vai ficar no chão porque eu não te ajudo." 
"Tá ouvindo, bebê?" abaixou-se na altura da barriga - Sua mãe é uma cachorra que me trata muito mal, mas tudo bem quando você sair daí eu vou te encher de doce bem na hora que tiver que voltar pra casa. Aí eu quero ver ela correndo atrás de você enquanto você pula nos sofás a noite toda. 
"Ai, nem me fale nisso." 
"E se o Jonathan tiver que voltar pra Escócia? Como fica?" 
"Eu vou com ele." 
"E me deixa pra trás?" fez uma cara triste. 
"Bom, se você ficar grávida também nós podemos dizer aos dois tolinhos que precisamos da companhia uma da outra." sorriu abertamente. 
"Eu? Grávida? Aos vinte e três anos? Não, muito obrigada. Vou te visitar uma vez por mês." 
"Insensível." 
"Vem, vamos voltar pra festa." saíram do quarto sem ver o Stormtrooper que estava parado perto dali.

Bondage, Discipline, Sadism and Masochism - LEIAM A DESCRIÇÃOWhere stories live. Discover now