Twelve

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O homem abriu os olhos lentamente, a dor latejante na cabeça o incomodava, mas nada incomodava mais que as cordas que o mantinham amarrado no que lhe parecia ser uma pilastra no meio do cômodo. Estava razoavelmente escuro e, a julgar pelo céu lá fora, poderia concluir que eram seis ou sete da noite. Escutou uma voz grave falar baixo coisas que não pôde entender completamente; tudo o que decifrou dos sussurros foram as palavras "chefe" e "atrasado". Agradeceu aos céus pela faixa que lhe impedia de enxergar ter sido removida, nunca imaginaria que sentiria tanta falta assim de sua preciosa visão. Um pouco mais a frente de si havia o corpo de uma mulher imóvel coberta pelo que parecia ser um lençol, braços e pernas ligeiramente abertos, ponderou se ela estava morta, mas podia ver seu peito subir e descer com pouca frequência, mas ainda assim rapidamente. O homem, o qual ele assumiu ser o dono da voz grave, aproximou-se de si, podia sentir o perfume dele ao que o fazia, e ele achou melhor cerrar os olhos quase que por inteiro. Quem sabe assim sua vida estivesse protegida? 
"Sei que está acordado, Luke." ouviu a voz se dirigir a si e praticamente pulou de susto. 
"O que quer de mim?"
"Apenas quero uma audiência." 
"Audiência para quê?" 
"Você vai ver, Luke, você vai ver." 
O homem agachou-se ao lado do corpo da mulher, Luke não podia ver muito do mesmo, já que ele vestia uma camisa de mangas compridas, luvas pretas, e uma touca que lhe tampava todo o rosto, deixando apenas seus olhos e lábios a mostra. Observou que seus olhos brilhavam, parecendo estar em chamas, e que ele sorria brevemente. O mascarado acariciou o rosto a sua frente levemente e, logo, a mulher acordou se revirando um pouco. Havia marcas roxas pelas partes expostas de seu corpo, outras que pareciam ter sido causadas por um cigarro aceso e vergões indicando que ela provavelmente havia sido cruelmente torturada. Seus olhos verdes arregalaram-se apavoradamente, tentou gritar, mas a fita sobre seus lábios a impediu de fazê-lo. Seus braços estavam presos por cordas atadas ao chão, assim como os tornozelos, sentia como se um caminhão a houvesse atropelado e todo o medo que sentia se multiplicou em mil quando viu o homem deitar-se sobre si com um sorriso macabro nos lábios. Ele aproximou o nariz ao rosto dela, inalando seu aroma de lavanda e o cheiro de menta que vinha de seu cabelo. Sentiu-se extremamente irritado, aquele não era o cheiro que procurava. 
"Não se preocupe. Eu não vou te machucar. Muito." sussurrou no ouvido dela, que se arrepiou imediatamente. 
Tinha que fazer aquilo da maneira certa ou todos os seus esforços iriam por água abaixo. O homem mascarado mirou algo atrás da pilastra em que Luke estava amarrado e sorriu abertamente. Pegando a adaga que estava escondida próxima ao seu tornozelo, ele fez o primeiro corte no corpo da mulher, sentindo-a tremer de medo sob si. Aquilo parecia o excitar ainda mais. Cortou-a diversas vezes, vendo as lágrimas descerem por seu rosto sardento e os gritos de horror serem abafados pela fita. Pegou uma garrafa que estava no chão, próxima ao corpo da jovem, e despejou seu líquido sobre alguns dos cortes no tronco da moça. Ela gritou com todas as suas forças, grossas lágrimas jorrando por sua face, queria morrer. A morte seria bem melhor do que suportar tudo aquilo. ‘Está na hora’ ele pensou, ao perceber que o estômago da garota era a única parte de seu tronco intacta, decidiu por fim acabar com o sofrimento desta. Ao menos por enquanto. O próximo corte foi feito na delicada garganta da loira, o sangue espirrou em seu rosto, fazendo com que ele o virasse para evitar os jatos rápidos, enquanto ela se retorcia, fazendo barulhos que remetiam a um engasgo, o homem mascarado sentira uma enorme alegria dentro do próprio peito. Como era bom tirar a vida de alguém, apesar de que este não era seu método favorito de o fazer, mas ainda assim era uma sensação eletrizante! Respirou fundo e aproveitou o momento. Alguns minutos depois, a mulher não se mexia sob si. A vida já não habitava seu frágil corpo. Tocou o pescoço dela, admirando o próprio trabalho e lembrando-se de uma noite bem parecida com aquela que ficara no passado. Precisava senti-la ainda mais próxima de si. Desfez o fecho da calça que usava, levantando o lençol que cobria a outra e investiu nela com força. Agora sim. Fechou os olhos e pôde imaginar que no lugar daquela havia outra mulher. Ligeiramente mais alta, a pele menos pálida, cabelos mais escuros e as coxas mais definidas. Tenente. Mal podia esperar para estar dentro dela novamente. O ato não durou muito, ele não poderia se dar aquele luxo. Ao finalmente levantar-se, pôde ver Luke mirar a cena com olhos arregalados e com uma clara expressão de nojo. Tirou o lençol de cima da mulher, usando a adaga para marcar algo sobre seu abdômen, gargalhando ao o fazer. Luke sentia vontade de vomitar, medo de perder a própria vida e, quando deu por si, tremia intensamente. Quando o homem estava satisfeito, aproximou-se de si, abaixando a sua frente, ainda com a adaga na mão. 
"Sabe, Lucas, eu adoraria terminar o nosso papo." levou a adaga aos lábios, lambendo o sangue ali lentamente. "Porém, tenho um encontro com uma pessoa muito importante. Não posso deixá-la esperando, certo? Nós nos falaremos em breve, boa noite." foi tudo o que Luke pôde ouvir antes de ser repentinamente dominado pela escuridão.

Bondage, Discipline, Sadism and Masochism - LEIAM A DESCRIÇÃOWo Geschichten leben. Entdecke jetzt