CAPÍTULO IV - OS PORTÕES DE LADH

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Theren ainda estava atônito com o que ocorrera na noite anterior. Abalado, pois nunca havia presenciado tal situação, tanto fisicamente, quanto mentalmente e ainda por cima, magicamente, pois nunca vira Garthan conjurar magia alguma dentro do castelo. Enquanto cavalgavam ele observava o filho do seu Senhor de forma diferente: não era mais como um filho de um Lorde, que consegue as coisas pela influência de sua família, mas por também, ter capacidade para tal feito.

- Temos que nos apressar. Perdemos horas preciosas naquela vila, vamos aumentar a velocidade de nossa viagem. Tudo bem com vocês? – quebra o silêncio o Chefe da Guarda.

- Sim – todos respondem.

Então, eles começam a cavalgar de forma mais rápida. Os cavalos entenderam o comando na mesma hora. As horas vão passando, assim como a paisagem vai mudando. Em um determinado momento, após a parada para o almoço, eles chegam a um planalto. Agora a cavalgada parece ser mais rápida e com um ar mais puro, pois a terra dessa formação geológica parece ser mais firme que as planícies à qual estava cavalgando desde a saída do Castelo. Os cavalos, galopavam mais rapidamente, como se estivessem em um local jamais explorado por eles, sentiam-se livres, mesmo que os seus cavaleiros estivesses em cima deles.

- Finalmente passamos pelas planícies de Gartana. Estamos fora dos domínios de seu pai, Garthan. Entramos agora nos Planaltos Verdejantes. Um local que se estende por longos quilômetros, porém, aqui a viagem deve ficar mais rápida. Se não pararmos, conseguiremos chegar ao final deles, no fim da tarde. Vamos! – alertou Karandyr.

Cavalgaram pelo resto do dia. Chegando à noite, descansaram em um vale que fica no final do Planalto Verdejante. Roth fez uma fogueira e todos ficaram ao redor dela, menos Dorn, que foi o responsável por ficar de guarda nesse turno e Vhiga que iria caçar.

- Então isso é mágica? – perguntou Theren inquieto desde a noite anterior com o ocorrido.

- Sim e não, Theren. Se você se refere ao ato que fiz ontem, aquilo é Magia. Recitar uma frase ou uma palavra de poder e esperar que tenha um efeito, isso é Magia. Já a mágica é um truque. Algo que você faz sem recitar nada, porém seu efeito é bem simples. Saberá diferenciar um do outro quando estiver na Escola – respondeu Garthan.

- E o que você fez de especial? O que é aquele livro que você estava segurando? – perguntou um Theren bem entusiasmado.

- Recitei uma frase de poder. Da Escola da Necromancia. Aquele livro é o que chamamos de Grimório, todos os magos tem um, inclusive você terá o seu. Lá estão escritos as Magias que podemos usar, porém, só conseguimos escrever as Magias que conhecemos e escrevemos em nosso próprio idioma. Sim, nós Magos temos o nosso próprio idioma. Você irá aprender isso também, não se preocupe – disse Garthan com um sorriso.

A relação dos dois tem melhorado com o passar do tempo. Garthan vem observando que Theren, pode sim vir a se tornar um grande Mago, pois sem conhecimento algum ajudou-o a derrotar a Aparição, mesmo que tenha apenas seguido o que o velho Rash havia mandado fazê-lo, mas mostrou coragem para enfrentar o desconhecido.

- Vocês foram muito corajosos ontem à noite. Pensei que iríamos morrer para aquela terrível criatura ou seja lá o que aquilo possa ser. – disse Karandyr.

- O importante é que estamos todos bem e que ainda estamos na metade do nosso caminho. – disse Roth.

Passaram horas conversando sobre outros assuntos e Theren, cada vez mais, ficava enturmado com os outros. Isso era perceptível porque frequentemente ele se pegava rindo de alguma coisa que eles haviam dito, estava aprendendo muito com aquela interação toda e sentiu-se grato por estar vivendo aquele momento.

Harav: A Invocação de DunkurkWhere stories live. Discover now