CAPÍTULO II - VINHO E PRATA

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O castelo do Lorde Gartana fica no Reino de Formith, às margens do Lago do Wyvern, há quatro dias de viagem da capital e principal cidade do Reino, a cidade de Ladh. O Castelo Gartana, como é o mais conhecido na região, é uma das principais rotas de comércio com a Capital. Maçã, laranja, café e vinho são os produtos que o Lorde tem em suas terras, estabelecendo assim, negócios importantes que o fazem crescer diante da sociedade Ladhiana, assim como suas riquezas multiplicam-se tão rapidamente quanto o sopro de um dragão vermelho destrói o seu alvo.

A rota comercial tem suas vantagens aristocráticas, além de econômicas, claro. O seu filho mais velho, Garthan, estuda na Escola de Magia Velychtven, uma das maiores e melhores dos Reinos do Homens. Lá todos sabem que ele é Garthan, filho de Gartana. Ganhou mais respeito por ser filho de seu pai do que sobre seus próprios feitos e isso traz um pouco de frustração ao mesmo, pois um dia quer se tornar um grande Mago e alavancar de vez o nome da família Gartana por todo o Reino de Formith. No entanto, o Lorde Gartana é um senhor benevolente, pelo menos assim se tem a impressão, mesmo tendo passado por vários problemas e incidentes mágicos com seu filho mais novo, Gherdan, que serão fatos explorados mais adiante, e recentemente vem sendo atormentado por pesadelos estranhos.

Essa benevolência o fez conseguir, mesmo que não tenha sido uma tarefa tão difícil assim, uma vez que ser o Lorde Gartana por essas bandas se tem muitos benefícios e facilidades, uma vaga na tão sonhada Velychtven. Para nada mais nada menos que o filho de um casal que trabalha para ele em um de seus vários negócios, seu nome é Theren. Um jovem muito especial e determinado. Será seu primeiro ano em Velychtven e está bastante entusiasmado.

Neste exato momento, está ajudando seu pai, Thunaha, a levar água do poço e regar a vinícola.

- Venha, Theren, traga o balde que está aí perto de você, meu filho. Vamos tirar essa água do poço agora.

- Sim, pai. Estou indo.

Um garoto, com seus vinte e poucos anos. Sua idade exata não importa muito, pois ele não é nobre, ele apenas é filho de um empregado do Lorde. Assim diziam os outros empregados quando conversavam com ele e o desencorajavam a desbravar os estudos místicos na capital.

- Olhe só para você, Theren, com seus braços finos e magros, seus ombros que mal conseguem ficar eretos, não irá durar uma semana na capital. – Dizia um dos empregados.

- Uma semana? Você está sendo gentil, Kity. Ele não duraria dois míseros dias. – Vociferou outro caindo na risada e fazendo os demais gargalharem.

O pobrezinho não respondia às provocações, pois era uma recomendação de sua mãe, Ethel.

- Meu filho, você tem um futuro brilhante. Confie no seu potencial. Seu pai e eu estamos muito orgulhosos de que você tenha conseguido ganhar a bolsa de estudos na capital e confiamos demais em você e nos seus feitos.

- Eu sei, mamãe. Irei ser o seu orgulho.

- Você já é, meu filho.

Após ajudar seu pai a retirar a água do poço, eles foram juntos à vinícola regá-las e adubá-las. Chegando na área da vinícola, que era bastante grande, por sinal, começaram a regar as videiras da primeira fileira. Para regar todas as videias de toda a vinícola, pai e filho teriam que percorrer um hectare de terra (aproximadamente dez mil metros quadrados), eles sabiam que uma videira, ocupa um espaço de cinco metros quadrados, sendo assim, um hectare de terra é ocupado por duas mil videiras, aproximadamente. Para regar e adubar, pai e filho gastam, em média uma tarde toda, ou seja, aproximadamente cinco horas.

Tendo toda a tarde para fazerem o seu serviço do dia, eles iniciaram logo após o descanso para o almoço. Entre uma ou outra videira, eles conversavam sobre tudo. Desde o que Theren espera da vida na capital, até qual o presente de aniversário de sua mãe eles deveriam comprar, uma vez que se aproximava o seu natalício.

Harav: A Invocação de DunkurkWhere stories live. Discover now