E nós não queremos mais mortes.

Além disso, a cura do Lucas é o elemento surpresa que temos contra a Matriz. Tenho certeza que se eles souberem que ele está não apenas vivo, mas curado, vão caçá-lo como nunca fizeram antes. E nós precisamos de tempo e tranquilidade para coordenar o nosso próximo ataque.

— Se acham que estou morto, por que eles ameaçariam minha mãe e meu irmão? — Lucas pergunta ainda tentando entender a situação.

— Bem, eles sabem que a Emily os considera como família, não há outras pessoas mais próximas a ela a quem eles poderiam ameaçar — Matt teoriza. — Isso deve ser para atacar a Emily e a Sarah.

O Gabe já deve saber que a Sarah está conosco. Agora ele tem a mim e a ela para tentar atingir o Nathan.

— Eu deveria ter previsto isso — Sarah diz. — O que nós vamos fazer? — Ela parece calma, mas sinto urgência no seu tom de voz. Não deve ser fácil passar anos sem ver a família e agora correr o risco de não vê-los nunca mais. Afasto esse pensamento assustador.

— Atravessar a Fronteira de novo neste momento não é uma hipótese viável — Philip diz. — Temos que encontrar outra solução.

— Lucas é do Setor 7 e a Sarah do Setor 5 — Matt fala. — Podemos falar com as Resistências desses Setores.

— Nós consideramos isso, mas só há poucos dias conseguimos nos coordenar com as outras Resistências ao redor de Gaia de forma segura, e ainda não conseguimos fazer isso com todas, tem se tornado cada vez mais difícil saber em quem confiar ou não. Os Setores 3, 5 e 11 não estão ao nosso alcance no momento.

— Nós podemos falar com o Setor da Sarah. Confiáveis ou não, não podemos ficar de braços cruzados agora — Matt diz. — Quem você tem lá?

— Minha mãe e meu irmão mais novo — Sarah responde. — Mas como vamos conseguir tirá-los do trabalho e da escola?

— É aí que está o problema — May fala com expressão de desânimo no rosto.

— A Anna poderia fazer isso, certo? Ela pode pegar o Mike e a Clairy? — pergunto quando vejo desespero na expressão dele. — Ela é enfermeira do Hospital e tem acesso à fábrica e talvez tenha à escola. Já fizemos isso uma vez — esclareço para o grupo que me olha com curiosidade.

— É arriscado demais, não queria colocá-la nesta situação, mas não tenho opção, não é? — Ele não parece muito satisfeito com a ideia e entendo a preocupação. Mas em tão pouco tempo não vamos conseguir encontrar outra solução. E ainda tem a família da Sarah.

— Não podemos perder tempo — Matt diz. — Você liga para ela? — pergunta para o Lucas, talvez por ter notado a hesitação dele. Ele confirma que sim e dá um suspiro longo. — Agora vamos encontrar uma solução para a sua família. Em último caso, podemos considerar ir até o Setor 5.

— A que distância estamos? — ela pergunta depois de agradecer ao Matt.

— É inviável — May responde. Ela está parada perto da janela e o sol ilumina o rosto dela, fazendo seus olhos castanhos se destacarem. — Seria um dia e meio de viagem mais ou menos.

— Eu conheço alguém que pode ajudar — Philip diz, e todos viramos os olhos para ele.

— Isso é ótimo! — Matt diz com um sorriso para o soldado. — É uma médica ou um enfermeiro? Tem acesso fácil aos cidadãos do Setor 5?

— Não, e para ser sincero acho que vocês não vão gostar — responde hesitante. — É o Thomas.

— O mercenário? — Vitor pergunta.

A Resistência | Coroa em Chamas (Livro 3)Where stories live. Discover now