CAPITULO 13

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Ully estava no banho havia muito tempo e Steve estava começando a se preocupar. A bola de pelos dela se esfregava nele pedindo colo e ele revirou os olhos ao pegar o felino e colocar ao seu lado no sofá.

_ Ela não faria aquilo novamente não é?_ perguntou e Nevasca ronronou tranquila quando ele acariciou seu pelo macio.

_ Para quem não gosta de gatos, você está até se dando bem com ela.

Ele olhou para trás e Ully estava parada com um sorriso encantador nos lábios, o cabelo caia suavemente em seus ombros e costas, os olhos brilhavam e ela parecia muito melhor. Com uma blusa branca de alça fina e uma calça jeans escura ela parecia mais jovem e a vontade.

_ Ela me ajudou a salvar sua vida._ esclareceu embasbacado.

Ela se aproximou e se sentou ao lado dele. O cheiro dela era de cereja, assim como seu glosa na noite em que se beijaram e ele agiu de forma estúpida.

_ Por que está me olhando assim?_ perguntou com as bochechas vermelhas.

_ Não consigo parar, como se houvesse um ímã me atraindo até você._ confessou e Ully engoliu em seco.

_ O que vamos fazer?_ desviou do assunto e Steve sorriu de lado.

_ O que quer fazer?

_ Na verdade eu gostaria mesmo é de dormir um pouco._ admitiu _ aquela cama de hospital não é nada confortável.

_ Tudo bem.

Steve se levantou.

_ Pode descansar que vou resolver algumas coisas pela propriedade.

Steve se curvou sobre ela e beijou sua testa aproveitando para absorver mais uma vez seu aroma delicioso. Ao virar as costas ele sentiu vontade de beijá-la novamente, mas não faria aquilo sem a permissão dela e ela parecia não querer nada com ele além da amizade que estava se formando.

Ele não podia culpá-la.

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O estômago de Ully roncou e ela abriu os olhos. Olhou no relógio pendurado na parede e viu que havia dormido durante toda a tarde. O cheiro que vinha da cozinha atingiu-a em cheio quando saiu do quarto.

Steve estava curvado sobre o balcão e digitava algo em seu celular sem notar que Ully o observava com verdadeira apreciação. Ele estava com uma camisa preta e uma calça jeans meio desgastada, o cabelo estava molhado e aparado, havia feito também a barba. Ele estava sexy e Ully não soube esconder seu constrangimento ao imaginá-los como na noite da festa beneficente, só que dessa vez sem interrupção.

_ Por que está toda vermelha?_ disse sem se virar e Ully piscou aturdida. _ Da para ver você pelo reflexo do vidro.

Steve se virou e não conseguia esconder o divertimento ao vê-la revirar os olhos e sorri.

_ O cheiro está maravilhoso._ disse entrando na cozinha e parando aí lado dele.

_ Fiz lasanha._ deu de ombro.

_ Não sabia que cozinhava.

_ Sei fazer muitas coisas e se me der uma chance posso mostrar._ Steve sorriu de lado, de modo cretino e Ully se segurou para não beijá-lo.

_ Vamos ver._ se afastou ficando do outro lado do balcão.

_ Está com medo de mim Ully?

Steve se inclina sobre o balcão e fica a poucos centímetros do rosto dela.

_ Não sei do que está falando._ arqueou a sobrancelha e passou a língua nos lábios.

Steve engoliu em seco e os olhos dela demonstrava que ela também o queria.

_ Está se esquivando toda vez que me aproximo.

_ Eu só não estou segura do que está acontecendo._ olhou nos olhos dele e viu o desejo de Steve estampando em cada fibra de seu rosto.

_ Tudo bem, _ ele se endireitou_ desculpe por isso, somos amigos certo!?

Ully sentiu uma pontada estranha. Não queria ser amiga dele, queria ser sua, de corpo e alma, mas naquele momento não.

_ Claro, somos amigos._ sorriu e ele retribuiu.

Steve virou de costas e tirou a lasanha do forno. O ar ali parecia cheio de tensão, ele a queria mas respeitaria o espaço e o tempo dela. Ele não a levara ali para transar ou algo do tipo, a única coisa que queria era afastá-la do hotel, da cidade e de toda bagunça que a deixou sobrecarregada.

Sem se virar, pelo reflexo do vidro do forno ele ficou olhando para ela enquanto parecia perdida em seus pensamentos.

Ele colocou um pedaço em cada prato e pegou o suco da geladeira.

_ Fiz um suco de laranja também, já que tomando remédios você não poderá beber um vinho._ disse a servindo e recebendo um sorriso agradecido em troca.

_ Você é realmente prendado._ levou um pedaço da lasanha a boca e fechou os olhos com apreciação._ Está uma delícia.

_ É bom vê-la se alimentar.

Ully revirou os olhos mas não disse nada. Ela estava disposta a recomeçar e comer já não parecia algo tão ruim nem mesmo desagradável, seu estômago já não rejeitava os alimentos e seu subconsciente já não a fazia se sentir mal por comer.

Em um silêncio confortável eles jantaram e logo depois arrumaram a cozinha juntos.

_ Que tal um passeio?_ ele sugeriu e Ully assentiu.

Ele pegou sua blusa de frio e entregou a Ully, pegou outra para ele e abriu a porta. Ambos caminharam lado a lado por uma trilha de cascalho até a ponte.

_ Até onde vai esse riacho?

Ully se inclinou para frente. O ambiente estava bem iluminado com a luz dos postes e a Lua cheia deixava tudo muito mais agradável e relaxante. O barulho da natureza era o som mais relaxante e perfeito e o extenso gramado nos lados tinham um cheiro muito agradável.

_ Vai até um poço que fica do outro lado da propriedade _ disse Steve a observando com olhos inexpressivos_ Se quiser podemos ir até lá amanhã.

_ Seria ótimo._ disse desviando o olhar incomodada por não saber o que se passava com ele naquele momento.

_ O que está querendo perguntar?

Ully o olhou novamente.

_ Queria saber o que está pensando._ olhou para o riacho que seguia lentamente seu curso.

_ Nesse momento, em beijá-la._ sua voz saiu rouca e Ully sentiu os pelos de seu braço se arrepiar._ Mas não vou fazer isso em respeito a nossa amizade.

Ully engoliu em seco e se virou para ele.

_ Eu não quero sua amizade Steve!_ com um impulso ela o beijou.

O beijo era intenso e cheio de sentimentos desconhecidos. Uma mistura inebriante de saudade e paixão não mostrada por um mês inteiro de convivência.

Com delicadeza Steve segurou seu cabelo e a trouxe para mais perto colocando a mão na base de suas coluna. Ully levou a mão aos cabelos de Steve e enroscou seus dedos nos fios grossos e macios dele.

Separando seus lábios Steve encostou sua testa na dela respirando profundamente.

_ O que isso significa?_ Perguntou.

_ Eu não sei._ Ully respondeu_ Eu só sei que não quero que acabe.

_ Eu também não _ deu um beijo suave nos lábios dela_ É melhor entrarmos.

De mãos dadas eles entraram.

Steve ligou a televisão e passava um filme de ação. Ambos se deitaram no sofá e ficaram abraçados até cair no sono.

Pela primeira vez em meses Ully dormiu sem medo e recibo de que algo ruim fosse acontecer.

Mirante - Série Irmãos WilliansOnde as histórias ganham vida. Descobre agora