CAPÍTULO 8

78 24 200
                                    

PARTE 2 DO LIVRO

A PARTIR DAQUI TRATAREI UMA QUESTÃO UM POUCO SENSÍVEL, SERÁ MAIS EXPLICITO A PARTIR DO PRÓXIMO  CAPÍTULO.

Steve não havia dormido nem sequer um minuto e o sol já brilhava forte no quarto.

A vontade irracional de entrar no quarto de Ully e a beijar o estava deixando louco e nem sequer Talia que invadiu seu quarto durante a noite o fez tirar ela da mente.

Talia era uma mulher bonita mas naquele momento tudo o que ele queria e o que pensava era em Ully.

_ Você deveria falar com ela Steve._ Talia disse já pronta para sair.

_ Não sei do que está falando.

_ Você sabe sim, a mulher do quarto ao lado, você gosta dela e deveria falar com ela.

Steve a encarou por um segundo e bufou não querendo aceitar aquilo.

_Você não sabe do que está falando.

_ Tá bom, mas não deixe para admitir quando for tarde demais.

Ela saiu e ele ficou encarando a janela de seu quarto ainda mais determinado a viajar naquela noite.

Talvez Talia tivesse razão.

…………………….💛……………………..

Ully acordou cedo, tomou um banho e após uma mensagem de Julia pedindo para vê-la em um café ali perto ela saiu a seu encontro.

As ruas de Chicago já estavam movimentadas e o cheiro dos pães do café fizeram Ully suspirar. Fazia um bom tempo desde a última vez que havia comido algo além de frutas e água.

Era a única coisa que ficava em seu estômago e não fazia com que ela se sentisse culpada.
Júlia estava em uma mesa perto da janela, o ambiente estava bem iluminado, as mesas estavam com aqueles forros xadrez vermelho e branco, havia um vaso com flores pequenas em cada mesa.

_ Bom dia._ disse tirando os olhos de Julia do cardápio.

_ Ully, achei que não viria.

_ E por que eu não viria?

_ Depois da noite desastrosa de sexta, eu não deveria ter feito aquilo.

Ully arqueou a sobrancelha e se sentou de frente para ela.

_ O que exatamente?

_ Armar para você e Steve, eu devo ter piorado tudo.

O olhar desapontado de Julia fez Ully suspirar. 

As coisas entre ela e Steve já não estavam boas e provavelmente nunca melhoraria.

_ Eu e Steve não nos daremos bem, somos diferentes e incompatíveis_ Julia assentiu _ A única coisa que nos mantém no mesmo ambiente é a luta pelo hotel, mas isso vai acabar.

_ O que aconteceu? Um dos dois resolveu ceder?

_ Steve não vai ceder, por isso vou entrar na justiça_ Julia arfou mas compreendeu._ Ele não quis sair por bem, não quis aceitar, então farei com que aceite.

O hotel era dela e o filho teria que aceitar. Ele não podia ter tudo e Julia sabia que se ele não caísse em si perderia uma mulher incrível.

_ Espero que não fique com raiva de mim.

Júlia sorriu e colocou as mãos sobre as de Ully.

_ Eu jamais conseguiria.

_ Eu não posso abrir mão do mirante, _ olhou nos olhos de Júlia_ acredite, eu queria mas não posso.

Júlia sentiu em Ully o peso de algo forte, um sentimento que ela não queria que ninguém soubesse, algo profundamente escondido. Ully parecia se culpar de algo e aquilo a estava destruindo por dentro.

_ Seja forte querida.

As palavras de Julia fizeram Ully engolir em seco suas emoções. Era como se Julia soubesse a profunda tristeza que ela carregava.

_ Eu..._ seus olhos marejaram_ eu estou tentando, juro que sim.

_ Seja lá o que esteja acontecendo, vai dar tudo certo.

Algum tempo depois elas se despediram. Ully caminhava de volta para o Mirante quando avistou uma caixa, e dentro podia se ouvir alguns chiados.

Ela se aproximou e teve uma enorme surpresa ao encontrar um único e solitário gatinho branco. Ela parecia machucado e então Ully o pegou e o analisou. Sua patinha parecia machucada e os olhos assustados da felina a fez o pegar para si.

_ Como alguém consegue abandonar um ser tão fofo como você por causa de um arranhão?

Como se entendesse a pergunta ela miou. Seu pelo era branco e preto e os olhos eram claros como o oceano.

_ Seu nome vai ser Nevasca.

Ully passou no pet shop e fez uma revisão geral na gatinha, comprou tudo que ela precisava para se sentir a vontade e voltou para o Mirante um pouco mais animada.

_ Acho que eu vou adorar ter um gatinho._ disse abrindo a gaiola e o soltando na sala.

A gatinha ainda filhote se espreguiçou e miou como se aprovasse seu novo lar.

Ully sorriu e retirou da sacola todas as coisas para ele, vasilhas, ração pra filhote, uma caminha e uma caixinha de areia.

_ O que isso? _ Steve apareceu segurando a gatinha pela coleira.

_ Um gato!

_ Eu sei que é um gato,_ revirou os olhos_ O que ele está fazendo aqui?

_ Ele mora aqui._ Ully pegou seu felino e o abraçou _ E o nome dela é Nevasca, deveria cuidar da sua amiguinha no quarto.

Steve revirou os olhos e decidiu não discutir.  Ele odiava gatos mas não falaria nada até que voltasse da Itália, deixaria ela pensar que havia ganhado. E sobre Talia, ele até que estava se divertindo com o fato de que talvez ela estivesse com ciúmes.

Ully olhou para ele esperando um de seus ataques. O rosto dele estava impassível, nenhum sinal de irritação ou raiva, ela não esperava por aquilo e então revirou os olhos e se sentou no sofá logo em seguida segurando a gata.

_ Você é uma coisinha muito fofa._ disse com voz infantil e Steve a observou brincar com o gato.

Ully estava diferente, ela parecia mais pálida, mais magra e cada vez mais amarga. Não havia mais aquele brilho inicial, não havia sequer aquela fúria e fervor, apenas frieza.

_ Eu deveria ter encontrado você antes._ disse encostando seu nariz ao da gata e Steve revirou os olhos.

_ Pelo menos com o gato você parece se importar.

_ Ele não é um ser irritante e inconveniente como você._ resmungou baixinho.

Steve pegou uma maçã na fruteira e voltou para o quarto. Passaria o resto do dia ali, quieto, apenas esperando a hora de ir ao aeroporto. Ficar na presença dela o estava causando efeitos contrário de raiva ou rejeição.

Era apenas uma forte atração sexual, apenas isso.

Mirante - Série Irmãos WilliansWhere stories live. Discover now