15 - All Of Me

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- Olha muito obrigado, acabaste por me fazer sentir pior! – Ambos riram às gargalhadas. Tom achou por bem ajeitar ele o sofá onde tinham dormido, colocando bem as almofadas que serviam a maior parte das vezes como decoração apenas.

- Ora essa! Sempre às ordens! – Respondeu ele num tom de brincadeira, olhando depois para ela. – Então o que me dizes? Almoçamos juntos?

- Sim, por mim tudo bem. Mas com uma pequena condição…

- E que condição é essa?

- Bem, uma não, duas. Primeiro: nada de falar deste pequeno incidente.

- Certo!

- Segundo: tenho de ser eu a escolher o sítio onde almoçamos.

- Tudo bem… Eu não sou esquisito, por isso – Encolheu os ombros e suspirou.

- Olha, eu vou tomar um duche rápido e já venho aqui ter contigo. – Ele olhou-a de soslaio e sorriu de canto. Ia fazer-lhe uma pergunta que já sabia que ela ia levar para outros caminhos.

- Olha, também posso tomar duche? – Christine arregalou os olhos e estremeceu.

- O quê?!

- Não é contigo! Noutra casa de banho, parva! – Ele riu à gargalhada e ela, depois de ela suspirar de alívio lá assentiu.

- Parvo és tu! – Resmungou, mordiscando o lábio – Podes, claro que podes. Estás a ver aquela porta ali? – Ela esperou que ele se virasse e avistasse a porta. – É aí a casa de banho. Tem lá toalhas, champô e assim, portanto estás à vontade. Só não tenho é roupa que te possa emprestar, mas pronto.

- Lógico, parva. Mas não faz mal. Obrigada. – Ele foi num passo acelerado até ela e deu-lhe um beijinho na testa. – Bem, vou lá tomar duche senão nunca mais saímos daqui e eu tenho fome.

- Ahm, eu também… - Ele sorriu-lhe docemente e acabou por ir para a casa de banho que ela lhe indicara, trancando-se lá.

Christine ficou cerca de um minuto a olhar para a porta fechada, com um pequeno sorriso. Tom não era só brincalhão, pervertido e parvo como aparentava a maior parte das vezes. Ele também sabia ser meigo, quando queria e lhe convinha. Ela agora conseguia perceber bem o que Yria via nele.

Ele sabia dar-lhe aquilo que ela queria e lhe pedia, mas também sabia dar-lhe aquilo que ela mais precisava, mesmo sem ela se aperceber: amor. Carinho.

A mais nova acordou finalmente dos seus devaneios, rindo baixinho ao aperceber-se que se estava a abraçar a si mesma. Respirou fundo e abanou a cabeça, sacudindo todos os pensamentos parvos da sua mente para se concentrar em fazer o que mais precisava naquele momento.

Correu até às escadas e subiu-as de dois em dois degraus, sorrindo abertamente no final por não ter tropeçado. Já podia dizer que ia ser um dia excelente, visto que lhe estava a correr tudo bem até agora.

Exceto o pequeno incidente com o Tom. Isso não conta, pensou, voltando a rir. Entrou finalmente no seu quarto e trancou-o, antes que Tom se decidisse a entrar por ali enquanto ela se vestia. No momento em escolhia uma bela indumentária, o seu telemóvel não só apitou como vibrou.

Apressou-se a retirar o telemóvel do bolso e ergueu o sobrolho por não reconhecer o número. Assim que leu a mensagem, não só percebeu tudo como sorriu abertamente. É, definitivamente, um bom dia. Poisou tudo em cima da sua cama e entrou finalmente na casa de banho, despachando-se o mais depressa que conseguia.

Echoes Of Silence.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora