09 - Confused

116 8 4
                                    

Depois de ter desligado a chamada, Christine levantou-se da cama e foi até à casa de banho. Fez as suas necessidades e quando terminou caminhou até ao lavatório e olhou-se ao espelho.

O cansaço era bem visível, mesmo tendo dormido mais de oito horas seguidas. Mas ela sabia que não podia fraquejar. Estão duas vidas em jogo, e ela é a única pessoa que os pode salvar.

Tendo agora a certeza de que o outro Bill realmente existe, Christine sente que é por aí que deve começar. Se ela encontrar William e conseguir comprovar que é ele que tem cometido todos aqueles crimes, todos os problemas se resolvem, certo?

Bill será libertado da prisão, e a sua irmã será libertada da outra prisão.

Oh, Yria...

O telemóvel começa a tocar. Meio atarantada, Christine abre a porta que tinha encostado e tenta seguir a música para encontrar o telemóvel que estava escondido entre os lençóis polares.

E que bela música era... Start A Fire, da Dilara Kazimova. Bem, sim... As coisas estão a começar a aquecer, e por este andar ainda há algum incêndio.

Conseguiu finalmente encontrar o telemóvel. Sem reparar no nome ou número referente ao remetente, Christine atendeu a chamada, da mesma maneira de sempre:

- Estou? - Aquela voz que agora dizia o seu primeiro e último nome não lhe era estranha, mas também não era capaz de dizer de onde a conhecia. Ela sentou-se entretanto.

- Sim, é a própria. Com quem estou a falar? - Quis saber, muito educadamente. Quando o homem se identificou como sendo o psiquiatra da sua irmã, Christine esboçou um pequeno sorriso.

- Ah! Como está Doutor? - Depois de uma pequena conversa banal, o psiquiatra pediu a Christine para se encontrarem e conversarem sobre a sua irmã mais velha.

- Sim, claro. Quando é que lhe dá jeito, Doutor? - Ouviu com atenção e pegou no seu caderninho que estava na mesa-de-cabeceira, e depois de o ter no seu colo pegou na caneta.

- Sim, pode ser. Pode dar-me então a morada? - Começou a escrever à medida que ia ouvindo, e no final repetiu para se certificar que não havia engano.

- Com certeza. Sendo assim até logo, Doutor. Muito obrigada. Tenha um bom dia, com licença.

Assim que ela terminou a chamada, deixou-se cair em cima da cama. O telemóvel, que ainda estava na sua mão, começou novamente a tocar e a vibrar. Desta vez verificou quem era o remetente. Anne.

- Estou, querida?

-Olá, Christine. É o Jared...- Ela engoliu em seco e ficou calada durante alguns segundos. Tinha acabado de chamar "querida"ao Jared Leto.

- Olá! Está tudo bem? - Retorquiu e questionou assim que teve coragem para lhe falar de novo.

- Ahm, para ser sincero, acho que não... Achas que podes cá vir? - O pedido dele deixou Christine extremamente preocupada. Teria acontecido alguma coisa com a sua melhor amiga?

- Sim, claro! Mas... O que é que se passa, Jared?

- Tivemos uma visita inesperada e indesejada aqui na casa da Anne.

- Cruzes canhoto! Um ladrão?!

- Não! Quer dizer... Ainda não verificámos se levou alguma coisa, mas pensamos que não. - Christine acabou por erguer o sobrolho e fazer uma careta. Já não estava a perceber nada.

Echoes Of Silence.Where stories live. Discover now