07 - I love you

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Aquela sala estava simplesmente uma confusão dos diabos. Yria baloiçava-se para a frente e para trás depois de ter mandado algumas decorações para o chão; Tom tentava aproximar-se de Yria pela segunda vez, uma vez que na primeira tentativa não lhe correu nada bem e chegou a ser empurrado à força toda; E por fim, Anne e Christine discutiam sobre o que realmente deviam de fazer.

Anne insistia que o melhor para a morena de olhos azuis seria interná-la num hospital psiquiátrico o quanto antes. Já Christine discordava, achava que iria conseguir cuidar da irmã mais velha sem ela ter de andar metida em médicos ou pior. Ela sabia perfeitamente que Anne tem razão, mas não era capaz de fazer uma coisa daquelas à irmã.

Mesmo estando a vê-la baloiçar-se no canto da sala de estar.

- Eu não consigo fazer-lhe uma coisa dessas, Anne.

- Chris, é para o bem dela... - Olhou o telemóvel que tinha na mão, terminando finalmente de marcar um número de um telefone fixo.

- Mas assim vamos estar a desistir dela, Anne!

- Christine, olha para a tua irmã. Não, a sério, olha! Olha com olhos de ver! - Apontando para Yria, Anne olhou para a mais nova das irmãs e respirou fundo. - Eu sei que te custa... E é por isso que vou ser eu a fazê-lo. - Sem lhe dar hipótese de responder, Anne clicou no telemóvel, iniciando então a chamada. Com um olhar algo triste a amiga afastou-se e foi para outra divisão, para ter um pouco mais de privacidade.

- Como é que ela ficou assim? - Tom falava baixinho para que Yria não se apercebesse que falava sobre ela. Ele sabia que ela estava provavelmente numa espécie de transe, num mundinho só dela e que não ia tomar atenção a nada do que ele lhe dissesse. Mas mesmo assim decidiu não arriscar.

- Eu não faço ideia, Tom. É que nem desconfio... Ela parecia estar minimamente bem, e agora de repente... Eu não compreendo Tom, juro-te que não! - Tom fez-lhe sinal quando ela aumentou o tom de voz, e esta assentiu, suspirando.

- Shiu, calem-se. Assim eu não oiço o meu bebé. - Yria curvou os lábios ligeiramente, formando algo semelhante a um sorriso e olhou as mãos trémulas. Depois de um suspiro profundo, encolheu as pernas e abraçou-as, deitando a cabeça sobre os joelhos.

- Como te sentes? - O jovem adulto tentou iniciar uma conversa calma com ela, esperando que ela colaborasse minimamente.

- Eu estou bem. - Murmurou, olhando-o nos olhos. - E os teus irmãos, como estão? - A questão dela apanhou Tom de surpresa, e fê-lo sorrir.

- Eu só tenho um irmão, Y...

- Não! Tu tens dois irmãos, Tom. Eu sei o que vi... Eu conheci-o, eu estive com ele.

- Ok... - Tom olhou Christine pelo canto do olho e esta inspirou fundo, encolhendo os ombros entretanto. - Então e... Um é o Bill, certo?

- Sim.

- E o outro?

- É Bill também. É igual a ele, mas é mau... - O rapaz olhou a mais velha com atenção enquanto formava uma expressão de quem estava extremamente confuso. Yria ergueu o rosto e olhou os dois.

- Porque é que vocês não acreditam em mim? Porque é que olham para mim como se eu fosse louca? - Os dois mantiveram-se calados e suspiraram alto ao mesmo tempo.

Echoes Of Silence.Where stories live. Discover now