03 - Every Breath You Take

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N/A: Dedico este capítulo à SachaHart, que faz anos hoje! ♥

Bill, depois de ter ido a casa tomar um duche e vestir roupa lavada, saiu de novo, indo de carro até a um edifício que ainda era um bocado longe da sua casa. Cerca de meia hora foi o tempo que ele demorou a chegar lá. Depois de sair do carro, retirou a pequena mala que tinha trazido consigo, na mala do carro. Assim que ele trancou o carro, entrou por uma porta, num edifício que parecia até estar abandonado.

Por fora via-se um edifício debilitado, e parecia estar tudo às escuras e não haver nada no interior, mas não era nada disso. O interior estava impecavelmente renovado, e tudo o que era portas e janelas estavam tapados de maneira a que do lado de fora não se visse nada. O mesmo acontecia com o som. Cada divisão estava perfeitamente camuflada, de maneira que quem estivesse à porta do edifício não ouvisse nada.

O rapaz foi até à receção e poisou o antebraço esquerdo sobre o balcão, apreciando a loira.

- Boa noite, Senhor Kaulitz. O que vai ser?

Bill não lhe respondeu verbalmente. Apenas lhe esboçou um sorriso de canto e, com os dedos, pediu duas.

- Muito bem. Tem alguma preferência? Loiras, morenas, ruivas…? – A rapariga esperou, pacientemente, que ele lhe respondesse.

- Não, não tenho preferência. Qualquer uma serve.

- Certo… Posso perguntar-lhe o que é que traz aí?

- É mesmo necessário?

- Sim. Não se esqueça que as nossas meninas não são nenhum saco de boxe que pode utilizar até a sua raiva desvanecer. – A loira parecia algo nervosa por lhe estar a dizer aquilo, mas mesmo assim manteve-se calma e com um pequeno sorriso.

Bill suspirou e colocou a mala sobre o balcão. A rapariga apressou-se a abrir o fecho e começou a retirar os objectos do interior, observando bem o que ele trazia.

- E porque é que agora de repente estão a fazer isto?

- Porque fizeram queixa, Senhor Kaulitz. – Ele suspirou, aborrecido com a situação.

Assim que ela terminou, chamou duas das raparigas que estavam livres. Entregou a chave de um dos quartos a Bill, e ele de seguida foi com elas. Ficou lá toda a noite, e só saiu de lá por volta das sete e meia da manhã, indo depois para casa.

Um mês se passou desde a tragédia. Yria achou por bem fazer um pequeno funeral ao falecido bebé, e pouca gente participou no mesmo. A durona não chorou uma vez que fosse pela morte do seu filho. Christine, em conversa com os seus pais e até com Anne, chegou à conclusão que o melhor era que a sua irmã fosse seguida por um psicólogo e um psiquiatra.

Ela tem ido a todas as consultas até então, mas não disse nada, nem a um, nem ao outro. Apenas entra quando chega a sua vez, fica calada a olhar para tudo menos para o psicólogo ou psiquiatra, e não diz uma única palavra que seja.

Christine tem sofrido imenso. Sente que sofre pelas duas, uma vez que a irmã nem mostra qualquer sofrimento. Não a compreende, de todo. Ela bem tenta, mas não consegue.

Como é que alguém consegue ser assim tão frio ao ponto de não mostrar qualquer tipo de dor perante a morte de um filho? É certo que cada um tem a sua maneira de fazer o luto, mas com Yria... Parecia que não se passava nada. E se alguém falasse no assunto, ela simplesmente ignorava.

Echoes Of Silence.Where stories live. Discover now