A escada se dividia em dois lances curtos e em seu topo, um corredor estreito terminava numa porta sobre a qual estava pendurada a placa onde se lia: "André Vasconcelos - Gerente". Layla bateu na porta.

— Entrem — respondeu uma voz lá de dentro.

A sala não era muito grande. Na verdade era um pouco claustrofóbica porque as janelas ficavam quase completamente cobertas pelo letreiro da fachada da loja pendurado do lado de fora.

Ao entrar os peritos já estavam de frente para a mesa de André centralizada entre dois armários que cobriam metade das paredes esquerda e direita.

Além da cadeira onde ele estava, havia apenas mais duas do lado oposto a ele na mesa sobre a qual estava um notebook, um porta-retratos e papéis preenchidos com letras e números.

— Bom dia. Eu sou Layla Rios, falei com você por telefone ontem. Este é Gil Grissom da criminalística de Las Vegas.

— Bom dia — respondeu André enquanto trocavam apertos de mão. — Em que posso ser útil? — continuou ele em inglês.

Percebendo que o homem não tinha dificuldade com a língua, ela continuou a conversa nesse idioma — estamos investigando a morte de um garoto, e precisamos conversar com todos os que tiveram contato com ele nas últimas semanas.

— Sabemos que ele comprou uma bola aqui. Queremos conversar com o funcionário que fez a venda — continuou Grissom.

— Bom, eu não me lembro de todas as crianças que estiveram aqui comprando bolas, vocês sabem qual foi o dia?

— Foi na última quarta-feira, pouco depois do meio dia — respondeu ela olhando em um bloco de notas que havia tirado de sua bolsa.

— Bom, os funcionários da tarde ainda não chegaram. Somente dois que estão em fase de treinamento.

— Os outros funcionários da tarde, que não estão, foram contratados há muito tempo? — perguntou Layla.

— O que tem menor tempo de contrato, trabalha há pelo menos cinco anos.

Os dois peritos trocaram um olhar compreendendo que o assassino não poderia estar entre os funcionários com tanto tempo de contrato, afinal, até pouco tempo ele estava em Las Vegas.

— Bom, então vamos começar com os dois que estão aqui. Se encontrarmos o que esteve com Maurício, talvez não seja necessário chamar os outros — anunciou Grissom.

— Está certo. Eu vou chamar os dois então — disse André saindo da sala.

*
Sara, César e o terceiro policial, deixaram o carro estacionado em uma praça e saíram para conversar com os lojistas e vizinhos a pé.

Fernando ficou com o lado par da rua enquanto Sara e César ficaram com o lado ímpar. A dupla começou em uma padaria.

Apesar de todos conhecerem Maurício, ninguém tinha qualquer informação que pudesse ajudar, ou mesmo parecesse suspeito do crime. Fernando também não estava tendo muita sorte.

— Bom dia. Meu nome é Fernando, sou da polícia e estou procurando informações sobre esse menino — ele mostrou a foto de Maurício ao funcionário de uma loja de aviamento.

— Sabemos quem é. Ele já veio aqui algumas vezes com a mãe.

— Vocês vendem esse tipo de fita? — Fernando mostrou uma foto com a fita vermelha recolhida na cena do crime.

— Ah sim — ele caminhou para os fundos da loja entrando atrás de uma das vitrines e voltou com um rolo de fita vermelha. — cetim vermelho 10 mm, cor 209. Vendemos bastante aqui.

Esconde - EscondeWhere stories live. Discover now