Capítulo III

268 5 0
                                    

Capítulo III

“Eu me pergunto sobre como ficará Gotham enquanto eu estiver em Castlewood... De qualquer forma, eles não precisam mais de mim. É uma cidade livre de qualquer mácula, exceto sua ingratidão...”.

 

Um galpão na zona industrial de Gotham.

O helicóptero que há pouco sobrevoava a área central da Cidade das Sombras pousou num pátio de concreto próximo à construção. Assim que as hélices deixaram de girar, um sujeito trajando casaco preto, luvas e chapéu saltou para fora da aeronave, ocultando algo sob a roupa. Depois de dar alguns passos, voltou-se para o piloto, exclamando:

–       Eu não demoro!

Dentro do helicóptero, o assustado homem que trouxera aquele sinistro personagem até ali concordou com um movimento da cabeça. Em seguida fitou-o seguir para dentro do galpão, sempre despreocupado e andando de forma galante, como se estivesse no picadeiro de um circo. E apenas nesse instante percebeu que os lábios daquele maluco eram tão rubros quanto o céu escarlate da metrópole...

No interior do lugar, onde havia caixotes lacrados possuindo a inscrição “Frágil” e caminhões velhos, alguns indivíduos de má índole, dez aproximadamente, ocupavam-se com atividades nada construtivas: quatro deles estavam envolvidos numa partida de pôquer ao redor de uma mesinha; perto de uma parede outros dois jogavam conversa fora, falando de prostitutas e traficantes. Não muito longe de um dos veículos se encontravam os quatro restantes, usando terno e chapéu. Um deles, de cabelos grisalhos e face irritada, aparentava ser o líder dos outros. Bufando, ouviu um dos homens próximos de si resmungar:

–       Eu ainda não acredito que o senhor decidiu fazer isso, chefe...

–       Ora, e que outra opção temos, Spencer? – berrou o provável mafioso, que andava nervoso há semanas. – Aquele maldito Batman prendeu o nosso último fornecedor em Gotham! Não há mais negócios nossos aqui! Prosseguir com o plano seria apenas uma maneira mais rápida de irmos parar na cadeia!

–       Então o senhor está mesmo decidido? – indagou um outro capanga.

–       Nunca tive tanta certeza de algo em minha vida quanto agora. Assim que a noite cair, vocês jogarão esses caminhões na baía. Antes mesmo que eles possam chegar ao fundo nós já estaremos a caminho de Metropolis. Ficaremos lá até as coisas melhorarem um pouco aqui em Gotham, isso se melhorarem... Vocês sabem que sou o último da velha guarda que ainda não está morto ou atrás das grades. Sei que o Batman adoraria me tirar de circulação, por isso quero sair da cidade antes que ele possa fazê-lo!

–       Último da velha guarda? – gritou uma voz um tanto irritante, vinda de algum lugar dentro do galpão. – Eu não diria isso!

Silêncio. A partida de pôquer foi interrompida, a conversa perto da parede também. O chefe do bando e seus comandados olharam ao redor, sacando pistolas e revólveres. A tensão cresceu. Veio a ordem do líder, em voz baixa e cautelosa:

–       Vão averiguar! Seja quem for, transformem numa tábua de tiro ao alvo!

Todos assentiram, e silenciosamente saíram à procura do intruso. Armas firmes nas mãos suadas, dedos prontos nos gatilhos. Uma inconfortável ausência de som dominou o local por vários instantes, sem que nenhum dos capangas visse algo suspeito. Súbito, a mesma voz desconhecida voltou a gritar, misturada a um riso histérico:

–       Thorne, Thorne, Thorne... Por que tanta hostilidade? É assim que recebe os velhos amigos?

–       Quem é você, maldito? – exclamou o mafioso, de nome Rupert Thorne, em resposta, olhando ao redor com os batimentos cardíacos acelerados. – Diga logo ou meus capangas enfiarão balas nessa sua cara nojenta!

Batman ResignsМесто, где живут истории. Откройте их для себя