51

33K 3.4K 1.7K
                                    

Batilda Begshot os levou até uma casa, era velha e grande, dois andares. Comparada aos vizinhos, era uma casa sinistra. Ella olhou para Hermione, estavam mais atrás, sussurrou:

- Tem algo de errado com ela.

- Talvez seja só o jeito dela. - Deu de ombros, mas seus olhos denunciavam que ela não acreditava no que tinha dito.

Ella não disse mais nada. Batilda abriu a porta e entrou primeiro, Harry passou sendo encarado, assim como os outros dois atras dele. Quando Ella foi encarada, fez questão de encarar também enquanto passava. Algo dentro daqueles olhos fazia a menina se sentir estranhamente gelada, como se uma cobra estivesse passando por seu corpo.

Tinha convivido com cobras por toda sua vida, amava conjurar cobras para poder ficar com elas. Sabia tudo sobre elas. As vezes, até mesmo se sentia como uma cobra. E naqueles olhos gelidos e estranhos ela viu a maldade do veneno.

Olhou pro resto da casa, era tudo escuro e meio que humido, as janelas estavam abertas então a neve lá fora deixava tudo gelado ali dentro também.

Harry ajudou a mulher a ascender algumas velas, dando um pouco de luz naquele lugar. Haviam quadros de família, e Hermione percebeu que naquelas fotos Batilda sempre estava muito sorridente, sempre com alguém ao seu lado, rindo como se tivessem ouvido a melhor piada. Olhou de volta para a mulher ali a sua frente, vendo a diferença de atitude.

- Você tem algo para nós ajudar? Dumbledore deixou algo? Sei que eram muito amigos. - Harry pediu a mulher.

Talvez ela tenha respondido muito baixinho, pois só Harry que estava muito perto dela ouviu, as duas meninas do outro lado da sala não. Aparentemente alguma coisa foi dito, já que Harry olhou para as escadas e começou a subir com a mulher, falando por cima do ombro:

- Já volto.

Ele subiu com ela, a mulher mostrava muita dificuldade em subir as escadas. Ella e Hermione ficaram olhando, então voltaram a olhar a casa. Era toda empoeirada, mas Hermione se distraiu com alguns livros que tinha ali.

Enquanto isso, Ella sentiu um cheiro estranho, não era mofo, mas um cheiro muito ruim. Seguiu pelo corredor escuro, puxou seu cajado e conjurou uma luz que foi na frente. No final do corredor tinha uma cozinha, e uma porta que dava para o banheiro, na frente uma outra porta. Ella tentou abrir, estava trancada.

- Allohomora.

O clique da fechadura foi ouvida, mas algo parecia forçar a porta a estar fechada mesmo que destrancada, era pesado. Ella fechou a cara, olhou para o corredor, não tinha sinal da mulher. Pegou o cajado e com força deu uma pancada na porta, abriu uma rachinha.

Deu um passo para trás, o cheiro veio mais forte ainda, a enjoando e a fazendo sentir ânsia de vômito. Olhou melhor, moscas saiam do lugar. Tentou empurrar, mas alguma coisa ainda estava bloqueando passagem.

Bufou, de uma batidinha com o cajado no chão:

- Serpentaria.

Serpentes apareceram ali, grandes e longas. Ella as comandou com seu cajado e elas entraram pela rachinha.

Ella pode ouvir as serpentes se enrolando em algo, um barulho nojento de líquido sendo movido em algo molengo. Ouviu coisas quase como se tivessem rolando, seja lá o que estiver lá dentro, as serpentes rolavam de lugar. A porta afrouxou, rangendo.

Ella abriu a porta, uma mão segurando o cajado e a outra protegendo o nariz e a boca daquele cheiro. Quando a luz foi para dentro, Ella prendeu um grito na garganta.

Batilda Begshot estava morta no chão, jogada, o rosto e pescoço machucados, cortes fundos do que Ella soube ser mordida de cobra, uma cobra muito forte dado a profundidade. As serpentes de Ella a rodeavam agora, todas sujas de sangue.

Merlin - Draco Malfoy Where stories live. Discover now