Trust | Beauany - (em revisão)

41 - JOSH

Any vem tentando descobrir o que há comigo e Sabina.

É louco imaginar como as coisas inverteram um pouco. Agora a gente se fala todo dia e se dependesse de mim, seria toda hora, mas estou indo com calma.

Indo calmo com o que, Joshua?

Minha mente, minha linda mente que sempre se mete onde não é chamada, me pergunta mas não quero respondê-la.

Não posso falar com Any que briguei com Sabina por conta do relacionamento delas. Ela vai mandar eu tomar conta da minha vida e eu dou total razão a ela.

Começo a pensar que talvez eu me envolva demais. Antes eu era indiferente com Any por tomar as dores de Sabina, agora estou irritado com Sabina por tomar as dores de Any.

Sento ereto na cama. Será que é isso? Será que não consigo ser amigo das duas e sempre tenho que tomar um lado?

Esse pensamento me deixa mal e quando menos posso esperar, estou ligando para Sabina.

Chama três vezes e na quarta ela atende.

— Josh?

Sua voz parece meio insegura. Claro que está. Não nos falamos direito tem quase duas semanas e de repente estou ligando para ela.

As onze horas da noite.

— Tudo bem?

Pergunto casualmente.

— Comigo? Está sim e você? Aconteceu algo?

— Não, Sabina. Relaxa. Não aconteceu nada.

— Hm...ok.

Ela espera.

— Poderia fazer isso amanhã de manhã mas eu não iria conseguir dormir — Suspiro —  Queria te pedir desculpas...

Posso imaginar a boca dela se abrindo com a surpresa.

— Você não...— Ela pigarreia e tenta de novo — Você não precisa pedir desculpas, Josh. Eu que deveria pedir.

Ficamos em silêncio por uns segundos, sem saber o que dizer.

— Você me desculpa?

Ela me pergunta.

— Sim. E você?

— Já disse que você não precisa pedir mas sim, também te desculpo Josh — Ela suspira e volta a perguntar — Estamos bem, então?

Quero falar que ficaríamos melhor se ela se abrisse com Any. Se elas se dessem uma oportunidade de se aproximarem mas desisto. Não vai ser assim que isso vai funcionar.

— Sim, estamos.

Consigo ouvir o sorriso na voz dela e sorrio também.

Senti falta dela.

(...)

Depois de conversar por quase uma hora com Sabina, desligo o telefone e pego meu caderno de anotações.

Escrevi bastante coisas sobre Any. Essa aproximação realmente me ajudou a tentar entende-la melhor.

Se você está fazendo isso só para obter resultados, eu sugiro que pare.

A voz de Sabina, no dia que levei Any para o parque, vem em minha cabeça.

Balanço a cabeça pra espantar a voz e o sentimento de culpa que começa a crescer dentro de mim.
Aperto mais o caderno e começo a ler.

Descobrir que Any só é agressiva, debochada, quando se sente acuada ou está na defensiva.

Outra coisa que descobri dela é que ela está SEMPRE na defensiva, fazendo com que seu comportamento negativo seja mais presente.

Descobri também que Any Gabrielly é insegura. Só que essa é uma característica que ela consegue esconder muito bem e só vendo pequenos detalhes que dá pra notar.

Eu notei e realmente não entendo.

Ela é engraçada, inteligente, mesmo não ligando muito para a escola, bonita para um caralho.

Só quero que saiba que você é a garota mais linda dessa escola.

Lembro desse bilhete e sinto uma pequena chama querendo se alastrar dentro de mim. Mas não é a mesma chama que sinto quando estou perto de Any. Não. É outra. Uma que sinto sempre que ela menciona Noah.

Ciúmes Joshua?

Adivinha quem perguntou isso? Sim, minha mente infernal que não me deixa em paz.

Ciúmes? Eu? De Any Gabrielly?

Rio sozinho.

Claro que não.

Definitivamente não.

Sinto uma vozinha rindo de deboche no fundo da mente e posso jurar que é minha consciência tirando sarro de mim.

(...)

Estou no intervalo comendo com Sabina. Ela chegou timidamente e perguntou se podia sentar comigo.

Dei meu melhor olhar de "Jura?" pra ela. Ela não falou mais nada, puxou a cadeira e sentou.

Falávamos do dia anual de boas ações, será nesse final de semana, na creche perto do parque.

Todo ano, a escola fazia uma coisa dessa, os alunos iam e ajudavam a pintar, arrumar alguma instituição que estava precisando. Não valia nota, vai quem quer.

Sempre lotava.

Enquanto como e escuto Sabina falar, vejo Any carregando sua bandeja e procurando um lugar para sentar.

A gente sentou juntos apenas duas vezes depois da "aproximação". Normalmente não a vejo no refeitório e nunca parei para pensar onde ela comia.

Na verdade parei sim, mas não tive oportunidade de perguntar.

Ela olha em minha direção e vê Sabina comigo.

Várias coisas passa por seu olhar e uma delas é uma pequena alegria.

Mas há algo lá também, algo que não consigo identificar olhando daqui.

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Cheguei pra mais uma att e resolvi fazer uma maratona. Espero que gostem, beijinhos ♥️

Maratona 1/6