O que eu me tornei (What I have become)

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França 1530

Hope ainda estava dentro da mente de Jason, com o próprio, após o retorno dele como vampiro, Hope estava totalmente curiosa pra saber o que aconteceria agora em sua história.
–E então Jason? Vai me contar o resto dessa história ou não? - Perguntou Hope um pouco curiosa.
–Calma pequeno passarinho, a história ainda não terminou, tem muita coisa para contar ainda. - disse Jason enquanto levava eles para alguns dias depois de sua transformação. –Você sabe o que acontece depois que se morre com o sangue de vampiro Hope? - Perguntou Jason.
–Sei, tem que beber sangue humano, ou se não vai morrer para sempre, isso todo mundo já sabe, e eu passei por isso, então... - disse Hope querendo saber mais da história.
–Pois bem, me alimentar de sangue humano não era o suficiente, eu ainda estava morrendo e eu sentia isso, e alguma coisa realmente estava errada, então resolvi fazer o que todo mundo faria nessas situações. - disse Jason enquanto olhava para Hope.
–Você procurou ajuda? - Perguntou Hope.
–Claro que não, eu não iria perder tempo pedindo ajuda, eu ia acabar morrendo antes de ser ajudado, eu fui procurar o Necromancer, o único que poderia me ajudar. - disse Jason zombando de Hope.
–Quem em sã consciência vai pedir ajuda a aquele cara? - Perguntou Hope em um tom irônico.
Jason não respondeu nada e apenas os levou para alguns minutos no futuro, mostrando seu eu do passado encontrando o Necromancer.
–Então você é o Necromancer? - perguntava Jason um pouco inseguro.
–Não apenas o Necromancer criatura insolente, eu sou o inimaginável, o grandioso, maravilhoso e invencível NECROMANCEER - disse ele se engrandecendo.
–Você é um pouco exibidinho Frankenstein, mas e aí? Está disposto a ajudar uma criatura? - Perguntou Jason em um tom sarcástico.
–O que você quer criatura desprezível? - Perguntou o Necromancer encarando Jason.
–Eu estou morrendo, o meu lado vampiro está sugando meu lado tritão, e eu não sei o que fazer para impedir isso. - disse Jason enquanto começava a tossir sangue.
–Que nojo. Mas diga-me pequeno passarinho, por quê quer tanto ser salvo da morte? Por que eu deveria usar minha magia para te manter vivo? - Perguntou o Necromancer intrigado.
–Por que eu não posso morrer ainda, não antes de matar todos aqueles que transformaram a minha vida em um inferno, os responsáveis por eu estar morrendo. - disse Jason rangendo os dentes.
–Vingança? Eu adoro uma boa vingança, e apenas por causa disso eu vou te ajudar, mas tem duas condições. - disse o Necromancer enquanto ria e batia palmas.
–Quais? Seja o que for eu topo, desde que me mantenha vivo para atingir o meu objetivo. - disse Jason em um tom sério.
–Eu gostei de você. - disse o Necromancer. –Não é bem o seu lado vampiro que está acabando com seu lado tritão, na verdade é o contrário. O seu lado tritão abomina o seu lado vampiresco, e por isso, para que você não morra, um terceiro lado deve surgir, um lado que se conecte através da magia negra. Mas para isso acontecer, você terá que matar 100 inocentes a cada século, durante 3 séculos, para que você se torne imortal e nunca possa morrer. - continuou o Necromancer.
–Em outras circunstâncias eu iria negar isso, mas eu não posso deixar pra lá o que aqueles monstros fizeram com o lugar que eu cresci, então eu topo. - disse Jason confiante.
–Tem certeza disso Jason? O sangue de inocentes estará em suas mãos. - disse Necromancer com um olhar sádico.
–Toda certeza do mundo.
Jason, (o dos tempos atuais) levou Hope até o momento do feitiço, onde Necromancer matou seu eu do passado e o trouxe de volta a vida como um banshee. A magia negra de sua terceira parte cercava as outras duas e alinhava as três como se fosse uma.
–O que acontece agora? - Perguntou Hope.
–Agora acontece a matança, depois dessa transformação, eu matei vários inocentes durante todos os séculos, até os dias de hoje, para manter minha juventude e minha vida intactas. Tudo bem que só precisava de 3 matanças, mas eu não consegui me segurar nas outras. Eu precisei desligar minha humanidade.- disse Jason enquanto avança o tempo.

Mystic Falls, 1804.

Jason e Hope agora estavam no século 19, eles estavam em uma fazenda rústica e pacata, que ficava na parte mais tranquila do que mais tarde seria chamado de Mystic Falls. Hope observou e acabou reconhecendo um rosto familiar: Laura Hale.
–O que a Laura está fazendo aqui? Pera, onde estamos? - Perguntou Hope curiosa.
–Estamos aqui por quê é onde eu tive que trair a mulher que eu amei por algum tempo para meu próprio benefício. - disse Jason enquanto apontava para Laura que estava conversando com seu eu do passado.
–Jason? - Perguntou Laura enquanto segurava seu leque.
–Eu estou colhendo os frutos do Jardim que seu pai pediu, depois vou cuidar dos animais da Fazenda. - disse Jason com um olhar sedutor.
–Não quer abrir um espaço na sua agenda para mim? - Perguntou Laura enquanto sorria.
–Por você? Eu largo tudo. - disse Jason beijando-a.
Hope ficou um pouco confusa, parecia mesmo que Jason era apaixonado por Laura, e que havia esquecido todo aquele lance de vingança, mas na verdade ela estava um pouco enganada sobre a vingança, pelo menos em partes.
Jason mostrou a ela, que por um momento, ele estava sendo feliz com Laura, e que ele sabia do seu segredo, de ser uma bruxa sifão, e das dificuldades que ela passava.
–Eu não aguento mais... Eu não aguento ser vista pelo meu clã como uma aberração, eu não sei porquê eles me julgam tanto, eu não escolhi ser assim. - disse Laura chorando, enquanto encostava a cabeça no ombro de Jason.
–Ei, olha pra mim, você não é uma aberração, você não é nada dos que os outros falam. Apesar de você ser diferente dos outros, você é especial e tem um brilho em seus olhos diferente de tudo o que eu já vi. - disse Jason enquanto colocava suas mãos sobre o rosto de Laura.
–Eu fico muito feliz em ter você ao meu lado, e queria muito que pelo menos a minha família pensasse como você, mas eles também concordam com o clã... Mas tudo bem, eles são minha família, tenho que aceitar. - disse Laura enxugando suas lágrimas.
–Nada disso, não é porquê é sua família que você deve aceitar tudo o que eles falam. - disse Jason enquanto entregava um chá para Laura. –Toma, beba esse chá, está uma delícia. - continuou Jason.
Hope acabou achando aquela história muito familiar, e acabou entendendo o que aconteceu, Jason colocou seu sangue na bebida de Laura, o que fez a transformar em herege.
–Você colocou seu sangue na bebida dela e a matou logo em seguida não foi? - Perguntou Hope em um tom sério.
–Foi necessário, para salvar sua vida. Eu sentia que estava morrendo novamente e eu precisava fazer minha última matança antes de me tornar imortal, então tive que matar todos, um por um, quebrando pescoços, arrancando cabeças, afogando, uma delícia total. - disse Jason em um tom sarcástico.
–Você matou a Laura não foi? - Perguntou Hope um pouco irritada.
–Não Hope, é claro que não, o pai dela a matou, eu ouvi um comentário dele na noite anterior sobre matá-la por ela ser uma aberração. Quando ele fez isso, eu matei todos eles, e ela acordou horas depois, como herege. Eu apaguei a memória dela, para ela não ter que lidar com a cena do pai dela matando-a, preferi que ela achasse que tinha sido eu.- disse Jason em um tom sério.
–Então você acabou salvando ela, mas matando várias pessoas inocentes? - Perguntou Hope intrigada.
–Eles não eram inocentes Hope, eles sacrificavam seus animais e suas crianças negras para absorver a magia e a energia vital delas, por que achavam que eles eram impuros por não serem brancos. Acha que isso é normal Hope? Pessoas assim merecem a morte, e eu apenas fiz o que qualquer pessoa descente faria. - disse Jason enquanto estala seus dedos, para trazê-los de volta para realidade.
Voltando para realidade, Hope percebeu que Jason não era tão mal como ele parecia ser, e que até ele merecia o perdão, mas não era bem isso que sua tia Freya pensava, e ela estava a esperando quando ela voltou.
–Tia Freya? - Perguntou Hope assustada.
–Me desculpa Hope, eu não consegui segurá-la por muito tempo. - disse Louisa um pouco decepcionada consigo mesmo.
–Eu não acredito que mais uma vez você se arriscou assim sem pensar em como seus parentes e amigos ficariam se algo acontecesse com você. Eu não esperava isso de você Hope, pensava que você era mais responsável. - disse Freya decepcionada com Hope.
–Desculpe tia Freya, mas eu sou a única aqui tentando fazer alguma coisa para impedir a coisa que está dentro da tia Rebekah, me desculpe se tentar impedir que aquilo nos mate é errado para você. - disse Hope irritada.
–Fazer alguma coisa que você diz é se aliar a outro inimigo pior que não fez nada além de tentar te matar? - gritou Freya.
–Ele não é mal como diz ser, ele é apenas vítima do legado dos Mikaelson, vítima dos erros do meu pai, e agora eu entendo o porquê dele ter feito tudo o que fez. - disse Hope desafiando sua tia.
–Você está dizendo que defende o que um maníaco está fazendo? - disse Freya aborrecida.
–Hope, você não pode confiar nele, ele me matou, não é confiável, sua tia está certa. - disse Laura Hale em um tom sério.
–Você fala isso por quê não sabe a verdade Laura, eu escondi tudo para te proteger, mas acho que já está na hora de você descobrir a verdade, Bela. - disse Jason enquanto estala seus dedos para recuperar a memória de Laura.
Nesse momento, Laura é atingida pela realidade, suas memórias foram restauradas e tudo caiu sobre ela com força, fazendo com que a mesma desatasse a chorar.
–Foi o meu pai? Ah meu Deus, e esse tempo todo eu achei que tinha sido você. - disse Laura tentando parar de chorar.
–Do que ela está falando? - Perguntou Freya.
–O Jason apagou a memória em que o pai dela matou ela, e fez ela pensar que foi ele, para evitar a dor daquela memória terrível. - disse Hope em um tom suave.
–Vocês estão sendo controladas por ele, é impossível. - disse Freya irritada. –Eu vou dar um basta nisso.
Freya então abriu a jaula de Jason com sua magia, enquanto estava segurando o arpão que estava enfeitiçado com aroma de lavanda e as pontas feitas de madeira. Jason não conseguia escapar, pois estava sendo detido por Louisa, que o prendia dentro da jaula com sua magia.
Hope vendo aquilo, lançou um feitiço explosivo que jogou Freya e Louisa para o outro lado da sala, e abriu as portas do Russeals.
–Jason, corre. - gritou Hope enquanto segurava Freya que tentava se levantar.
–Por que está fazendo isso Hope? Por que ajudar o garoto malvado? - Perguntou Jason confuso.
–Porque você não é o vilão dessa história, você também é a vítima. - disse Hope em um tom sério e melancólico ao mesmo tempo.
Jason a olhou por alguns segundos e logo em seguida usou sua velocidade de vampiro para sair de lá o mais rápido que podia. Hope pegou sua jaqueta vermelha e correu dali, trancando Freya, Laura e Louisa dentro do Russeals, as três sem magia.
–Hope. - gritou Freya enquanto tentava abrir a porta.
–Ela já foi, e provavelmente não vai voltar. - disse Louisa.
–Essa garota não vai aprender que não se deve confiar em vilões? - perguntou Freya.
Antes que ela pudesse obter uma resposta, a adaga que estava cravada no corpo de Rebekah começou a tremer e depois de alguns segundos saiu, e o Homem de Preto despertou no corpo dela.
–Você de novo não. - Louisa disse enquanto jogava uma poção paralisadora.
–Você acha que isso vai adiantar de algo? - disse Rebekah parando a poção no ar.
Antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa, Rebekah colocou as três para dormir e saiu pelas portas do Russeals, atravessando as mesmas como se fosse um fantasma.
–Chegou a hora de te matar Hope.

Legados Sombrios (Dark Legacies)Where stories live. Discover now