Jungkook se aproxima e alisa meu rosto com carinho. Fecho os olhos e controlo a vontade de chorar presa na garganta.

— Com quem você estava sonhando?

— Não era ninguém.

— Ji...

— Eu quero dormir, Jungkook — viro o rosto e desvio o olhar dele.

— Fale comigo — insiste novamente.

Contraio a mandíbula e murmuro:

— Saia, por favor.

— Não vou sair — o peso da cama muda e vejo quando ele se deitar ao meu lado. — Irei ficar aqui com você.

— Por que está insistindo tanto nisso, Jeon? — falo furioso. — Há um dia você jogou na minha cara que o nosso nível social é diferente, o que te faz agora querer ficar perto?

— Eu errei e vim aqui para me redimir, droga — murmura sério. — Agora se deita, está tarde.

Continuo sentado, fitando-o, confuso. Ele é maluco, mas pelo menos se desculpou por ontem.

— Park Jimin.

Escorrego pelo colchão e deito de lado. Ele faz o mesmo e por algum tempo ficamos nos encarando em silêncio.

— Não irá me contar sobre o que se tratava o sonho? — pergunta.

Nego, vendo-o revirar os olhos. Sorrio de leve e resmungo baixo: — Você é muito insistente e irritante.

— É ótimo saber o que você acha sobre mim — diz sarcástico.

Apoio o braço debaixo da cabeça e suspiro, começando a ficar sonolento.

— Por que estava aqui?

— Vim aqui te ver!

— Não acredito nisso.

— Tudo bem — suspira ficando de lado. — Você pode achar estranho, mas às vezes, gosto de observá-lo dormindo. Faz-me sentir...

— Sentir o quê?

Ele balança a cabeça.

— É um tanto quanto confuso tudo isso, Jimin e eu não deveria me sentir assim, mas... – confessa. – É como se Akira nunca tivesse existido para mim ou estou me descobrindo ser outra pessoa.

Aquilo não deveria doer tanto quanto doeu.

— Então, qual o motivo pelo qual estou aqui no palácio e por que faz tanta questão que conviva com você?

— Eu... — ele se interrompe, balançando a cabeça e puxa o ar com força para os pulmões. — Só quero ter a sua companhia.

Sem conseguir me conter, coloco a mão no seu rosto, acariciando bochecha e em troca recebo seu olhar intenso.

— Não sei o que está acontecendo entre nós e não sei até onde isso nos levará, mas, ainda assim, quero a sua companhia tanto quanto você quer a minha.

— Você é incrível.

— Sei disso — brinco, querendo dissipar a nuvem de tensão entre nós.

Sinto a sua mão na curva da minha cintura e não me sinto mais incomodado com o seu toque como antes. Até posso sentir um pouco de segurança perto dele.

— Posso passar a noite aqui?

— Já que está deitado mesmo! – dou de ombros. – Depois de acomodado é chato ter que levantar.

— Sempre tem uma resposta na ponta da língua, hein?

Sorrio de lado: – Quase sempre.

Aconchego-me mais nos lençóis e fecho os olhos. Até posso sentir o sono querer me levar mais uma vez, mas o medo do pesadelo voltar me deixa em alerta.

— Não vai me dizer mesmo o que sonhou? — abro os olhos e bufo.

— Vamos dormir, está tarde.

— Sei que esconde algo — não desiste.

Reviro os olhos e por dentro fico receoso.

— Todos escondem algo.

— E eu esperarei o dia que você me dirá sem que eu precise insistir tanto.

— Um dia, quem sabe. — balbucio.

Solto um pequeno sorriso e decido tentar dormir para finalizar logo essa conversa desagradável.

— Boa noite. — murmuro.

— Boa noite.

— Estarei aqui se precisar.

Essas foram às últimas palavras que ouço antes de adormecer.

E a noite vai ter mais att bjs

Vendido Para o Rei - Versão JikookWhere stories live. Discover now