25 | sorte de um pobre homem velho.

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200 comentários e tem atualização dupla na próxima semana, capítulo 26/27 um logo atrás do outro. vamos botar esses dedos em ação? vocês topam? ;)

Tem alguém aí fora?
Tem alguém ouvindo?
Alguém realmente sabe?
É o fim do começo
O choro, a corrida, uma respiração
É tudo o que nós estávamos esperando
Algumas vezes eu quero o que foi me tomado
Muda todo mundo antes

É tudo o que você queria, é tudo o que você não queria
É uma porta se abrindo e uma porta se fechando
Algumas orações acham uma resposta
Algumas orações nunca sabem
Nós estamos segurando firme e deixando ir

ROSS COPPERMAN — HOLDING ON AND LETTING GO

Aqui, observando o céu despencar em gotas grossas e fortes sobre nossas cabeças, sobre estes prédios, eu completava uma semana na Galeria

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Aqui, observando o céu despencar em gotas grossas e fortes sobre nossas cabeças, sobre estes prédios, eu completava uma semana na Galeria. Deslumbrada com o que aprendia a cada segundo, com o quão experiente Kiara era, como ela estava considerando minha opinião cada vez mais, com a beleza que me cercava e contemplava as melhores cinco horas do meu dia.

Era definitivamente uma parte de mim que havia se erguido, disparado, enchendo-se de tanta animação e correndo a liberdade por minhas veias toda vez que eu entrava aqui. Era como se fosse o sinal que eu precisava para decidir algum rumo e forçar meus limites até que eu estivesse orgulhosa de algum aspecto sobre mim.

Eu já estava sentindo os sinais do cansaço dessa nova rotina, mas não importava. Eu estava tão feliz em poder ter essa oportunidade que era simplesmente revigorante. Eu gastei tanta energia sendo infeliz, então por que não desta vez?

Eu pensei que eu estava indo bem.

Eu realmente pensei.

Eu pensei que estava dando tudo de mim e que estava sendo meu melhor. Nem importava a presença de Malorie. Aliás, quando ela pretende ir, porra?

No entanto, aqui observando a chuva fria e sentindo os respingos molharem minha pele e meus cabelos, eu tentava conter a frustração que imobilizava meus ossos. Kiara tinha acabado de me dispensar quando dois dias atrás estava dizendo o quão satisfeita estava com sua escolha.

Eu tinha sido dispensada.

Do que mais estava me fazendo feliz ultimamente.

Era uma sensação diferente, mas não tão difícil de entender. Eu podia me sentir voltando as origens. Eu podia sentir os dedos gelados e calejados da solidão, da insuficiência e da impotência se agarrando as minhas pernas, agarrando minha cintura, meus braços, arranhando minhas costas.

Eu quase me esqueci o que acontecia quando eu me permitia querer tanto algo, possuir algo que despertava a versão enterrada de mim; a que lembra o que sentir a felicidade pulsando nas veias. Porque isso não era mais compatível e eu quis acreditar que pudesse ser.

Amnésia (vol.1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora