08 | limite da superfície.

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They tell me it ain't that bad, now, don't you overreact
[Eles me dizem que não é tão ruim, não exagere]
So I just hold my breath
[Então eu apenas seguro minha respiração]
Don't know why I can't see the sun when young should be fun (fun)
[Não sei por que não consigo ver o sol quando ser jovem deveria ser divertido]

(...)

And I guess the bad can get better
[E eu acho que o ruim pode melhorar]
Gotta be wrong before it's right
[Tem que estar errada antes de estar
certa]
There's truth in every word I write
[Há verdade em cada palavra que escrevo]
But still, the growing pains, growing pains
[Mas ainda, as dores do crescimento, dores do crescimento]
They're keeping me up at night
[Elas continuam me mantendo acordada a noite]
And I can't hide
[ E eu não posso me esconder]

Alessia Cara — Growing Pains.

São 14 novas mensagens no meu celular quando dobro o bloco b atrás da minha sala de pintura

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São 14 novas mensagens no meu celular quando dobro o bloco b atrás da minha sala de pintura. Atrasada mais uma vez, dou uma corridinha nervosa para testar qualquer coisa que pudesse me aproximar de um tele transporte. Mal tenho tempo para apreciar o cheiro de flores que vem dos canteiros que decoram ambos os lados do corredor aberto, porque já perdi a primeira aula e estou chegando já no fim da de pintura. Isso é uma merda, porque ontem mesmo eu estava falando o quão disposta estava a mudar.

Cá estou eu; cabelos molhados por conta de um banho apressado, uma leve dor de cabeça consequente do álcool de horas atrás e muitas explicações para dar. Explicação para Gwen Evans, já que devia ter me reunido com ela ontem para continuar nosso projeto do semestre. Uma para Ethan, visto que depois de nossa discussão matinal do dia anterior eu não havia cruzado com ele. Talvez até mesmo uma para Jessica que estava saindo de um quarto da casa de fraternidade onde passei a noite. Mas estávamos mais para cúmplices do que para suspeitas.

Mas todas essas explicações, na hora, sairão na forma de uma linda mentira que encobrirá o que eu realmente estava fazendo: bebendo com Ryan Price e o acompanhando até seu quarto no meio da noite. E, para minha não tão surpresa, ele faz jus aos boatos que correm pelo campus. Meu Deus, e como faz.

Aquela boca poderia ser comparada a alguma droga que mexe com seu sistema e te faz perder a linha no segundo em que encosta na sua pele. O jeito que ele segura sua cintura quando você fica de quatro e principalmente o quão bem usa as mãos; a maestria é impecável e te faz questionar até mesmo a realidade. Ryan cumpriu as expectativas com tranquilidade e eu finalmente estava relaxada, afinal, minha última transa com Hunter — me dei conta sobre quem ele era após vê-lo outra vez — naquela festa tinha deixado meu humor ainda mais deplorável do que ficar sem transar. Porque transar e não gozar quando só de olhar para um homem daqueles faz suas pernas ficarem bambas é uma tremenda decepção.

Amnésia (vol.1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora