Capítulo 3: Pressentimentos

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Concentração/Ilha do Arraial
- Estou viva. Como isso é possível?- pergunta Samira.
- Foi isto. - o coronel Ribeiro mostra um tipo de frasco.
- E o que é? - diz Samira.
- Isto é um tipo de soro. Ele penetra os tecidos e revive a pessoa em segundos. - diz Rivers.
- E o que vocês querem de mim? - pergunta Samira.
- Samira. Nós do Exército Vermelho temos uma proposta pra você. - diz Ribeiro. - Estamos desenvolvendo uma pesquisa que visa o extermínio da raça mutante. Essa praga, criada pela Julia, tem que desaparecer. - diz Ribeiro.
- Por que vocês querem acabar com os mutantes? - pergunta Samira. Se ela quisesse ela poderia usar sua hipnose(absorvida da Gór), mas ela queria saber naturalmente quem eram os caras que a reviveram.
- Os mutantes tomaram muitos lugares na sociedade. Isso está deixando as coisas péssimas para os humanos. - diz Ribeiro.
- E por que eu deveria ajudá-los? - pergunta Samira.
- Por quê? Você se lembra dos mutantes do bem que a abandonaram? Eles estão vivos ainda.
A única coisa que Samira pensou foi na filha. Que talvez tenha crescido. Mas sua resposta foi bem dura.
- Eles que vivam a vida deles. Eu não tenho nada a ver com isso. - diz Samira.
- Sabia que diria isso. - diz Rivers. Ele atira um dardo na nuca de Samira.
- Ai!
Ela puxa o projétil e se vira para os militares.
- O que vocês...
- Se você não pode nos obedecer, vamos ter que forçar você. - diz Ribeiro.
- Estou as ordens. Qual é a missão, senhor? - diz Samira, como se o dardo tivesse injetado uma substância que a controlava.
- Cause um pânico na cidade. Nela você encontrará outro mutante. - diz Ribeiro.
- Senhor, os mutantes do mal capturados pelo DEPECOM na cidade. O que devemos fazer com eles? - diz Rivers.
- Façam o que fizemos com a Samira. Depois o soltem. Os policiais do DEPECOM não devem saber do que está acontecendo. - diz Ribeiro.
- Sim senhor. Os subordinados farão o que o senhor disser através de mim. - diz o sargento.
- Ótimo. Está dispensado.
- Com licença. - diz Rivers.

Mansão Mayer/Escola Caminhos do Coração
Rony estava no quarto que dormia Samirinha. Ele não estava treinando com seu cajado como fazia na ONG do Rio, mas agora estava num computador fazendo um "trabalho". Foi quando que alguém bate na porta.
- Entre. - ele diz.
- Oi amor. Que está fazendo? - pergunta Samirinha.
- Calculando dispensas. Já faz duas semanas que não faço o que gosto de fazer. - diz Rony. Samirinha sabia do que Rony falava, e não gostou nada.
- Tá falando do seu "trabalho" que você fazia no Rio? Ronald, não já conversamos sobre isso? Eu não quero um bandido como namorado. - diz Samirinha.
- Sami, eu sei que é difícil pra você, mas pra mim também é. A verdade é que... Não é tão fácil largar sua primeira vida. A que você foi acostumado a praticar entende? - diz Rony.
- Eu sei, amor. Eu sei que é difícil. E eu tô tentando te mostrar um caminho diferente, que você pode ser feliz sem roubar ou fazer coisas bem desagradáveis. - Samirinha se senta e pega na mão dele. - Se você acreditar no meu propósito, eu posso te mostrar vários caminhos do bem que você não precise mais fazer isso.
Rony se emociona com as palavras da namorada. Ela pega o rosto dele e colam suas testas. Quando já iam se beijar, Samirinha sente alguma coisa, não no seu corpo.
- Ai! - diz ela.
- O que foi amor? Algum problema? - pergunta o Magister.
- Rony eu tô vendo algo... Parece... Uma ilha. - diz Samirinha.
- Uma ilha? - diz Rony.
- E não é só isso. Nessa ilha tem um grupo de soldados... Parecendo com soldados alemães. - diz Samirinha.
- Tipo soldados nazistas? - diz Rony.
- É.
E ela vê algo ainda mais surpreendente.
- Não pode ser. - diz Samirinha.
- O que foi? - pergunta Rony, estranhando a namorada que já começa a suar. - O que foi? Samira o que você tá vendo? - Rony estava começando a ficar preocupado.
- Rony... Esses soldados... Eles estão com um corpo. Não. Não pode ser...
A figura se encaixava perfeitamente com o DNA de Samirinha.
- NÃO!
O grito de Samirinha pega a mansão inteira. As pessoas são acordadas. Gór e Maria são as primeiras a irem ao quarto dela.
- O que aconteceu? - pergunta Maria.
- A minha namorada, ela tá tendo uma visão Maria. - diz Rony.
- Uma visão?
- Samirinha tem o dom da clarividência que herdou da mãe. - diz Beto. - Filha, o que você está vendo?
Samirinha respirava pesadamente.
- Esses soldados... Eles...
A figura da mulher com uma espada estava de pé na frente da visão de Samirinha.
- Eles reviveram minha mãe! - Samirinha deu a palavra final. A escola entra em choque.

- O que? - diz Maria.
- Não pode ser. Que soldados eram esses Samirinha? - pergunta Beto.
- Pai. Esses soldados reviveram a mamãe. - diz Samirinha.
- Esses soldados são parecidos com os nazistas da segunda guerra. - diz Rony.
- Exército Vermelho. - diz Marcelo.
- Você os conhece? - pergunta Gór.
- Já ouvi falar. - diz Marcelo.
- Eu também. Eles são um grupo de cientistas militares que visam conquistar a paz. - diz Beto. - Mas seu verdadeiro objetivo não é esse. E sim o controle.
- "Controle" de quê? - pergunta Gór.
- Eles querem acabar com os mutantes, já que dizem que esse mundo não cabem duas raças. - diz Beto.
- Eita lelê. Mais uma vez os mutantes serão alvo de perseguição por causa do preconceito dos humanos. - diz Maria.
- Mas o que isso tem a ver com a mamãe? Por que eles iriam querer a mamãe, já que ela é mutante? - pergunta Samirinha.
- Samira é tão poderosa quanto você, Tati, Maria, Valente, Cris ou qualquer outro. Se ela se aliar ao exército, temo que buscará vingança. - diz Marcelo.
- Eu não acredito que terei que enfrentar minha irmã de novo. - diz Maria.
Samirinha se vira para a lua.
- Eu sei que isso deve estar mexendo com seu psicológico Samirinha. É melhor você não se envolver nisso. - diz Maria.
- E perder a chance de conhecer minha mãe, tia Maria? Não. Eu vou com você, com papai e com o tio Marcelo. Eu realmente quero conhecer a mamãe, só não imaginei que seria assim. - diz Samirinha, magoada.
- Gór, as aulas continuam. No entanto, reúna a liga do bem secretamente. Precisamos parar o Exército Vermelho enquanto ainda está inativo. Samirinha, onde eles estão? - pergunta Beto.
- Em uma ilha. A 300 km da costa. - responde Samirinha.
- Eles estão na ilha do Arraial. Provavelmente na Concentração. - diz Gór.
- Muito bem. Gór, faça o combinado. Vou chamar Tati e Eugênio pra nós ajudar. - diz Beto.
- Faça isso Beto. - diz Gór. - Ai Deus. Eu imaginando quando essas batalhas contra as forças do mal vão acabar.

Já eram mais ou menos quatro da manhã. Samirinha e Rony estavam dormindo de concha. Ele sem camisa(para esquentar o corpo dela) e ela com um suéter de treino. Ela esfregava a coxa na dele, só para provocá-lo.
- Para. - ele sussurra.
- Com o que? - ela aumenta ainda mais o ritmo.
- Você tá me deixando "nervoso". - diz ele, começando a dar sinal. Mas os dois continuavam de olhos fechados, fingindo dormir. - Eu quero dormir.
- Dorme então. - ela foi maliciosa e aumentou o ritmo.
- Não faz isso. - diz ele.
- Ou então o que? O que vai fazer comigo? - pergunta ela.
- Eu vou revidar. - sussurra ele no ouvido dela, o mordendo e deixando-o vermelho.
Malandro como é Rony e rebelde como é Samirinha, eles não perdem tempo e começam uma batalha de beijos. Ele sobe, ficando por cima dela. Ela sorri entre o beijo. Os dois começam alguns movimentos por baixo dos lençóis, mas nada de relação. No entanto seus corpos pediam mais e mais. Rony desce a boca para o pescoço de Samirinha e ela arranha as suas costas.

Guarujá/Casa de Tati e Eugênio
- Tá tio. Já estamos indo. - diz Tati.
- O que o Beto disse? - pergunta Eugênio.
- Temos que ir à mansão. - diz Tati.
- Mas por que? - pergunta Eugênio.
- A mãe de Samirinha, Samira Mayer. Está viva. - diz Tati.
- O que? - Eugênio toma um susto.

Uma atmosfera densa e negra paira sobre São Paulo. E agora, como será daqui pra frente? Samirinha lutará contra a sua mãe? E o que o Exército Vermelho estará planejando?

Mutantes: A ascençãoWhere stories live. Discover now