Segredo

299 46 50
                                    

Dicionário privado de Jackeline R. Eglington.

SEGREDO

Substantivo masculino

Aquilo que a ninguém deve ser revelado; o que é secreto, sigiloso. O que há de mais escondido; o que se oculta à vista e ao conhecimento.

  ************

Pov Snape

Passei a manhã inteira aguardando minha mãe sair de casa. Ainda não tinha falado para ela sobre o incidente com a vizinha, na realidade a vizinha é que era o incidente. Que garota mais escorregadia, além de não sair de casa agora decidiu ser uma boa vizinha e me dar privacidade.

Procurei a intrometida por todas as janelas durante o dia inteiro e nada, ela simplesmente desapareceu. Mas se ela pensa que conseguiria fugir de mim está muito enganada, já que ela está momentaneamente impedida de sair de casa eu mesmo irei visitá-la afinal somos vizinhos.

Tentei pensar no que Lilian faria, afinal ela é mais sociável do que eu. Eu deveria levar algum presente? Mas o que poderia ser? Flores? Com certeza um livro seria bem melhor, pelo menos eu preferiria. No que eu estou pensando? Não estou indo para uma festa, estou indo colocar aquela intrometida no lugar dela. Tirei da cabeça todas as demais coisas e me foquei no que tinha que fazer.

Caminhei até a casa ao lado já com um discurso em mente, era algo como, preciso de ajuda para conhecer o bairro ou qualquer bobagem dessas.

Bati na porta e esperei alguns minutos até que ela foi aberta por uma mulher de meia idade que tinha um curto cabelo loiro, deveria ser a mãe da intrometida. Ela pareceu um pouco confusa em me ver ali parado na porta, como se o mero pensamento de alguém estar batendo a sua porta fosse inacreditável.

‒ Bom dia senhora. Me chamo Severo Snape e me mudei para a casa ao lado com a minha mãe. A senhora deve ter ficado sabendo.

‒ Ah sim, claro querido, eu vi. Até falei com sua mãe um dia desses. Em que posso ajudar?

Enquanto ela falava estudei a entrada da casa, que no mínimo era algo muito estranho. Atras da porta aberta havia uma ante sala com alguns aparelhos trouxas dispostos sobre uma mesa e logo atras outra porta de vidro que estava totalmente fechada.

‒ Na verdade ainda não conheço ninguém por aqui e pensei que sua filha poderia me ajudar nisso. As vezes eu a vejo na janela e pensei que ela poderia me mostrar o bairro.

As vezes a vejo na janela tinha sido generosidade da minha parte, eu a via o tempo todo, essa garota parecia não ter mais o que fazer. Mas como estava tentado chegar até ela tinha que parecer simpático para a mãe dela.

Antes de responder a mulher olhou para trás como se garantindo que não seria ouvida

‒ Ah não querido, Jackie não é minha filha.

Então o nome da intrometida é Jackie, e a mulher a minha frente não era a mãe da garota, informação interessante. E parecendo um pouco triste a mulher completou.

‒ Infelizmente isso não será possível querido, Jackie não pode sair de casa.

‒ Se ela estiver impossibilitada de sair esses dias eu posso fazer companhia pra ela, será bom ter com quem conversar. Se a senhora aprovar é claro.

Por um momento a mulher a minha frente ficou em silencio e depois de um longo suspiro falou.

‒ Sr. Snape... Primeiro quero que entenda que Jackie não é como as outras garotas da sua idade. Não é que ela esteja momentaneamente impossibilitada de sair de casa. El nunca poderá sair de casa.

Uma janela para o amorWhere stories live. Discover now