[CONCLUÍDA] Overlord| Jikook

22º Reinado: Anunciação

— Veja, Príncipe... Veja como o seu reino realmente está. — Namjoon falava, ao passo que Jungkook se escorava pelas paredes, tentando puxar o ar para dentro inutilmente — O controle dessa nossa raça, mantendo os humanos separados de nós. Mantendo o animal preso em cada um de vocês silencioso e obediente à alma... E não vulneráveis à transformações... — ele dizia. — O poder das bruxas garante isso, mas há alguns de nós que querem quebrar essa paz, porque nos querem no poder absoluto. Mas eu sei, Príncipe, que estas criaturas não são controláveis... Elas não podem sair das sombras...

A essa altura não conseguia evitar se deixar cair no chão, segurando a garganta, sufocando como sentisse seus alvéolos colabando e o asfixiando. — Essa é a consequência. Sem o colar você percebe a realidade? — ele dizia, movendo a peça entre os dedos, enquanto Jungkook via pessoas passando pelo corredor, o atravessando como se não fosse nada, ou como se elas não existissem de fato. Seus ouvidos eram tomados pelo constante e agudo som de sinos de vento que o mantinham minimamente são, mas o efeito já parecia fácil de ser ignorado, mediante a dor de estar literalmente morrendo — Você mal consegue respirar, sem o sangue dele — Está faminto por dentro, mas isso aqui te mantém vivo. — ele dizia. — Aliás... — ele riu. — é uma ironia dizer que está vivo.

Os olhos de Jungkook que foram tomados pelo vermelho e lágrimas que deixava cair imediatamente miraram os dele, ao ouvir aquilo. E ergueu sua mão, a que não segurava o colar parecendo comparar com o que lhe mostrou naquele mesmo momento, com uma agulha espessa, grande e amarelada, na verdade da mesma cor de seus olhos. — Quando seu pai me invocou, eu pensei que era você quem eu teria que enfrentar, consegue acreditar nisso? Então estou surpreso em saber que é na verdade uma criança ingênua. Nunca se perguntou o motivo de não poder sair? —O Príncipe tentava se manter acordado enquanto sua pele se tornava roxa, mas ainda engatinhava na direção do outro — Você só existe aqui.

O corpo de Jungkook caiu pesadamente contra o chão, e seu último pico de energia foi gasto para se virar. Os olhos lacrimejantes miravam o teto luxuoso, mas ele tentava se concentrar em ouvir Namjoon — Este é o meu presente com adiantamento. Estou abrindo seus olhos. Não vou te deixar morrer, então não se preocupe, não é como se fosse possível. Só estou recarregando as energias, aproveitando a oportunidade — prosseguia. — Mas devo dizer que está mais do outro lado do que deste. E a cada dia isso está piorando, Jungkook. Não consegue sentir? — murmurava, o outro ouvia sua voz distante, perdendo os sentidos aos poucos.

Não importava o que ele dizia, todo o seu corpo parecia queimar e se rasgar por dentro, como se as veias estivessem explodindo.

— Este colar é uma bela arma. Ele é maluco por te entregar? — começou, erguendo o objeto pelos dedos, mas foi impedido de prosseguir, porque algo aconteceu muito rapidamente, e apenas um vulto vermelho foi visto naquele momento.

Pela janela ele entrou repentinamente, quebrando o vidro de alto a baixo e se jogando em cima de Namjoon, fazendo-o ir ao chão, depois de quebrar a mesa que era de madeira maciça. Jungkook estava praticamente morto quando vi os olhos vermelhos de Taehyung, ele murmurou coisas que não compreendia e colocou o colar de volta no mais novo, segurando sua cabeça.

E como mágica, o ar em sua volta já não era mais impossível de ser capturado.

Taehyung não aturava Jungeom, mas parecia preocupado com Jungkook tentando se comunicar com ele.

O ambiente tinha voltado ao normal, apenas sangue azul marinho estava no chão próximo ao corpo ferido de Namjoon, não via mais seres tremeluzentes a circular.

Ainda estava vivo.

👑

Estava naquele momento aguardando a volta de Taehyung, depois de cobrir o espelho como este lhe disse que fizesse. Se sentia exausto, mas era impossível descansar a mente, dadas as circunstâncias. E depois de chegar tão perto da morte, no fundo não queria mesmo dormir. Antes de cobrir o espelho viu as marcas que fez com as próprias mãos em seu pescoço, tentando fazer aquela sensação de sufocamento passar, se arranhando e apertando. Foi a segunda pior sensação que já havia vivido em toda a sua vida. A primeira... — Jungkook? — o Duque lhe chamou da porta. O Príncipe se levantou da cama, virando-se para ele, vendo-o fechar a porta antes de entrar.