Capítulo 17

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Dulce abriu a porta de casa e sorriu ao encarar Ucker.

Ucker: Você me ligou e eu vim. - sorriu dando de ombros.

Dulce: Podemos dar uma volta na praia?

Ucker: Claro! - assentiu sorrindo.

Quando chegaram ao lugar Dulce tirou o tênis os deixando no carro e descalça caminhou pela beirada do mar, a água batendo nos pés e molhando os tornozelos de fora. Ucker a observava enquanto a acompanhava.

- Eu te liguei porque eu tomei uma séria decisão.

Ucker: Que decisão?

Dulce: Eu não tentei me matar três vezes à toa, pra chamar a atenção ou porque estou louca... Uma coisa muito ruim aconteceu comigo, é o máximo que eu posso te dizer sobre isso agora... E essa coisa que me aconteceu tirou toda a minha vontade de ficar viva e quando eu achei que tava tudo bem esse “passado” voltou à tona do nada e não consegui lidar com ele. - suspirou encarando atentamente a areia. - Mas depois de algumas conversas, de refletir muito e ver como vc, meu pai e todo mundo se preocupou eu resolvi enfrentar esse problema, exorcizar esse demônio que fica me atormentando pra que assim eu não volte a decepcionar mais ninguém. - o encarou.

Ucker: Eu não sei o que te dizer... Desde o começo quando Poncho me pediu ajuda e me contou o que houve com vc eu desconfiei que algo muito grave tinha acontecido e se vc não ta pronta pra falar disso eu vou respeitar vc... Só quero que vc saiba que pode contar comigo pro que precisar, eu não sou apenas seu namorado, quero que saiba que sou seu amigo também.

Dulce: Eu sei... E obrigada por me apoiar desse jeito.

Ucker: Eu amo vc... Por isso to fazendo isso.

Dulce: Eu também amo vc... Sei que é difícil, mas pode acreditar. - sorriu.

Ucker: Acredito! - assentiu sorrindo e a puxou lhe dando um beijo.

A diretora do orfanato abriu a porta e entrou na frente seguida de Anahí e Alfonso.

- Aqui é a sala de música que temos, mas esta inativada por falta de professor.

Any: Olha vou ser sincera com a senhora, eu nunca dei aula, mas quando soube da vaga fiquei interessada.

- Você sabe tocar piano? - a encarou séria.

Poncho: Maravilhosamente bem. - respondeu sorrindo e Any o encarou séria.

- Se vc sabe tocar e gosta de criança como já me disse isso basta, pra sua sorte vc foi a única que se candidatou, a maioria dos professores oficiais cobram muito caro e o que podemos pagar é muito inferior pra eles.

Any: Eu entendo a situação, mas eu amo tocar piano e se puder ensinar pra essas crianças o que meu pai me ensinou ficarei muito feliz.

- Então o amor ao piano esta no sangue?

Any: Sim! - sorriu emocionada e Poncho teve vontade de abraçá-la como naquele dia no hospital.

Um barulho foi ouvido interrompendo a conversa e a diretora suspirou ao ver uma garotinha de aproximadamente 11 anos escondida atrás das cadeiras, no fundo da sala.

- Laura o que ta fazendo ai?

Laura: Não quero ficar com as outras crianças. - respondeu ficando de pé próxima ao piano.

- Mas aqui não pode ficar já disse isso. - suspirou e voltou-se pra Anahí e Poncho. - Ela perdeu os pais a poucos meses num acidente, os tios estão tentando conseguir a guarda, enquanto isso ela fica conosco, é uma menina inteligente, esperta, mas muito solitária.

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