Capítulo 2

9.3K 702 16
                                    

  Finalmente sábado, de qualquer forma não será um dia de descanso, precisava dar um jeito em meu apê, pois à duas semanas que não dou uma faxina naquele lugar.

  Às dez horas da manhã meu celular tocou.

  "Ai,como eu odeio toque de telefones! "-pensei querendo jogar aquele aparelho na parede.

  — Oi. -atendi.

  — Está melhor, Maria caseira? -Caio perguntou.

  — Sim,mas estou com o dia cheio hoje. -falei logo, antes que começasse seu plano pra me tirar de casa.

  — Vai sair com algum boy magia? -perguntou animadinho.

  — Não né, tenho que dar faxina hoje. -esclareci rindo.

  — Ah, só não apereço aí pra te ajudar, porque não quero estragar minhas lindas unhas. -disse gargalhando.

  — Ok, Caio. Não preciso de ajuda. -falei.

  — Então ta, só queria saber como estava, Tchauzinho. -despediu-se.

  — Beijos. -joguei o telefone na cama.

  Fiz um coque largo no cabelo e comecei arrumando a sala. Estava Realmente precisando.

  Já em  meu quarto, tirei uns papéis da gaveta para organiza-los. Uma lágrima foi derramada ao ter em mãos uma foto da minha família Já desconstruída.

  — Porco imundo! -falei com raiva ao olhar o sorriso de meu irmão na foto. As imagens daquela manhã  voltava a minha mente.

   Treze anos atrás...

  " — Salete me deixe tomar banho primeiro. -Matheus disse.

  — Não!  Estou atrasada pra aula. -respondi com minha voz de menina.

  — Se adianta, garota! -ele gritou furioso.

  Matheus, era meu irmão único e mais velho, nessa época, eu tinha onze anos e ele dezoito. Nunca nos demos muito bem, ele era mais infantil que eu e sempre começava as brigas mais idiotas.

  Molhava meus cabelos, quando ouvi um barulho na porta, esfreguei os olhos, e me deparei com ele na minha frente, encarando meus pequenos seios.

  — Nossa, irmãzinha, te olhando assim até esqueço que é nova. -falou com uma voz grave.

  — Saia daqui, seu louco! -gritei.

  — Você está demorando muito e ambos estamos atasados, não vejo problema em tomarmos banho juntos. -disse fingindo boa intensão.

  — Claro que há problema, seu tosco, nós somos difetentes. -falei tentando esconder minha partes íntimas.

  — A,cale a boca!  -gritou se dispindo.

Eu tentei sair do banheiro, mas Matheus havia trancado a porta e enfiado a chave, Deus sabe onde.

  Em segundos, eu tinha seu corpo colado à mim, e uma água gelada regava nossa cabeça.

  Eu não era tão inocente assim , sabia muito bem o que ele queria, mas por um momento imaginei que não seria capaz de tamanha crueldade, afinal era sangue do meu sangue.

   Ele passeava com seus dedos sobre meus seios.

  — Me deixe sair daqui!  Socorro! -gritei lhe dando um tapa no braço.

  — Não tem ninguém em casa, sua idiota. E fique quieta, se o vizinho escutar, será pior pra você. -me encarou com um olhar ameaçador. Foi o suficiente pra me manter calada depois de uma frase:

  — Você vai se arrepender. -falei baixo, enquanto uma lágrima se misturava com a água que caía do chuveiro.

  Ele me fez gemer quando apertou com força meu peito, foi fazendo um caminho de beijos, vez ou outra, mordidas, do meu percoço até a parte mais íntima de uma mulher.

  — Abra as pernas, minha queridinha. -pediu debochando.

  — Não, por favor, não. -implorei.

  — AGORA! -ordenou.

  Eu as abrir, as qual Já tremiam. Ele fez o que queria durante longos minutos, me fazendo sentir dor.

  — Pare de chorar, e agora saia daqui! -falou voltando a me olhar nos olhos.

  Eu apenas o encarei com ódio. Ele segurou meu pescoço e disse:

  — Se contar para alguém, eu mato você. -falou baixo. — Entendido?

  — Entendido. -respondi com medo.

  — Boa garota, agora se manda, vai. -sorriu satisfeito.

  Eu me enrolei rapidamente à uma toalha e saí correndo daquele maldito banheiro.

  

   Meia hora depois, eu ainda estava em meu quarto chorando, quando bateram na porta. Era ele.

  — Aguarde-me até a próxima,irmãzinha. -sorriu e mandou um beijinho. "

  A lembrança da minha primeira vez com aquele porco imundo, me atormentou violentamente, Meu coração pulsava descontroladamente. Devolvi aquele álbum de fotos à gaveta e me joguei na cama chorando e xingando ''meu irmão ''.

  Eu preciso achar esse infeliz, vou atrás dele até no inferno se for preciso, mas não hoje, nescessito de um descanso.

 

 

 

 

Sonhos Roubados [Completo]Where stories live. Discover now