Capítulo 32-Parte II -Por Amanda.

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     Amanda...

   Bateram à minha porta, eu ainda estava meio sonolenta, me levantei e cambaleei até lá, abri e era Bob. Me deparei com uma figura de dar dó, ele tinha curativo feito do rosto, seu nariz ainda possuía vestígios de sangue, mas ele não pareceria sentir dor.

- Nossa, o que houve contigo? -perguntei fingindo não me importar tanto, mas estava de coração partido ao vê-lo daquele jeito.

- Uma briga, posso entrar? -perguntou.

- Claro. -falei dando passagem pra ele.

  O mesmo se sentou no sofá e eu fui para o  banheiro sem falar nada,  escovei meus dentes e lavei o rosto, me olhei no espelho e eu estava sexy em trages de dormi.

- O que houve dessa vez? -perguntei chegando à sala.

- Will. -murmurou.

- Que Will?

- O cara que tá com Salete.

- Você foi atrás dela de novo, tá de sacanagem com a minha cara né?

   Eu e Bob estávamos  juntos, mas eu sei que ele nunca esqueceu Salete, eu tinha planos pra ele, queria que ele sofresse por mim, uma vez que eu sofro por esse idiota, eu o amo, mas tenho consciência que o que ele quer comigo é sexo,  depois da noite que nos pegamos naquele bar, ele ficou enfeitiçado por mim, não é querendo me gabar, mas eu sempre enlouqueci um homem na cama, com ele não foi diferente, tanto é que hoje moro sozinha, porque  fui expulsa de casa quando mamãe nos pegou na cama.

- Eu só queria Conversa com ela. - falou sonso.

- Eu não nasci ontem querido, sei muito bem o que você queria. -falei.

- Aquele Will pareceu, daí nós brigamos. -explicou.

- Ele acabou contigo em. -desdenhei.

- Ele deve está pior, só me rendeu hematomas e  algumas dores no corpo, nada que uma boa massagem e outras coisinhas não resolva. -ele riu malicioso e me puxou pra ele, não disse que só pensava em sexo.

   Eu realmente não achava que ele era assim, quando o conheci, era a pessoa mais  ética do mundo, cheio de moral e carinhoso, agora parece um retardado viciado em sexo, as vezes me assustava, mas eu não conseguia largar dele, infelizmente eu tenho a dor da paixão.

- Sai Bob, agora não. -falei tentando me soltar dele.

- Nossa olha o meu estado, Será que não é capaz de ser carinhosa pelo menos agora. -resmungou.

- Vai pedir carinho pra Salete. -falei estressada.

- Se ela me quisesse. -respondeu baixo.

- Tá vendo! -exclamei e bati contra seu peito.

- AI! -gritou de dor.

- Quem mandou brigar pela mulher errada. -falei brava e me levantei.

  Fui até o quarto e fechei a porta, me encostei na mesma e deixei a ansiosa lágrima rolar, doía saber que ele só me procurava quando estava mal ou quando queria satisfazer suas necessidades de homem, em toda a minha vida eu nunca amei ninguém, meus amores eram aqueles da balada, que nem no outro dia telefonava, eu nunca liguei pra isso, mas agora eu me apaixonei por um príncipe, que como castigo, se tornou sapo da noite pro dia.

- Abre a porta,vai. -ele gritou batendo na porta.

- Vai embora, Bob, mas tarde a gente se ver. -falei.

- Para de graça Amanda, abre logo! -ele esbofeteou a mesma.  Eu já estava acostumada, ele era sempre grosso quando estava estressado.

   Sequei a lágrima e abri a porta, ele imediatamente me puxou pela cintura e beijou meu pescoço.

- Para Bob, já falei...

- Eu sei que você quer. -reclamou entre os beijos.

  Resolvi ceder, porque ele só me deixaria em paz depois de ter o que queria, o puxei pela camisa e o joguei na cama, ele gemeu de dor quando se chocou contra a ela , foi sempre eu que comandei a transa, talvez fosse isso que o atraiu tanto, mas as vezes cansava, ele era meio sem atitude.

   Arranquei as roupas dele sem dó, seu corpo estava machucado,  eu não liguei, pois ele devia sofrer um pouquinho, todos os meu movimentos foram bruscos, depois disso acho que nunca mais vai querer voltar, ou não né? 

    Depois de alguns demorados minutos, quando ele estava quase lá, eu saí de cima do mesmo e dei fim ao nosso momento, eu já não sentia tanto prazer, uma vez que eu queria mais que isso, e me sentia usada.

- O que está acontecendo com você hoje? -ele perguntou deitado ao meu lado.

- Nada, por quê? -indaguei.

- Foi tão rápido. -deu uma risadinha.

- Talvez eu esteja cansada, Bob, cansada disso tudo. -desabafei.

  Ele ficou em silêncio, eu me levantei e vestir-me, peguei suas roupas e joguei em cima dele.

- Agora vai embora. -praguejei e saí do quarto.

   Fui para cozinha fingir limpar alguma coisa.

   Minutos depois ele apareceu.

- Vou indo, tá? -falou e beijou meu pescoço.

- Tchau. -falei seca e deixei que partisse.

- Bob, você é um tremendo filho da puta. -falei comigo mesma e senti a lágrima passear pelo meu rosto.

   Voltei para o meu quarto e desfiz toda a cama, tirando aquele lençol sujo da nossa relação, as malditas lagrimas não abandonaram meus olhos, não podia acreditar que eu, Amanda, uma Anti-Paixão, estava sofrendo por causa daquele frouxo.

   Eu queria que ele pedisse pra ficar, quando o mandei ir embora, mas só pra me fazer companhia, queria que fizesse um cafuné quando eu tivesse dificuldade pra dormir a noite, que me mandasse flores no fim da tarde, era pedir muito? Eu só queria amor, mas o imbecil só vem atrás do meu corpo.

   As vezes o amor transforma a  pessoa, no meu caso foi pra pior, pior pra mim, pois eu nunca fui de ficar sofrendo em casa por homem, sempre saía pra balada e me divertia com outros, mas agora eu não tenho força nem pra ir até a esquina, quem dirá pra balada.

   Me perguntava mentalmente, onde estava a Amanda forte, que fazia os homens  sofrer,  antes que se voltassem contra ela, onde está?

  Eu precisava voltar ser o que era, Bob não podia chegar do nada e acabar comigo.

   Bom, ficar sofrendo que eu não vou mais, chega, agora é a vez dele.

- É Bob, já levou uma surra de Will, agora quem vai te surrar sou eu, mas quem vai se machucar vai ser teu coração. -falei olhando pro nada, com ódio me subindo à cabeça.

Sonhos Roubados [Completo]Where stories live. Discover now