– Não sei se entendi.– Louis coçou sua nuca, com um olhar meio confuso.

– Você é meio lerdo né, garoto? – Ela falou impaciente, batendo o pé no chão. Seu vestido vermelho voava contra o vento, seu cabelo preto estava uma bagunça, mas mesmo assim ela ainda parecia uma deusa.– Enfim, estou consertando meus erros, mas vocês não estão colaborando.

– O que quer que eu faça? – Louis questionou.

– Sexta feira, museu, as nove da noite.– Foi tudo que ela disse.

A mulher de vermelho começou a se distanciar e, então, Tomlinson lembrou-se que não havia perguntado seu nome e nem quem era.

– Quem é você? – Ele questionou. A mulher parou, virou-se para ele e sorriu.

– Você não precisa saber.– Ela piscou antes de desaparecer no ar, como poeira.

E foi assim que Louis foi parar no museu aquela noite. Ele simplesmente não conseguia tirar os olhos de Harry desde que o garoto entrou. Harry era a pessoa por quem Louis tinha esperado e ansiado por toda a sua vida.

Tomlinson viu Styles ler as cartas, com os olhos cheios de lágrimas, e depois viu o espanto do cacheado ao olhar a pintura na parede. Louis desceu o olhar para as mãos de Harry, lá ele viu o anel que já havia visto várias vezes em seu sonho, aquele que ele tinha dado a Harry quando queria lhe pedir em casamento.

O de olhos azuis viu o momento em que o choro do garoto se tornou mais intenso, enquanto ele murmurava algo para o quadro do rei na parede. Louis soube ali que Harry se lembrava, assim como ele, e estava sofrendo profundamente, assim como ele. Quando Tomlinson viu as pernas do cacheado tremerem, ele correu o mais rápido possível para segurá-lo antes que seu corpo atingisse o chão. E quando fez isso, seus olhos encontraram os olhos verdes, e o mundo pareceu girar novamente. Os olhos confusos e cheios de lágrimas de Harry, arrebataram o coração de Louis por completo.

Não importava o tempo, ou o lugar ou a vida que eles estavam destinados a se conhecer. Tê-lo conhecido era o maior milagre que havia acontecido em todas as suas duas vidas. Olhando nos olhos do cacheado, Louis se viu se apaixonado pelo garoto pela milésima vez, se é que isso era possível. Mas parecia que toda vez que via Harry, em qualquer vida, se apaixonava de mil formas diferentes.

– Te encontrei.

Os olhos verdes ficaram ainda mais confusos e, então, o garoto se soltou dos braços de Louis e encarou diretamente o seu rosto.

– É você mesmo? É realmente você, Louis? – Styles perguntou, lágrimas fluindo sem parar, tocando o rosto do homem a sua frente, tentando reconhecer cada detalhe.

– Eu prometi que viria te encontrar, aqui estou eu! Demorei dois séculos, mas estou aqui.– Tomlinson segurou a mão do cacheado, dedilhando o anel no dedo dele.

Harry o encarou, naquele ambiente lotado de pessoas, a única pessoa que ele conseguia ver era o homem parado em sua frente. O cacheado saltou nos braços do outro, que ficou surpreso por um momento, e o apertou o mais forte que podia.

– Eu jamais poderia te odiar...– Styles falou, lembrando-se das cartas que havia acabado de ler, em que Louis perguntava se Harry o odiava tanto assim. O cacheado havia amado Louis do começo ao fim, seu coração sempre seria daquele homem de olhos azuis, em qualquer vida.

Louis envolveu seus braços em volta do corpo do cacheado, tentando traze-lo para ainda mais perto, se é que isso era possível. Ele sentiu as lágrimas do garoto molharem sua camisa e, então, suas próprias lágrimas começaram a cair. Harry era a pessoa por quem ele tinha esperado toda a sua vida, desde o momento em que nasceu até aquele momento em que ele tinha o mais novo em seus braços. Nessa vida, Tomlinson faria de tudo para que eles nunca tivessem que virar as costas um para outro, para que eles nunca tivessem que jogar um ao outro fora. Dessa vez eles ficariam juntos até o fim dos tempos.

Tomlinson desfez o abraço, olhando nos olhos verdes do outro e secando as lágrimas que desciam pelo seu rosto.

– Eu te amo.– Louis disse. Ele segurou a mão de Harry novamente, querendo lhe mostrar toda a sua sinceridade..

– Eu te amo.– A voz de Harry saiu chorosa, mas mesmo assim ele sorriu.

Tomlinson entrelaçou suas mãos e começaram a caminhar juntos até a saída do museu. Prontos para enfrentar qualquer coisa que a vida guardava para eles daquela vez, sem ter que nunca desistir um do outro.

– Humanos...– A mulher falou, ela tinha a mesma voz de desdenho de sempre, mas havia um sorriso em seus lábios ao ver o casal junto novamente. Estava encostada em uma pilastra do museu, com os braços cruzados sobre o peito e usando seu vestido vermelho de sempre. Ela pegou um champanhe do garçom que passava ao seu lado e deu apenas um pequeno gole, olhando o casal sair do museu.

De repente, o futuro deles parecia certo de novo, e ela sabia que tinha consertado seu erro. Sorriu vendo o que os esperava naquela vida.

A imagem de uma cerimônia de casamento passou em sua cabeça e ela ficou ultrajada.

– Os desgraçados vão se casar e nem vão me convidar?

Fim.

-x-

Pode ter ficado confuso pra vocês, então eu vou explicar. Originalmente, Harry iria conhecer o Louis desse século em uma lanchonete, e eles ficariam juntos. Mas a mulher de vermelho vendo o desespero de Harry, resolveu agilizar as coisas e mandar ele direto para Louis, para que pudessem se conhecer mais cedo. Ela só não contava que iria mandá-lo para o Louis errado, o do século XVIII. Aí acontece toda a história que vocês já conhecem e ela manda o Harry de volta pro século dele. Só que ao voltar, ela percebe que o destino dele está bagunçado por causa disso, que conhecer o Louis desse século não aparece mais no futuro dele. Então, ela dá as memórias da vida passada para Louis, para que ele possa procurar por Harry nessa vida. Mas como os dois são bem lerdos, ela resolve dar uma ajudinha.

Somewhere someday || L.SWhere stories live. Discover now