VIII

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(NOTA: Dei um mini upgrade nesse capitulo porque achei que o final que ele tinha na outra versão era meio ruim. Estou voltando com Pedras Não Temem a Noite. Tudo de bom para vocês e boa leitura Leitores Errantes.)

    O som das chaves girando o mecanismo e abrindo a fechadura foram ouvidos por Camdem, o som das correntes sendo tiradas da grande maçaneta também, e mais que esses dois sons o que ouvia era a discussão entre Rose e JK.

- Você só pôde estar maluco - dizia ela com entonação de uma professora brava com a criança que não aprende - acha que vamos resolver isso com suas armas?

- Por que não - disse JK abrindo a grande porta dupla reforçada nos fundos da loja dando em um depósito ao qual a escuridão não permitia ver qual era o conteúdo.

- A gente não sabe o que eles são - disse ela apontando para as portas de metal na frente do local - a gente nunca viu um de perto, como vamos saber se armas matam eles?

- Se eles conseguem imitar vozes provavelmente também conseguem imitar como nós morremos!

    Então JK puxou uma cordinha um pouco acima de sua cabeça e a fraca luz de uma lâmpada de carbono se ascendeu iluminando o local, era um depósito não muito espaçoso onde dois homens do tamanho de Camdem jamais conseguiriam entrar lado a lado, tinha uns 5 metros de largura até a parede grosseira de argamassa cinzenta, de ambos os lados do corredor haviam prateleiras simples de metal e nessas diversas caixas de madeira de diversos tamanhos se colocam em cada espaço entre uma e outra em qual caibam de forma que não ameaçassem cair. Camdem nunca havia visto aquelas caixas de verdade, na sua frente, mas com filmes e com a fala de JK ele já sabia que se tratava de armas, dezenas delas, e pelos tamanhos das caixas deveriam ser muito mais variadas que a calibre doze que agora estava nas mãos de Walter.

- Não é assim que funciona JK! NÓS NÃO SABEMOS O QUE ELES SÃO! Põem isso na sua cabeça!!

- Então está na hora de descobrir - JK começou a ler algumas etiquetas colocadas nas caixas, procurando por algo em especifico.

- Vamos fugir - disse ela se acalmando um pouco - para que você tem uma rota de fuga se não vamos usa-la.

- Fugir está fora do meu itinerário. Se eu quisesse fugir já teria ido com aqueles covardes que vão tirar férias fora da cidade.

    A discussão se alastrou por mais alguns minutos e Camdem não se meteu, na verdade até parou de ouvir em determinado momento, ficou apenas ali, girando de um lado para o outro na cadeira que simulava uma poltrona. Olhou para Walter no balcão, o rapaz jovem estava conversando baixinho com o pequeno pardal engaiolado ao qual se chamava Blues, Walter estava com o rosto próximo a gaiola, quase beijando as barras enquanto falava baixinho com a ave que lhe olhava de volta, talvez por estar mesmo ouvindo o que ele falava ou porque estava assustada com aquela criatura tão próxima de si, a se mantinha parada em cima de um dos três poleiros da gaiola, o mais alto, e ficava ali apenas olhando Walter falar com ela. Camdem achava estranho esse tipo de pessoas, pessoas que falam com seus animais de estimação, nunca teve nenhum, pelo menos nenhum que gostou de ter, quando era criança sua irmã mais velha tinha um cachorro, e vivia falando com o animal da mesma forma que Walter falava, ficava horas e horas, ou contando coisas ao canino ou apenas falando com uma voz boba coisas doces, Camdem sentia vontade de estragar tudo só para ver como sua irmã reagiria, talvez ir até onde ambas estavam de mansinho e chutar o cachorro para longe, ou sua própria irmã. Mas não tinha mais essa sensação, não com Walter, achava totalmente ridículo ele falando com o pássaro, mas não sentia vontade de estragar o momento, talvez fosse coisa de quando era criança.

- Você não vai ficar não é - perguntou Rose tirando Camdem de seus pensamentos.

- Como assim ficar - perguntou ele não entendendo.

Pedras Não Temem a Noite (CANCELADA)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن