capítulo vinte e sete (the end)

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A psicóloga, dessa vez muito irritada, estalou os dedos na frente dos olhos de Harry de novo ao ver que ele estava viajando de novo.

– Harry, me responda.– Ela falou. Cruzou os braços na frente de seus peito e encarou o cacheado esperando por uma resposta.

– Não. Nenhum sonho. Eu não o vejo mais.– Mentiu. Ele não queria ficar naquele assunto com ela, parecia pessoal e íntimo demais para compartilhar com alguém que não fazia ideia do que ele estava sentindo.

-x-

– Estou em casa.– Harry falou quando passou pela porta do apartamento, colocando sua bolsa no sofá e deixando suas chaves na mesinha ao lado. Gemma veio para fora de seu quarto, segurando o notebook e sentou-se no sofá.

– Como foi hoje? – Ela questionou, sem nem mesmo olhar para o irmão, mantendo seus olhos na tela do Notebook. Harry suspirou, ele sabia que Gemma queria que ele dissesse que tinha feito progresso, que estava melhorando. Mas o cacheado simplesmente não entendia o que ela queria que ele melhorasse.

– Normal.– Foi a única coisa que conseguiu dizer. Ele foi até a cozinha, abrindo a geladeira e enchendo um copo de suco. Quando voltou para a sala, Gemma ainda estava encarando a tela do aparelho, com seus olhos vidrados.

– Olha, Harry, sexta eu vou trabalhar até tarde. O museu que eu trabalho vai fazer um evento importantíssimo. Você não gostaria de ir? – A irmã finalmente o olhou. Harry sentou-se do lado dela e encarou o notebook, Gemma parecia estar lendo um documento antigo.

– Você sabe que eu odeio história.– Ele resmungou. Não era nem muito por odiar história, mas sim por não querer sair de casa e interagir com outros seres humanos. Harry, provavelmente, ficaria em casa passeando pelos canais da televisão até cansar, e aquilo era a noite perfeita para ele.

– Ah, vamos! Você não viu na televisão sobre o achado impressionante no castelo durante a reforma? – Gemma perguntou, já ficando entusiasmada para começar a contar a história, porém, Harry se levantou e decidiu ignorar, pois sabia que quando a irmã começava a falar sobre o trabalho, ela não parava mais.

– Me espere lá sentada.– Ele disse.

Styles, então, caminhou para o seu quarto no final do corredor. Ele se encarou na frente do espelho que havia atrás da porta, havia olheiras debaixo de seus olhos, indicando que ele não tinha uma boa noite de sono há dias.

Pensando na pergunta da psicóloga sobre o homem de olhos azuis, Harry foi até a mesinha que ficava ao lado de sua cama e abriu a gaveta. Abrindo a caixa de jóias, ele procurou pelo anel com a pedrinha azul, o qual ele sempre olhava quando sentia aquele aperto no coração, porém, dessa vez, não o encontrou. Harry olhou por toda a gaveta e não viu nem sinal do objeto. Logo depois, sacudiu toda a sua cama, pensando ter o esquecido por lá quando o observou e chorou na noite passada, como sempre fazia. Procurou por todo o quarto, mas não havia nem mesmo um sinal de onde a jóia para estava.

Antes mesmo que pudesse perceber, Harry tinha entrado em um estado de desespero. Seus olhos estavam inundados pelas lágrimas, suas mãos tremiam e sua respiração estava descompassada. Ele correu até a sala, onde sua irmã ainda tinha os olhos vidrados no computador.

– Você mexeu nas minhas coisas? – A voz de Harry estava embargada pelo choro e Gemma o olhou preocupada.– Meu anel. Você viu meu anel? Foi você que pegou, não foi?

– Harry...– Ela tentou se explicar, mas foi interrompida pelo choro alto do irmão.

– Me devolva! Agora! – O rapaz exigiu.

– Eu te vejo, toda noite, chorando e segurando aquele anel. Eu achei que seria melhor pra você se eu me livrasse dele.– Ela se levantou do sofá, para tentar olhar nos olhos do irmão e convencê-lo de que a melhor coisa era que ele não visse mais aquele objeto.

Somewhere someday || L.SWhere stories live. Discover now