Capítulo 27 - Wolfsbane em nossas vidas

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30 de Julho

— Pegou tudo, filha? — perguntou mamãe parada na porta do meu quarto na casa dela.

— Acho que sim, mãe. Mas se eu tiver esquecido alguma coisa, aparato aqui para buscar.

— Quero saber quando você vai pensar em aprender a dirigir.

— Em breve, mamãe. Em breve.

O assunto sobre as aulas de direção sempre surgiam quando eu pedia para mamãe me levar de carro a algum lugar. Como normalmente eu usava vassoura ou aparatava, eu ainda não tinha visto uma real necessidade de lidar com aquilo. Inclusive eu achava algo bem difícil de aprender.

Dessa vez a carona seria até a casa de papai, pois além de todos os ingredientes para preparar poção wolfsbane suficiente para os próximos 30 dias, eu resolvi levar também uma quantidade de roupas suficiente para não precisar ficar me dividindo entre as duas casas. Eu queria acompanhar a evolução de papai de perto. Dia e noite.

Cheguei a casa de papai um pouco depois do meio dia. Ele estava lavando a louça enquanto Tonks brincava com Teddy no chão da sala.

— Lana! — gritou meu irmão antes de vir correndo na minha direção.

Eu o peguei no colo e saudei com vários beijinhos. Cada beijo provocava uma risada gostosa nele. Quando o coloquei de volta no chão, fui até o carro ajudar mamãe a descarregar a bagagem. Deixei tudo no meu quarto planejando mais tarde separar a porção necessária para cada dose da poção.

— Boa sorte. Que corra tudo bem durante o experimento — disse mamãe caminhando em direção à porta quando terminamos.

— Obrigada, mãe — a abracei com carinho. — Vou tentar aparecer para fazer uma visita mesmo que curtinha.

— Estarei esperando — ela me deu um beijo na testa.

— Ah, Anne, pode esperar um minuto?

— Se não for demorar muito, porque tenho uma aula às 4 da tarde.

— Não levará mais do que cinco minutos — papai fechou o armário da cozinha depois de guardar o último prato e se aproximou de mamãe. Eu acompanhava tudo sentada no braço da poltrona, enquanto Tonks sentada ao meu lado, amamentava Teddy.

Papai começou a falar.

— Eu queria pedir perdão por uma coisa que eu fiz há muitos anos. Sei que você vai dizer que éramos jovens, e que não foi intencional, mas eu preciso falar isso para você. É sobre quando a Lana sofreu aquele acidente e eu a fiz beber wolfsbane.

Levamos um bom tempo para convencer papai a parar de falar que me atacou. Enfim tínhamos conseguido.

— Depois te conto a história toda, Dora — disse ele olhando para a esposa.

— Ela já sabe, não lembra? Eu contei bem antes de vocês se casarem.

Troquei um sorriso com Tonks me lembrando do Natal de 1996, em que contei toda a história do meu acidente para ela. Depois me lembrei de quando informei isso a papai. Foi no mesmo dia em que fiquei sabendo que Tonks estava grávida de Teddy.

— Bem, indo direto ao ponto. Eu poderia ter matado nossa filha com a poção. Eu não sabia que era tóxico para trouxas até ela me dizer.

— Mas eu sou bruxa! — o que papai havia acabado de dizer não fazia sentido para mim.

— Não tinha como seu pai e eu termos certeza disso com você naquela idade... — a voz de mamãe falhou no final da frase.

— Gente, esquece isso. Eu estou viva! — ameacei um sorriso.

Livro 6 - Lana Lupin e o Menino de Cabelo AzulWhere stories live. Discover now