07 | THADEO

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Boa noite Capelletes. Estavam com saudades? Pois eu estava. 😍😍

Chegou mais um momento de dar uma espiadinha na Vinícola do Thadeo. Venham! 

🍇🍷👌💕

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Passou-se três dias desde que a noiva indesejada chegou às minhas terras. Contra todas as minhas vontades, Gema estava mudando a rotina na casa. Com suas tiradas espertas, passos vacilantes ainda mancando e as saias longas estranhas, Gema enraizava cada vez mais e isso me deixava inquieto.

Era a primeira que eu dividia a mesa das refeições e a primeira que ainda não tinha tentado chamar minha atenção; todavia, com suas imperfeições, ela me atraia de uma forma inexplicável. Não era mais apenas Gioconda e eu com papos monossilábicos. Eu acordava e incrivelmente gostava de ouvir as vozes vindo da cozinha que antes era tão silenciosa.

As provocações começavam e eu ia para a labuta estranhamente satisfeito, como se tivesse vencido um embate. E hoje, especialmente, ela me acompanhou após o café para conhecer a vindima*.

*Vindima: colheita de uvas

— Vamos a cavalo. — Indiquei o animal enorme nos esperando.

— Que? Não mesmo. — Gema fez questão de discordar. Como eu imaginei que ia acontecer.

— Você está mancando mais que um Saci com unha encravada. Vamos demorar uma eternidade para chegar lá a pé.

— Uau! Esse cavalo aqui parece ser mais civilizado que você.

— Com certeza. Ele é obediente e não dá coices como você. — Devolvi e adorei ver a raiva envermelhar as bochechas dela.

— Você é intragável. — Ela virou-se pronta para voltar para casa.

— Deixa de conversa fiada, mulher. Meu saco é grande, mas minha paciência bem pequena. — Interrompi seus passos, peguei-a no colo, não dando chance de protestar, e a coloquei sobre o cavalo.

— Me tira daqui seu maluco... — Gema estava assustada, todavia segurando firme no cavalo com medo de cair. Ele estava sem sela, e por isso, subi também acochado atrás do corpo de Gema. Ela enrijeceu.

— É melhor se segurar, donzela — sussurrei no seu ouvido. Bati as botas na barriga do cavalo e ele trotou em toda velocidade em direção a plantação.

— Meu Deus! Me ajuda, senhor! — ela berrava segurando com força a crina do cavalo. Atrás, eu gargalhava; talvez eu precisasse de tratamento por ter ficado feliz em ver alguém gritar de pânico; mas era bom dar a ela um pouco de adrenalina.

Fiz o cavalo correr mais. Gema segurou com força em minha coxa e continuou clamando aos céus até chegarmos. Desci do cavalo, rindo, e a tirei lá de cima. Estava igual gelatina, tremendo mais que casa velha; pálida que dava dó. Me encheu de tapas assim que se viu segura no chão.

— Você não tem permissão de fazer isso novamente. Ouviu bem?

Afastei-me de seus golpes irritados.

— E quais permissões eu tenho com você, donzela?

— Até o momento, nenhuma. Eu vou trabalhar para você e exijo respeito. E tem mais, eu fugi para tentar ser livre e não para...

Sem pensar em nada, ou cogitar merda alguma, eu joguei a sanidade pelas costas. Gema era muito bonita, e quando estava nervosa xingando, seu rosto ficava vermelhinho e os lábios irresistíveis. Minha mão segurou no maxilar dela quase tampando-o por completo e a puxei para um beijo obrigando-a se calar.

[AMOSTRA] O BEIJO DA FERA | Dinastia Capello - 04Onde as histórias ganham vida. Descobre agora