[AMOSTRA] O BEIJO DA FERA | Dinastia Capello - 04

01 | GEMA

Olha o primeiro capítulo pessoal! Enfim damos inicio e como eu ainda estou escrevendo o livro, não tenho data para a Amazon, vamos curtindo aqui kkkk

vai ter desafios, surtos de raiva, pena e risadas. O senhor manteiga chegou!

Espero que gostem, comentem e dê estrelinhas 

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— Nos vemos amanhã meus queridos. — Minha mãe acenou para os convidados que deixavam nossa mansão de veraneio após o jantar. Os padrinhos entraram em seus devidos carros e foram embora. A nossa volta pelo jardim, caixas de ornamentos e cadeiras empilhadas para amanhã, o grande dia.

— Vou depois. Antes irei caminhar sob as estrelas com meu amor. — Luan falou, apertando minha mão, se despedindo dos pais.

— Tudo bem, filho. Não demore. Amanhã tem que estar sem olheiras para o seu grande dia. — A mãe dele aproximou-se e beijou seu rosto.

— Sim, mamãe.

Ela me abraçou e cochichou: "Fique atenta."

Não compreendi o que ela quis dizer, e não me importei. Conselhos de mães, decerto.

Ficamos observando eles entrarem no carro e partirem. Em seguida acenei para meus pais e ao lado do meu noivo caminhei devagar, mancando, apoiada ao braço dele.

Luan Fernão me encontrou por acaso em uma festa de réveillon três meses atrás. Eu quase nunca saia, ou ia para esses lugares, todavia, tinha desejo de ver a queima de fogos na praia. E naquela noite, eu encontrei minha felicidade.

Ele é um homem bonito; alto e magro de olhos verdes que combinam perfeitamente com seus cabelos pretos cortados baixo. As vezes eu paro e admiro sua beleza e reconsidero meu grau de sorte. Aos trinta e três anos eu já tinha perdido as esperanças de amar e ser amada; até aquela noite quando ele me viu.

— Já está caminhando melhor. — Ele comentou. — Fico tão feliz com seu progresso, amor.

— Eu mais ainda. Quero que esse problema seja apenas um detalhe amanhã, na passarela.

— E será. — Ele parou de caminhar e afagou meu rosto com carinho. — Todos irão reparar apenas na mulher mais linda do mundo.

— Não diga isso... — desviei o olhar — sabe que sou imperfeita... tenho esse problema.

— Eu te amo nos seus defeitos. É um defeitinho na perna, sim, mas é coisa pequena.

Assenti sorrindo meio sem graça. Eu morria de vergonha da minha deficiência resultante de uma poliomielite quando era criança. Sentia vergonha, mas jamais deixei que isso fosse uma trava em minha vida. Mesmo com dificuldade, fazendo dolorosas fisioterapias, eu não desisti. Entrei na faculdade, me formei e no baile da formatura aposentei de vez as muletas. Foi a noite mais emocionante quando entrei sozinha, andando com meus próprios pés, mancando muito, mas sem ajuda das muletas.

Amanhã será, além de tudo, a primeira vez que usarei saltos sem as muletas. Nunca pude usar por causa do problema, afinal o calçado só pioraria meu equilíbrio. Não tinha um closet abarrotado de calçados como minhas irmãs; sapatilhas e tênis eram minhas opções. Saltos apenas para ocasiões especiais, quando não requeria muito esforço. E para falar verdade, nunca senti falta.

No momento, apenas meu futuro maravilhoso a frente me importava. Amanhã passarei por cima de comentários maldosos e minhas limitações, e subirei mais um degrau na minha vida: o casamento. Luan era um príncipe que veio no momento exato, quando mais precisei.