03 - Every Breath You Take

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- Fiz-te panquecas para o pequeno-almoço. - Disse a mais nova enquanto acabava de embelezar a comida da irmã com chocolate derretido.

- Obrigada, Chris. - Yria, já pronta, sentou-se então na mesa da cozinha e esperou que a sua irmã terminasse. A televisão estava ligada e a publicidade tinha terminado, retornando assim o noticiário.

- Mais uma vez muito bom dia. Retornamos agora às notícias da atualidade. Uma mulher e a sua filha foram assassinadas esta madrugada, na sua própria casa. A polícia indica que este é mais um crime cometido pelo serial killer que ainda anda à solta. A inspetora Ruth Olsen anunciou a noite passada que já têm um suspeito que encaixa em todos crimes. O interrogatório irá começar amanhã, segundo o Agente James Smith. (...) - Yria pegou no comando e desligou a televisão.

- Hey! Eu estava a ver as notícias!

- Não há nada para ver nem para ouvir.

- Ai Yria... É impressionante! Não queres saber quem matou o teu filho? Não queres que seja feita justiça? Pelo teu bebé? - Como sempre, a mais velha ignorou a sua irmã, continuando a comer como se a mais nova não tivesse dito uma única palavra.

- Despacha-te, não tarda estamos atrasadas. – Yria parecia indiferente às palavras da irmã, e isso fazia-lhe muita confusão. Para não começarem a discutir logo de manhã, Christine respirou fundo e começou a lavar a loiça suja, sem comentar mais nada.

As três amigas já tinham almoçado, e retomavam agora o trabalho que tinham deixado praticamente a meio. Tinham chegado novos produtos, e elas estavam contentíssimas. Não os iam ter para elas, mas tinham a oportunidade de olhar e pegar naquelas peças extremamente valiosas.

Até tinham medo de lhes tocar com um dedo que fosse e aquilo desmanchar-se tudo. Era óbvio que isso não ia acontecer, mas mesmo assim preferiam ter cuidado. Senão, sairia do bolso delas, e isso não seria nada agradável.

Yria estava impaciente, e sempre que as outras duas lhe perguntavam o que ela tinha, respondia sempre o mesmo: Estou à espera de duas pessoas. Não compreendiam, nem sequer sonhavam quem poderia ser.

Seriam mulheres? Homens? Clientes muito importantes? Não faziam ideia. Mas quando viram um aglomerado de pessoas em frente à joalharia, entenderam de imediato que era alguém importante, e muito conhecido.

Christine não conseguiu esconder o espanto, e acabou por ficar a olhar para o homem de olhos e boca abertos, como se lhe tivesse aparecido Jesus Cristo à frente e estivesse a caminhar sobre água. Bem, não caminhava sobre a água, mas até que estava parecido com Jesus.

- Senhor Leto, muito prazer. – Yria contornou o balcão de imediato e aproximou-se dele enquanto ele retirava os óculos de sol. Ela bem lhe estendeu a mão, mas ele não se ficou pelo aperto de mãos e puxou-a para si, abraçando-a de seguida.

- Ora essa, o prazer é todo meu! Ah, e já agora… Senhor Leto não, Jared só. Está bem? – Ele sorriu e soltou uma pequena gargalhada, e Yria acabou por fazer o mesmo.

A Yria estava mesmo entusiasmada, contente… Não, via-se perfeitamente que ela estava à beira de um ataque de histerismo. Por amor de Deus, era o Jared Leto.

- Com certeza! Então e o que vai querer ver? Um colar? Um anel? Um relógio! – Ela tentava adivinhar, e ele olhava-a atentamente com aquele seu sorriso inconfundível.

Echoes Of Silence.Where stories live. Discover now