Capítulo 1

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P.O.V MARIA LUIZA

Até agora estava tudo tranquilo e eu muito nervosa. Era uma mudança grande pra pouco tempo, e uma realidade completamente diferente da que eu estava acostumada. A única parte que me confortava era saber que agora estaria perto do meu irmão.

Quando ele veio para a Loud, não me avisou. Diz meus pais que ele fez isso porque sabia que seria difícil se despedir de mim. Bom, eu acho que foi pior do jeito que ele fez e toda vez que ele ia pro Rio visitar meus pais, eu nunca estava em casa. Ou estava na casa de algum tio, alguma avó. Muito desencontro e agora moraria 6 meses com ele.

Acompanho todos os vídeos da Loud, então o nervosismo aumenta para ver aquela mansão incrível! Meu irmão merece tudo que está conquistando, e fico muito feliz por ele.

Enquanto saímos do aeroporto imaginei que a anta ambulante fosse pedir ou encontrar um Uber ali mesmo, mas me avisou que o Coringa viria. Mané, vamos combinar, eu sei que sou muita nova e tudo mais, mas esses garotos da Loud são muito gatos e eu não tenho um pingo de estrutura para lidar. Onde eu morava só tinha uns ratinhos feios, e agora vou estar numa mansão onde tem o Coringa, que é um puta gato, o Gs eu acho bonitinho também, mas o que me deixa desestruturada 100% é o Bak. Ai, nem sei, magrinho, alto, moreno. Fico fraca.

Mob me tirou das minhas imaginações inapropriadas, avistando o carro do Coringa. Saiu puxando as malas desesperado, aposta quanto que essa praga só quer ir logo pra dormir? Não sei como, ele conseguiu levar três malas de uma vez e eu fiquei só com uma, que por um acaso era a mais pesada. Comecei a puxar com toda a minha força quando notei que o meu irmão estava 2 metros a minha frente, metendo o pé e me deixando pra trás, arrombado.

Até que o garoto gatinho que sorriu pra mim do banheiro chegou para me ajudar.

- Precisa de ajuda? - disse pegando a mala e a carregando.

- Às vezes um homem forte faz falta - ri pensando no meu irmão.

- Tá indo pra qual carro? - perguntou.

- Poxa, te falar que eu nem sei, meu irmão não me esperou. - resmunguei.

- Vish. Essa puxada no "s" aí. - riu.

- Ih, qual foi? Não te entendi não. - ri de volta enquanto procurava o Mob. Tinha tanto carro e eu estava ficando nervosa.

- Seu irmão não te experou? - debochou do meu sotaque.

- Haha, carioca é outro nível né? - ri dando uma voltinha.

- Pô, realmente hein... - disse me olhando.

- Pode deixar que eu ajudo ela. - reconheci a voz do Mob vindo de trás da gente.

- Tá zoando que você é irmã do Mob? Não acredito. - disse arregalando os olhos.

- É, a vida tem dessas. - revirei os olhos.

- Cara, tira uma foto comigo, por favor? - suplicou pro meu irmão.

- Ele tira sim, dá seu celular que eu tiro pra você. - sorri simpática e empurrei o Mob pro lado dele.

Os dois sorriram e meu Deus, que sorriso esse garoto tem. Ele agradeceu mil vezes pro Mob e se despediu de mim com um beijo na bochecha. E pra variar, eu tinha que fazer uma graça, virei o rosto para dar dois beijinhos na bochecha e quase rolou um selinho, ele riu e eu dei a desculpa de que onde eu morava era assim.

O garoto saiu e o Mob veio me puxando, sabia que estava bolado.

- Que foi, Mobaby? - sorri provocando ele.

- Será que cê não consegue ficar um minuto sozinha sem vir um urubu em cima? - resmungou e eu tive que rir.

- Falando nisso, por que me deixou pra trás? - emburrei cruzando os braços.

- Eu tô cheio de coisa pra fazer. - respondeu - Ali o carro do Coringa. Vamos.

Tive que abrir um sorriso ao ver aquele carro, mané, aquilo era uma máquina. Vi duas pessoas encostadas nele conversando. Pude concluir que era o Coringa e o Bak. Suspirei sorrindo de canto e meu irmão revirou os olhos.

- Aí rapaziada, essa aqui é a Maria Luiza, Malu ou encomenda do capeta, como vocês queiram chamar. Malu, esses são...

- Precisa apresentar não que eu conheço, e encomenda do capeta é você. Adotado. - debochei fazendo com que todos gargalhassem, menos Mob.

Cumprimentei o Coringa primeiro e depois o Bak, e meu Deus garoto. Pensa num homem cheiroso? Ah, não chegava nem aos pés.

Mob colocou a última mala no banco de trás porque não cabia no porta malas.

- Eu vou na frente porque quero dormir. - disse.

- É a única coisa que você sabe fazer, e é até bom, porque senão só ia caber você e a mala aqui atrás. - ri.

- Cê tá caçando. - falou baixo.

Coringa sentou no banco do motorista, com Mob o acompanhando na frente. Bak foi um amor abrindo a porta para mim e nunca agradeci tanto por ter uma mala no banco de trás, fez com que eu ficasse mais próxima, sentindo aquele perfume maravilhoso do Bak.

Antes de sairmos do aeroporto, meu irmão já estava roncando e fiquei um pouco envergonhada, até que Coringa puxou assunto.

- Preparada para São Paulo?

- Um pouco nervosa, mas sempre preparada. - sorri.

- E cê não vai estudar? Já terminou o ensino médio? - Bak perguntou.

Soltei uma gargalhada e eles me olharam sem entender.

- Meu irmão nunca falou de mim, né? - continuei rindo.

- Poucas vezes, na verdade. - Coringa respondeu.

- Bom, eu tenho 15 anos e vou pro primeirão. - sorri e eles me olharam incrédulos.

- Tá de sacanagem? Cê só pode ter uns 17 anos, não é possível. - Bak disse.

Sorri de canto, eu sabia que ele não estava se referindo ao meu rostinho de princesa.

Continuamos conversando e eles adoraram algumas histórias que contei do Mob, dizendo que iam zoar muito ele. Bak tirou uma foto minha olhando pela janela do carro, impressionada com a paisagem de SP, e postou nos stories com a legenda "uma bela paisagem né".

Ele perguntou se eu via problema, respondi que não e o celular dele começou a apitar de mensagem de fãs, eu ri da situação e o Coringa nos avisou que estávamos chegando. Confesso que tranquei e fiquei um pouco nervosa, teria mais gente para conhecer e aquela casa é enorme.

- Aí, relaxa. Cê é gente boa, todo mundo vai gostar de você. - Coringa tentou me confortar.

Sorri em resposta e ele parou o carro na rua, acordaram o Mob que foi descarregar as malas. Pedi pro Bak que tirasse uma foto minha, fingindo que estava dirigindo aquela máquina e ele riu, mas aceitou.

Ele veio pro meu lado me mostrar e teve que agachar um pouco.

- Esqueceu de crescer, hein. - riu e eu emburrei.

- A altura ficou pro Mob e a beleza pra mim. - brinquei.

- Tô achando que os dois ficaram pra mim. - me deu um empurrãozinho de leve, que já foi suficiente pra começarmos a brincar de lutinha.

O único problema é que ele é muito mais forte que eu, e num golpe baixo de cócegas, me pegou no colo, me jogando no seu ombro.

- Tá zoando que eu vou entrar na casa pela primeira vez assim, né? - reclamei.

- Ninguém mandou ficar implicando comigo. - riu.

- Você é insuportável. - resmunguei.

- E lindo, anota aí também. - gargalhou e pude ver os garotos com minhas malas reclamando do peso.

- Foi mal, gente, mas o Marcos não quer me soltar. Senão eu ajudava. - me expliquei.

- Tô levando a mala mais pesada de todas essas. - Mob disse enquanto abria a porta da frente, e eu mordi seu ombro com toda a força que eu tinha, o que fez ele soltar um grito.

Ouvi diversos passos e uma voz feminina gritando: "Eles chegaram", concluí que era a Babi e fiquei me agarrando no meu irmão para tentar me acalmar.

The Sister | LoudWhere stories live. Discover now