The Sister | Loud

Capítulo 13

P.O.V MOB

Me sentei na sala de espera, agoniado. Eu queria ter arrebentado a cara daquele infeliz, mas me tiraram do quarto. Agora eu encarava o chão, vendo meu tênis branco que minha irmã ama. Levantei um pouco o olhar e observei o Crusher.

Parecia tão triste quanto eu, não entendi o porquê. Mas minha preocupação não era essa, era minha irmã. Os enfermeiros ficaram tentando reanima-la e eu nem sei aonde o desgraçado que desligou os aparelhos foi parar, não estava com cabeça para isso.

Acho que o Crusher ligou para o pessoal, pois passado um tempo ouvi a voz da Babi e Voltan.

- Oi gente... - Babi disse baixo.

- O que aconteceu? - Bak perguntou.

Ouvi apenas um suspiro do Crusher.

- Fala, o que aconteceu? - Voltan se sentou ao meu lado, passando a mão nas minhas costas.

- É tudo culpa daquele MC de merda. Que inferno! - levantei o olhar pro Crusher, que chutava uma cadeira.

- Ei, se acalma. - Babi foi até ele.

- Eu sinto muito... - ouvi a voz do desgraçado e não me segurei.

- A culpa é sua, filho de uma puta! Eu vou matar você! - gritei me levantando.

- Calma, mano, eu só quero explicar tudo. - levantou os braços em rendição enquanto eu era segurado por Coringa e GS.

- Então me dá um bom motivo pra não pipocar sua cara. - bufei.

- Minha mãe surtou, tio. Foi isso. Ela surtou e pagou um maluco pra vir desligar os aparelhos da Maria Luiza. Eu sabia, tanto que quando fui a casa de vocês era pra falar isso, mano. - respondeu.

- Desligaram os aparelhos dela? - Babi encheu os olhos de lágrimas, sendo acompanhada por todos.

- Se ela morrer... - começou.

- Ela não vai morrer! - parti pra cima do BMO, mas parei ao ver o Dr. Oliveira e o moleque apenas acenou saindo.

- Marcos... - suspirou.

- Me diz... Me diz que ela tá viva. - supliquei indo até ele.

- Tentamos todos os métodos para reanima-la, mas... - olhou a prancheta.

- Ela tá viva? Não tá? Vou levar ela pra casa, não vou? - ri de nervoso enquanto chorava.

- Infelizmente ela só conseguia manter-se viva pelos aparelhos, Marcos. E eles foram desligados... Vocês podem ir até o quarto, em grupos de 3 e Marcos... Você precisará de mais tempo para se despedir, então poderá ir sozinho. Eu sinto muito. - colocou a mão no meu ombro.

Eu perdi o chão. Eu perdi meu mundo. E a vontade de viver... Eu perdi minha irmã.

Ajoelhei no chão, desacreditado e me permiti chorar tudo que havia para chorar. E mesmo que eu quisesse acreditar, não conseguia. Acreditava que sairia dali, chegaria na mansão e ela estaria lá, tirando fotos, fazendo bico e sinal de paz e amor. Ela estaria lá, conquistando vários garotos no WhatsApp e me mostrando, propositalmente para ter ciúmes.

Mas ela não estaria.

Eu entrei primeiro. E não soube o que fazer. Tremia, chorava, eu tinha medo e sabia que dessa vez não haveria um final feliz.

- Poxa, Malu... Cê tinha que me deixar nessa situação? - me agachei ao lado da cama.

Suspirei, conversei com ela, como se pudesse me ouvir.