[UDG/F1] RUA NOVA - A SAGA QUE MÚSCULO

Cap. 7 - A MENTIRA ( Pte. 2 )

Mancando um pouco da perna direita, caminhei até meu carro, que abriu a porta traseira esquerda sozinho, para que eu me acomodasse melhor, enquanto voltava para casa.

Eu teria me assustado com aquilo, mas o logo, na frente da minha picape, felizmente não era de um mero Toyota, mas sim de um Autobot gentil, que viera me resgatar, dando marcha a ré, e percorrendo assim, uns poucos metros que aquele local distava do quintal da minha casa.

Quando paramos, peguei o livro que estava enroscado em minha blusa toda rasgada, e apesar de apreensiva; temendo o que mais poderia me acontecer se continuasse a folheá-lo... Continuei lendo:

- "Hoje estou indo para Blogwarts, para meu primeiro torneio Tri-Fluxo"...

- O que deveria ser este tal torneio? - resmunguei. - Algum tipo de competição mortal entre adolescentes montados em vassouras voadoras e criaturas mitológicas, ou apenas grupos de jovens ostentando num baile funk carioca?

- Para você... Qualquer uma das duas coisas teria um fim trágico! - A voz de Etward interrompeu meu raciocínio, e prosseguiu:

- Espero que consiga superar todas as etapas, mas... - eu agora ouvia a voz dele, em suave e compassada leitura - Sinto que talvez algo muito ruim esteja para me acontecer... E tão rápido como apareci, vou desaparecer desta história que não é minha, afinal não possuo uma cicatriz em forma de raio na testa.

- Pobre Etward! - Eu deduzi tentando calcular a quanto tempo o conhecia e já o tinha visto em quadros, por tantas vezes em museus e livros de arte, antes mesmo de conhecê-lo.

- Então foi assim que ele... - Sussurrei lembrando-me de quando ele ainda estudava em Blogwarts, e como desapareceu num labirinto de arbustos sombrios, de onde apenas aquele garoto de óculos sobrou pra contar a história.

- Para a mansão dos Bullen! - Gritei quase que involuntariamente, do mais profundo de minha alma, como quem protege uma parte de si próprio, com a própria vida!

- Agora! - Minha voz saiu determinada, como jamais ouvira.

A Tundra arrancou a toda velocidade levantando uma onda de água e lama por todos os lados, num slowmotion de tirar o fôlego. Não demorou muito e em poucos minutos estávamos voando baixo na estrada chuvosa.

- Eu não acredito! - sibilei furiosa.

- Por que ele não havia me contado que estudara em BlogWarts antes de mim? - eu perguntava incrédula, quando o " não tão imprevisto," porém inevitável aconteceu:

- Se segura! - Uma voz grave, estrondosa, e metálica irrompeu dos alto falantes.

- O quê? - Eu gritei histérica, quando um par de veículos - um caminhão prata e um carro preto - ambos Volvo - apareceram no retrovisor; perseguindo o meu carro!

- Mas o que que é aquilo? - Eu gritei ainda mais alto, quando das laterais de um dos caminhões surgiram enormes lançadores de mísseis, e o outro começou a se desfragmentar em inúmeros pedaços que serpenteando no ar logo juntaram-se formando um robô gigantesco, que dando um salto enorme... Arrebentou o chão, poucos metros atrás de nós!

Pude ver uma mão humanóide, e com garras metálicas; imensas que se abriam e já estavam quase tocando o teto do meu carro, quando...

Tudo ao meu redor se transformou num borrão azul, depois esverdeado, seguido dum clarão.
Mal assimilava o que via, quando tudo se tornou em trevas.

Decidi refletir sobre o desaparecimento de Etward no tal Torneio Tri-Fluxo, e voltei a abrir o livro nas páginas que se referiam àquele assunto.

- Ai meu Deus! - Eu concluí; sentindo de novo a dor daquele já tão bem repetidamente citado "buraco" no meu peito, enquanto andava pela sala cujas laterais davam para vários corredores e uma escada para o andar superior da mansão contemporânea. - Então foi por causa disso...
- Deve ter sido depois disso que ele foi...

- Transformado? - Alguém me interrompeu...
- Al-Alince! - Eu disse quase que perdendo o fôlego.

- Como? - Perguntei incrédula, pois todos os Bullen tinham desaparecido, junto com Etward. Lembro-me de que no dia em que ele me tuitou seu adeus, todos os perfis dos Bullen no Facebook também desapareceram quase que instantâneamente.

- Ella! - Minha cunhada surgiu gritando, euforicamente, mesmo seu semblante demonstrando que na verdade estava muito desapontada por me ver.

- Sou eu! - Respondi testando seus poderes telepáticos, enquanto atravessava a sala se aproximando de mim.

- Eu sei que é você! - Ela respondeu prontamente, frustrando quaisquer possibilidades de ela ser uma charlatã.

- Menina! - Disse surpresa com seu dom de ler mentes - Você é boa nisso!

- Eu sei. - Disse a convencida - mas... Então me diz uma coisa, por favor:

- O quê, Ella? - Alince questionou e eu perguntei aflita:

- Por que eu quase sempre tinha a sensação de que uma garota ruiva de longos cabelos cacheados com olhos carmim e usando um poncho surrado de pele branco, estava me observando de algum lugar?

- Ella, falamos disso depois, okay?

- Mas... - Respondi ressabiada, porém fui interrompida:

- Ella eu vim avisar você! - Alince disse saindo dum quarto, enquanto, enrolado numa toalha... Calientob também saia atrás dela.

- Me avisar? - Repliquei, - Do quê?

- Ella! Achei um post do Etward, dizendo que ligou pra você, mas alguém atendeu e disse que seu pai estava indo cuidar do seu casamento... - o semblante de Alince mudou ao ler o papel - um recado deixado na bancada que havia perto de telefone.

- Com o Blade? Ella - Alince me lançou um olhar desesperado - Esse cara caça vampiros. Etward tem certeza de que você se transformou numa caçadora de vampiros e foi para a Itália se juntar aos Monturi para destruir você, e toda a raça humana!

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ESTÃO GOSTANDO DOS MEUS LIVROS FEITOS COM TANTO CARINHO PARA VOCÊS? QUE TAL INVESTIR NESTE SONHO?