Cap. 3 - O COMEÇO... O MEIO... O FIM.

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PELA MANHÃ - DESDE QUE COMEÇEI A SONHAR COM UMA ESTRANHA PROCISSÃO DE PESSOAS VESTIDAS DE VERMELHO, ONDE ERA PRECISO EMPURRAR TODO O MUNDO PARA CHEGAR LOGO NUMA TORRE ONDE HAVIA UM RELÓGIO SEMPRE MARCANDO MEIO-DIA... EU ME SENTIA ABSOLUTAMENTE HORRÍVEL. Não tinha dormido bem.

Minha cabeça queimava, meu corpo arquejava, a boca se retorcia... Mas não entendia porque um dos braços também doía.

O sol, por sua vez, já adentrava pela janela do meu quarto, sob a forma de inúmeros raios que timidamente atravessavam uma fina cortina formada por uma garoa leve.

Não demorou muito para que eu saltasse rapidamente da cama, a fim de vislumbrar aquele fenômeno banhando a paisagem.

Mas... Como eu poderia estar acabando de acordar, se havia poucos instantes que eu... Estava indo para a casa de Jake?

Teria o tempo passado tão rápido a ponto de eu já estar em La Bush?

Por que eu quase sempre tinha a sensação de que uma garota ruiva de longos cabelos cacheados com olhos carmim e usando um poncho surrado de pele branco, estava me observando de algum lugar?

De repente...

- Cuidado! - Alguém gritou! Uma voz que invadiu minha mente despertando-me daquele inebriante e profundo torpor.

Lembro-me de nunca ter ouvido tantos efeitos sonoros de uma vez!

Gritos de humanos, metal retorcendo, carros batendo...

- Ai, meu Deus! - Gritei histérica pisando no freio o mais forte que pude, mas já era tarde demais!

Vindo sabe-se lá de onde...

Um negrão de dreds e olhos vermelhos - acho que estava muito nervoso quando... Caiu bem em cima do meu pára-brisa.
Sua camisa estava aberta então apenas apreciei enquanto aqueles gomos definidos realizavam em slowmotion, e um pequeno piercing no mamilo do avantajado peitoral direito riscava meu vidro!
- Aí... Seu filho da...
Não deu. Meus instintos primitivos e mulheris repararam em outra coisa, porque ele estava com a barguilha aberta e ainda escorregando pelo vidro da frente... Bem na minha cara!

- Gente... É enorme! Ah, mas o que te deu, Ella? Moço, você está bem? - Berrei histérica e recobrando a tensão adequada à situação, quando o ébano vampiresco inexplicavelmente atravessou meu carro e eu senti o violento impacto de seus longos cabelos e de alguma outra coisa volumosa chicoteando meu rosto.
- Moço?
- Meu Deus! - Me esgoelei - Socorro!

Segundos depois...

- Ah meu Deus! - Me esgoelei de novo olhando pelo retrovisor e lá estava ele...

Fechando a barguilha da calça, rasgando sua camisa com as mãos e saltando duma picape preta ladrilhada por dois sedans prateados, onde outros dois caras com o cabelo igual ao dele, porém brancos dirigiam em altíssima  velocidade.

Os braços daquele estranho e bem dotado desconhecido... subitamente transformaram-se em estranhos e enormes foices, talvez ganchos de metal prateado; que pelos cálculos que rapidamente fiz na calculadora de meu celular... Em poucos segundos seriam - e foram - cravados na traseira do meu carro, agora em alta velocidade.

- Droga! - Eu pensei, sussurrei, disse e gritei aterrorizada.

- Droga! - Eu pretendia ser transformada, não...

- Exterminada. - Eu disse escrevendo ferozmente enquanto... Bem atrás dele - que já vinha subindo até o vidro - os loiros de dreds sacavam metralhadoras enormes... Atirando numa carreta onde outro negão, mas este era careca - estava lutando contra um cara branco de terno preto.

Ambos se golpeavam como verdadeiros mestres de kung fu - que provavelmente são as únicas pessoas capazes de dar aqueles saltos em câmera lenta.

Surgindo uma ramificação; duma via expressa à minha direita... Uma garota vestida com uma roupa de couro preta e coladérrima; fugia usando uma Hornet e suas numerosas centenas de poderosas cilindradas... Para saltar da traseira dum caminhão-cegonha.

Eu ainda tentava dominar meu carro desgovernado quando ela passou por mim... Levando na garupa um cara que tinha um monte de molhos de chaves... E chaves de fenda amarrados na cintura.

De repente; carregando enormes toras de madeira... Um caminhão ainda maior cruzou a estrada atingindo a moto, e os dois fugitivos que ganhavam o asfalto à minha frente.

Colocando em pratica minhas lições de direção defensiva...

Freei.

Fiz o meu carro girar - Veloz e... Furiosamente; num ângulo de cento e oitenta graus conseguindo me livrar de meu algoz - possivelmente cibernético - Arremessando-o na direção da moto, que já deixava de existir.

Entretanto... Tive um mau pressentimento assim que vi o enorme veículo atingindo os três em cheio:

- Começaria ali um dantesco engarrafamento onde as toras se soltariam da carroçeria que também escaparia do caminhão, cujo condutor tentava - desesperadamente frear; para não ser atingido por um trem de passageiros, que logo cruzaria nosso caminho... Levando nossas vidas para alguma estação de ferrovia do além?

Era difícil escrever no meu diário tudo que estava acontecendo ali.

Eu já destrancava o pequeno cadeado de vinte e quatro quilates de prata do livro onde guardava meus segredos, quando um sedan preto bateu na traseira do meu carro.

- Vamos lá querida! - Gritava alguém, talvez um homem que com certeza era dono duma empostada voz hollywoodiana.

- Somos uma dupla... - Uma loira gritou eufórica. Sacando uma bazuca apontada para cima, na direção duma sombra imensa que de repente cobriu a estrada.

- Explosiva? - Eu gritei enquanto todos aqueles personagens de filmes de ação e seus carros usados para perseguições cinematográficas... Passavam por mim... Quase começando a arranhar o metal do meu carro cuja blindagem os fazia em pedaços... E eu lia - na lateral do trem que já se aproximava... O tipo de carga que este carregava.

Usando habilmente meus pés para finalmente assumir o controle do meu carro... Graciosa e sensualmente continuei desviando-me das toras que ainda saltitavam pela estrada atingindo dezenas dos carros que apareciam por toda a parte. - Lembro-me de ter conseguido escrever que aquele; definitivamente...

Não era um trem de carga.

- Carga humana... - Transparente. Translúcido! Ele surgiu.

- Pelo menos! - Sussurrou e depois repetiu.

Sua voz doce me sufocava enquanto via a alucinação que me fazia abrir meu teto solar estendendo os braços para o Romeu, que aguardava sua Julieta ao fim da estrada onde carros e toras de árvore agora dançavam ao som da Valsa da Premonição, uma bela obra que eu dançara naquela escola de balé, há muito desativada depois duma estranha síndrome epidêmica que se alastrou pelo local!

Depois que meu antigo colega de escola Games foi embora de lá... Algumas pessoas desenvolveram o estranho hábito de ficar mordendo a jugular umas das outras.

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ESTÃO GOSTANDO DOS MEUS LIVROS FEITOS COM TANTO CARINHO PARA VOCÊS? QUE TAL INVESTIR NESTE SONHO?

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[UDG/F1] RUA NOVA - A SAGA QUE MÚSCULOWhere stories live. Discover now