Cap. 4 - A UVA PASSA. E O TEMPO; TAMBÉM

155 66 76
                                    

- ELLA! POR QUE VOCÊ NÃO ENCERRA SEU EXPEDIENTE? - SUSSURROU A VOZ DE SPIKE, MEU AMIGO QUE SEMPRE QUIS SER MAIS DO QUE ISSO... E TAMBÉM PROPRIETÁRIO DA LOJA DE ARTIGOS PARA CAÇADORES DE LOBOS GIGANTES E OUTROS SERES VELOZES E FOTOSSENSIVELMENTE Brilhantes, onde eu trabalhava.

Felizmente... Não precisamos esconder as motos. Bastou colocá-las no galpão de...

REPETIÇÃO. Eu não sabia que diabos estava fazendo ali. Ainda não tinha chegado nessa parte onde eu reencontraria...

Calientob; fatal, total... Treze quilos, exata, e morenamente mais quente e musculoso?

Levantando motos de quase meia tonelada... Sozinho e sem esforço?

Só havia uma explicação absoluta e sobrenaturalmente normal para aquilo: Eu estava sonhando. Outra vez.

Um sonho... Dentro de um sonho.

- Em que nível já deveria estar a essa altura? - Perguntei enquanto os ruídos estrondosos daquele terrível engavetamento deixavam minha mente...

Indo, quem sabe, uma vez que ficavam cada vez mais distantes e abafados... Para algum lugar de meu misterioso e humanamente inacessível subconsciente.

Talvez aquilo tudo tenha sido parte dum terrível pesadelo, do qual eu finalmente teria a chance de acordar.

Eu já me esquecia dos carros e pessoas que eram atingidos pelas toras que caíram daquele caminhão; saltando e rolando pela estrada, num ritmo que até lembrava uma peça teatral - Talvez um esquema... Daquela mulher... Super famosa por andar de capa preta, e foice na mão.

Meus olhos finalmente se abriam, e eu ainda via apenas borrões que se moviam lentamente à minha frente.

Eu estava nalgum lugar, que ainda não conseguia ver, mas que, com certeza era muito, muito claro.

- A casa dos Bullen? - Pensei por um segundo, quando por fim... Recuperei minha consciência.

- Já é... Outono? - Perguntei incrédula enquanto via as animações de folhas amarelas e alaranjadas que caíam numa lagoa... Num aplicativo de previsão do tempo; no meu X Style!

Desiludida e inconformada, eu arrancava o mato seco duma enorme campina amarronzada pela vegetação morta, com as mãos.
Eu precisei parar logo com aquilo, uma vez que a minha mão, aquela onde fui mordida no pulso por Games, meu amigo com dentes grandes; e um rabo de cavalo daqueles... De quem quer sair do armário, mas não resiste a uma pele feminina, pálida, e humanamente frágil... Me deu um tremendo susto.

Talvez fosse aquele micro vestidinho super fashion, da grife Geyse Style que eu usava quando entrei na escola de balé onde estudava.

Mas voltando à minha mão... Fiquei assustada quando a vi, cheia de terra... E um pinheiro enorme... Arrancado pela raiz, já voando pelos ares.

- Ai! - Eu gritei. A dor do buraco.

Era terrível a sensação de estar novamente... No lugar onde sempre passava minhas tardes de aulas... Autoproclamadamente "vagas"...

Deitada.

Apenas... Deitada e... Nada mais do que deitada; aqui e ali com... Ele.

Falávamos de seu passado obscuro e misterioso. Relembrávamos o meu passado ensolarado e não tão chuvoso.

- Parece até um mistério da fé. - Ele (em minha lembrança... É claro. Por alguma razão literariamente desconhecida, eu ainda não podia pronunciar seu nome, a não ser em pensamentos) disse após ficarmos horas e horas olhando um para o outro, sem fazer absolutamente nada de... Interessante.

[UDG/F1] RUA NOVA - A SAGA QUE MÚSCULOWhere stories live. Discover now