Capítulo 21

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Nem notei o sol nascer, somente quando ouvi passos no corredor e descobri que de forma alguma Adam poderia me pegar ali. Eu pioraria tudo se isso acontecesse. Coloquei a pasta com todos os papéis onde estavam, alguns se encontravam marcados de lágrimas.

Minha cabeça doía e sentia meu rosto inchado. O sol começava a parecer forte atravessando a janela do escritório, ouvi uma porta se abrir. De início pensei que era alguém batendo na porta do escritório, mas era em alguma das portas vizinhas. Engatinhei até perto da porta do escritório e desliguei as luzes do cômodo. Consegui olhar pela frestinha da porta fechada, reconheci de imediato as pantufas pretas. Adam tinha acordado e já saído de seu quarto, vi os pés dele se encaminharem para a porta vizinha.

Ah não — pensei.

Ele estava batendo na porta do meu quarto, fiquei observando ele desistir ou voltar para seu quarto. Mas depois da terceira tentativa, vi ele desistir e as pantufas mudar de direção. Com o coração prestes a sair pela boca, corri em direção à mesa e me escondi debaixo dela. Rezei para que ele não tivesse que pegar nada nas gavetas de baixo.

Tive que me esforçar muito para ouvir a porta se abrir e o caminhar dele pelo escritório, meu coração batia mais alto que qualquer barulho.

Ouvi mais alguns ruídos e depois um grande silêncio. Eu esperava que ele já houvesse se retirado do escritório, me arrastei até ter a visão da porta. Ele já havia ido. Soltei o ar que não sabia estar prendendo. Levantei. Meu rosto queimava e ainda estava molhado pelas lágrimas. Caminhei sem fazer barulho me certificando que Adam já havia ido. Quando coloquei a mão na maçaneta na intenção de sair, olhei para trás para ver se havia largado alguma coisa.

Nesse momento, eu vi um quadro preto com várias fotos pregadas nele. Me aproximei e vi algumas fotos, de todos meus irmãos, da minha mãe, dos irmãos de Adam e outra foto da mulher ruiva, a que eu suspeitava ser mãe de Adam. Minha mãe e a suposta mãe dele eram conectadas por uma linha horizontal, e eu não sabia o que aquilo tudo significava. Não investiguei, eu tinha que sair dali. Porque eu tinha certeza que o quadro não estava ali quando entrei na noite passada, ele colocou ali quando entrou e eu soube que iria voltar.

Apressei em abrir a porta e atravessar o corredor para chegar ao meu quarto, foi quando o vi bem parado no fim do corredor.

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Adam olhava para mim e desviava para a porta escancarada do escritório escancarada. Pelo o meu desespero interior, sabia que eu mesma tinha me denunciado.

— Desculpa? — eu afirmei quase perguntando.

— Eu espero que não tenha se assustado — ele disse.

— Pelo o quê? — eu tentei soar calma.

— Pera aí, o quê você viu ali?

Eu pensei em contar sobre os documentos, e sobre como o achava um ser humano deplorável por ter concordado com isso tudo. Eu quis dizer que sabia de tudo, mas para dizer tudo aquilo eu teria que explicar como consegui as chaves e que passei a noite inteira lendo e relendo os documentos que me fizeram ser prisioneira.

Não consegui, não queria encrencar Olga ou uma das empregadas. E a verdade é que já haviam mentido demais para mim, tinha passado da hora de eu descobrir tudo por mim mesma. E então fiz o meu melhor sorriso forçado e disse:

— Eu vi o quadro, gostei da foto que pegou minha — eu disse.

Assim que falei, lancei uma piscadela para Adam, estalei os dedos e apontei para ele ainda sorrindo. Mais tarde percebi que não foi a minha melhor atuação.


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Eu e a FeraWhere stories live. Discover now