Capítulo 2

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Era o terceiro dia do festival quando ele veio falar comigo. Eu estava sentada sozinha perto do rio, cantando uma música. Estava tão plena e feliz.

As minhas amigas tinham ido para a tenda principal. Estavam extasiadas com a música, com os gatos, com a experiência de liberdade. Eu estava curtindo a liberdade de apenas ser. Me sentia tão grande, tão forte. Sabia que podia alcançar o que eu quisesse, que bastava sonhar!

Carlos chegou silenciosamente e sentou-se do meu lado. Seu olhar tímido e misterioso me encantara desde o primeiro dia em que os nossos olhos se cruzaram.

Olhamos um para o outro e sorrimos.

– Você parece estar tão feliz. Tão plena. – disse ele, suavemente, enquanto olhava para o rio.

– Sim, estou mesmo.

– O festival tem esse efeito na gente. Parece que podemos voar o mundo e realizar todos os nossos sonhos, não é mesmo? – ele falava pausadamente e não era de forma alguma invasivo.

Apesar de termos flertado abertamente durante esses dias ele não se insinuava para mim. Eu estava encantada, mas não queria demonstrar.

– De onde você é....? Parece tão diferente das meninas que estão aqui... – ele perguntou.

– Eu sou do mundo! – respondi, soltando uma gargalhada. Ele riu junto e continuou.

– Eu sou de Minas. Venho nesse festival há 8 anos. Amo muito estar em contato com a natureza, tocar as minhas músicas e sentir que, de alguma forma, posso contribuir para a mudança no mundo. – e sorriu novamente o seu sorriso apaixonante. – Meu nome é Carlos. E o seu?

– Katrina...

Conversamos por algumas horas ao lado daquele rio. Conversamos muitas outras vezes. Nos conhecendo, aos poucos, nos apaixonando. Eu me deixava levar pela poesia de suas palavras e pelo mistério do seu olhar.

Nos dias que passamos juntos abri completamente meu coração para ele. Mostrei quem eu era e quais eram meus sonhos e anseios. Me sentia segura, protegida, compreendida. Ele me dava uma atenção que eu jamais havia recebido. Suas palavras demonstravam o que parecia ser a grandiosidade do seu ser.

Meu ser romântico pulsava de alegria e criava divertidas sequências para a nossa história de amor, saídas de belos contos de fadas. Tinha encontrado o meu amor verdadeiro, eu tinha a certeza disso.

A primeira noite que dormimos juntos foi mágica. A lua cheia brilhava no céu. Suas mãos tocavam meu corpo com gentileza e doçura. Passamos a noite inteira acordados, nos amando, conversando. Era tão bom estar com ele que parecia que meu coração ia explodir de tanta felicidade.

Um dia, conversando com Maria, sobre a minha paixão fulminante ela me alertou:

– Vai devagar, mana... Apaixonar-se é muito bom, mas ele é uma página em branco, você ainda não sabe nada sobre ele.

– Mas eu sei, sim – respondi, quase ofendida. – E o mais importante, eu sinto! Eu sinto que é ele, Maria! Achei o meu príncipe! Ah... e estou nas nuvens! – disse, com um suspiro apaixonado.

Maria sorriu compassivamente.

– Você e esse seu coração bobo... – ela riu. – Só estou dizendo para ir com calma. Se é mesmo o seu príncipe, ele não vai fugir...

– Ele é sim... tenho a certeza disso. E ele fala.. nossa, Maria, se você pudesse ouvir as coisas lindas que ele me diz... – suspirei novamente.

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