Os estágios do luto que são narrados na história com certeza poderiam ser mais aprofundados, mas a história já começa com esse estágio mais avançado e então há a desconstrução daquele Michael. É gradual e ele vai percebendo aos poucos, acho que o foco nem era o luto em si, mas a evolução do Michael, a evolução dele em relação a si mesmo, se conhecer, se permitir. Espero que tenham entendido ou que eu tenha conseguido passar isso a vocês.

A vida do Luke, era a única certeza que eu tinha quando comecei a escrever a história, tive que modificar algumas coisas para caber ao que eu estava moldando, mas era a única coisa concreta. Na versão original no meu primeiro rascunho, haveria mais smuts também, mas acho que a narrativa, no meu ponto de vista, perderia o foco, e eu era (ainda sou) insegura com minha escrita de smuts.

A família do Luke era abusiva, tóxica e ele sofreu pra caramba e é incontestável. Talvez a única coisa que eu me arrependo de não deixar como na minha ideia original é isso, pois naquela primeira ideia minha, claro, não era legal, mas não era tão destrutivo. Porém, acho que se fosse diferente, a história também não havia chegado ao que ela chegou.

Luke teve uma evolução tão grande e até hoje me sinto tão orgulhosa dele e também de mim por ter conseguido. Ele passou por várias fases, até umas onde ele era bem mal humorado com o Mike ( algumas das vezes eu particularmente não gostei) mas evoluiu e cresceu, e, até vendo pelos comentários de todos, pude sentir quase como se houvesse uma troca de protagonismo na história. Onde o narrador ainda é o Mike, mas o foco é completamente no Luke, dando toda a razão ao que Michael falava sobre o Luke ser magnético no qual ele trazia todas as pessoas para sua atmosfera ( pois é, e não é que o Luke de Sinner não fala o mesmo do Mike de lá?).

Michael é uma borboleta, ele começou em um casulo, se odiando, se negando a viver, e ao decorrer do tempo, ele foi crescendo, evoluindo, e quando saiu do casulo, era simplesmente a coisa mais incrível que ele podia, se vestia da melhor versão dele mesmo, a versão que queria viver, que amava e não negava isso, que lutava por ele e por aqueles que amam, que se valoriza e aceitou como parte de sua família e filha também, a irmã do Luke.

Lilly é incrível e ela era a única certeza da vida do Luke que eu tinha antes mesmo de terminar de criar a vida dele. Fico feliz com a aceitação dela e de sua personalidade única. Entendo que no final ela não apareça e até mesmo seja narrado algumas atitudes ruins vindas dela. Porém ela viveu em um ambiente não saudável por muito tempo e as vezes essas coisas demoram a aparecer, os traumas. Não significa que ela não ama o irmão ou o Michael, mas ela também se sentiu ameaçada Assim que os bebês vieram, mesmo que Michael e Luke nunca fazendo diferença entre os filhos. Porque não era o fato das crianças estarem ali, e sim as inseguranças que são resultado dos anos vivendo em um lar abusivo como ela e Luke viviam.

Me orgulho do meu trabalho na história, mudaria algumas coisas da escrita e tudo, mas acho que a minha mensagem - mostrar o amor, e acima de tudo, o amor próprio, a perseverança, saber respeitar, lidar com as dificuldades do outro, valorizar quem realmente te ama, e acima de tudo, sua saúde mental tem que ser prioridade -, foi passada.

Metade do que eu planejei falar eu não falei e acho que falei merda mas enfim.

Meus personagens eram para ser o mais reais possíveis, Muke era um pseudônimo meu e de pessoas que eu convivo, Mike tem muito de mim quando lidei a primeira vez com a morte de alguém que eu amo, meu avô que perdi para o câncer, como também meu outro avô anos depois também para o câncer. Luke tem muito de mim do que eu vivi em 2017, o amor dos dois foi um desafio porque tem dias que eu acho que foi rápido demais, mas tem dias que acho que foi bom. Vai do critério de vocês concordar ou não comigo, mas verdade é que é nítida e pode ver como foi feita a construção dos sentimentos do Michael, como ele simplesmente se transformou, como cresceu ao decorrer da narrativa e como mudou para melhor. O mesmo do Luke, que começou a história confiante e aparentemente seguro, mas vimos a máscara cair e seu lado triste aparecer, vimos ele crescer e aprender a se amar, pela visão do Michael e acho que foi incrível, duas evoluções que me dão orgulho.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now