How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•

•4•

Eu espero que vocês entendam que o Mike tem traumas e que isso o atrapalha em tentar se relacionar e como a história é em primeira pessoa as vezes o que a mãe do Calum disser pode estar certo, porém, para uma pessoa com os problemas do Michael não é. Eu concordo com o Mike nesse quesito, mas essas coisas serão evidentes mais a frente. Então boa leitura. <3

****

- Tem certeza que está tudo bem? - A voz de Calum ecoava no quarto, mas eu ouvia como se ele estivesse bem longe.

     - Provavelmente não. - Ashton falava. Estava sentado ao meu lado enquanto eu estava deitado na minha cama. - Luke disse que ele estava em estado de choque. Como se algo o tivesse realmente assustado. - Eu não devia ter pressionado ele a tentar voltar a vida normal tão rápido. É bem obvio que ele não está bem ainda.

     - Cala a boca Ash. - Calum dizia bravo. - Isso não é coisa de se falar na frente dele assim.

     Me sentia como se meus pais estivessem brigando na minha frente e eu não podia fazer nada. Como uma criança indefesa. Eu odiava isso.

     Lá embaixo uma campainha tocava. Calum foi atender e logo eu ouço vozes altas lá embaixo. Ash olhava para mim claramente se culpando, mas não vejo motivo para nada disso. Ele disse algo, mas fui eu quem agiu como louco no meio de uma avenida em meio ao horário mais movimentado do dia.

     A voz de Calum estava mais próxima assim como a voz de outra pessoa. Ele discutia com Calum. Ele estava confuso e queria entender porque agi daquele jeito. Meu amigo não queria deixar que ele entrasse.

     Então meus olhos encontraram com os seus azuis e eu me sentei.  Luke estava assustado e sem fôlego. Passou em minha cabeça saber o motivo, mas depois eu preferi me manter calado.

     - Eu quero falar com ele. - Foi tudo o que o rapaz disse.

     Ash ainda estava relutante, mas me deixou sozinho com aquele rapaz que nos últimos dias anda presente demais na minha rotina.

     - Michael, eu queria saber o motivo de você ter agido daquele jeito. - Sua voz saiu baixa. Diferente de como estava na avenida. - Eu quase te atropelei. O que você pensou naquele momento?

     Meus olhos saíram de um ponto seguro no chão para em direção a seu olhar assustado.

     - Eu só não estou pronto ainda para seguir com minha vida. - Minha voz saiu rouca por conta do tempo que eu fiquei sem falar nada.

     - Explique. - Luke parecia mais compressivo.

     - Carros não me trazem boas lembranças. - Disse. - Quando eu estava ali, só me lembrei do porque eles não me trazem boas lembranças.

     - Seus pais? - Sua voz saiu baixa. Quase como se temesse que eu me quebrasse na sua frente.

     Fiz que sim.

     - Não entendo ainda porque fugiu de mim.

     - Luke, eu tenho traumas que ainda me perturbam todas as noites. - Eu não queria ter que explicar isso, mas ainda o fiz. - Carros me lembram de como tudo aconteceu e você me dizendo aquilo e tudo só piorou. Então eu fugi.

     - Você estava em pânico. - Ele afirmou. - Minha gritaria deve ter piorado tudo.

     - Porque não admite a si mesmo que eu sou um louco, que eu corri como loucos fazem em meio a uma crise e segue com a sua vida? - Minha voz saiu fria e dura. - Eu te garanto que vai te machucar menos. A culpa não foi sua. Eu vivo dando defeito. Seus gritos não mudaram nada.