- Vemos que o que eles mais fizeram depois foi fazer seu pai querer revirar da sepultura.

A lua não estava tão clara, na verdade ela estava nova ainda, ela só começaria a estar mais clara na outra semana. Porém não apagava as coisas boas que ali tinham, tudo o que eu carregava comigo de bom de lá.

- Eu nunca tive uma memória ruim aqui. - Disse. - E eu descobri que tudo o que aconteceu eram partes de uma história, ela não havia acabado, mesmo que eu acreditasse. Achava que o fato de ter tanta coisa ruim atrelada a boas estragaria tudo. Mas na verdade, apenas formaram uma manta de momentos diferentes de cada fase do homem que eu fui. Coisas que eu carrego comigo mas que não definem o que me torno ou vou me tornar. Estar aqui me lembra que começamos várias fases novas de nossas vidas e que foi incrível ter tido você em todas elas.

- Eu nunca te contei, mas foi aqui, na primeira vez que saímos que eu tive a certeza que gostava de você. - Ele disse baixinho. Nossas mãos unidas, ele vestido meu casaco e a cabeça deitada no meu ombro. - Sim, eu sei que gostei de você assim que te vi pela primeira vez, mas naquele dia, quando eu falava de mim mesmo que indiretamente, eu vi o quão incrível e forte você era. Você lutava contra você, as pessoas a sua volta, um problema de raiva e ainda fazia o que amava, mesmo que tudo tivesse acabado, você ainda buscava algo que o estabilizasse. Sabia discernir o que era o que você queria do que não era. Eu o admirei ali, confiei de falar dos meus medos sabendo que você não ia julgar, porque eu sempre soube que éramos parecidos.

- É, nós somos parecidos.

Ele sorriu e eu o puxei para mais perto de mim.

- Eu lembro que você ficava lindo a luz da lua, mesmo que parecesse tão distante. Me perguntei se um dia você veria o que eu via em você. Porque eu acredito em você, amor. Todos os dias, cada segundo. Acreditava mais em você do que em mim. Por isso acho que as coisas foram tão desastrosas.

- Eu acredito em você Sunshine. Acredito na sua força e no ser humano da alma linda que é. Você é forte, lutou para conseguir viver sua vida, isso é tão louvável. E eu acreditei, assim como acreditei em mim. - Segurei nossas mãos até meu peito. Ele batia tão forte que achei estar prestes a ter um ataque cardíaco. - Ele ainda bate por e para você, para nossa família. Todos os dias.

Seus olhos brilham contra a fraca luz da lua. Eu sabia que era por conta das lágrimas. Meus olhos também estavam iguais, eu sei que estavam.

- Eu o amo tanto, Michael Clifford. Obrigado por estar comigo, por me amar.

- Obrigado, Luke Clifford. Obrigado por aparecer naquela festa de merda do Josh e me infernizar por meses. Obrigado por acreditar em mim. Obrigado por me amar.

Eu o puxei para meu colo e o beijei. Tomei seus lábios passando todo o amor que eu tinha. Toda a gratidão e todos os sentimentos que eu sentia por ele. Porque éramos um só. Uma família, um casal, um sentimento mútuo. Éramos pedaços quebrados que se consertaram, aprenderam que primeiro devíamos nos amar para poder amar alguém, aprenderam a se inteirar e coexistem em harmonia, se amando e respeitando um ao outro.

O vento batia forte contra nossos corpos, mas não sentíamos quase nada. Tudo o que eu via ou sabia era ele e apenas ele. O meu namorado, esposo, melhor amigo, pai dos meus filhos. A pessoa que me tem e eu tenho. Meu peito transborda amor e gratidão. Meu coração batia cada vez mais forte por qualquer que fosse seu toque ou sua reação. Seus dedos passearam pelos meus ombros, seu corpo movendo contra o meu.

- Ainda não acabou. - Eu disse sem ar acariciando seus cachos. - Vá no bolso do meu casaco.

Ele franziu o cenho, mas o fez. Dava pra ver a confusão ao encontrar uma chave fora do meu chaveiro e um papel dobrado.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now