31

11.1K 526 165
                                    

POvs Caio

Cinco dias depois

A basicamente uma semana atrás, Lívia me pediu para ir ver seu pai, eu não dei autorização. Não foi por não confiar nela e achar que ela pode fugir, e sim porque o Carlos está morto, no dia que em que ele veio até a boca me entregar o dinheiro, eu o matei. Eu lhe disse que a Lívia não voltaria para casa, e então ele disse que me denunciaria a polícia, por sequestro e tráfico de drogas. Eu aceito ouvir muitas coisas, mas ameaça não está incluso nesta lista.

-PP?- chamei Pedro ao entrar na casa onze, que era onde deixamos as drogas

-Fala chefia- Pedro apareceu, saindo de dentro de um dos quartos

-a mercadoria chegou?- perguntei me sentando em um sofá velho que havia ali

-chegou ontem- ele pegou uma mala e a abriu, mostrando todos aqueles tijolos de maconha e cocaína

-tem certeza que o veio é confiável?- me referi ao cara que havia vindo deixar a mala

-confiável ou não, isso não importa, o mancha matou ele assim que deixou a favela- ele fechou novamente a mala e a jogou em um canto da sala

-boa muleque- dei risada

-como a Lívia tá?- ele perguntou, indo em direção a pia onde tinha uma laranja e uma faca, e então ele começou a descascar a fruta

-ta de boa, começou a comer direito, deixei até a prima da Monica ir fazer a unha dela- disse me lembrando da cena em que ela estava contante ao saber que iria fazer a unha- tava pensando em dar um celular pra ela, que que tu acha?

-acho daora a sua iniciativa- ele começa a morder a laranja- mas né, todo cuidado é pouco, não dá pra dar brecha, vai que você sai e essa louca liga pra polícia

Fiquei pensando nesta hipótese, mas de certa forma eu confio na Lívia, ela nunca deu nenhuma brecha. Acho que ela não faria isso comigo, poderia até dizer que, ela pode estar começando a gostar de mim

°°°

-Loirinha?- cheguei em casa, já era noite, entrei e encontrei Lívia sentada no chão da sala com um pacote de salgadinho

-Oi- ela sorri- como foi seu dia?

-o mesmo de sempre, enfim- me sentei no sofá- vamos na pracinha? Alguns amigos estão lá

-me chamando pra sair mais de uma vez na semana?- ela da risada- aceito, só deixa eu trocar de blusa

Ela se levantou e foi correndo até o quarto. Eu amo ela, talvez não tenha deixado claro o suficiente, eu amo essa menina, e vou fazer de tudo por ela.

-vamos- ela aparece novamente na sala com outra blusa e calçada os chinelos

-bora- disse me levantando

Caminhamos até a pracinha, viemos de pé, não gosto de tirar o carro da garagem por motivos bobos. Quando chegamos lá logo avistei César, Paulo, Mancha e PP, com algumas meninas e alguns vapores. Lívia logo foi em direção a Bruna que segurava Bernado.

-Oi Bru- ela disse sorrindo- oi bebezinho da tia- passa o dedo no queixo do menino

-saiu de casa Rapunzel- Vitor, um dos meus vapores disse, olhando em direção a Lívia

-melhor ficar calado né VT- eu disse e logo Lívia me olhou, como uma mãe que repreende o filho mal educado

Conversamos bastante, bebemos, mas Lívia não, ela simplesmente ficou a noite toda segurando o Bernardo, ela realmente gosta de Criança, já eu, não tenho um pingo de paciência. Ficamos um bom tempo ali, até que começou uma gritaria vinda de uma casa, logo um homem saiu segurando uma menina pelos cabelos.

-Caio...- Lívia segurou meu braço enquanto observava a cena

-VOCÊS ESTÃO VENDO ESSA VAGABUNDA?- o homem grita ainda segurando a menina- INFELIZMENTE ELA É MINHA FILHA- ele basicamente joga a menina no chão e ali ela fica- ELA SE DEITOU COM UM HOMEM CASADO, E DEPOIS DE TER LEVADO UMA SURRA DA MULHER DELE, VAI LEVAR OUTRO CACETE DE MIM

As pessoas observavam sem dizer uma palavra, algumas crianças param suas brincadeiras e observam também, meninas talvez da idade da Lívia dão risada da situação.

-faz alguma coisa Caio- Lívia diz irritada

-não, é filha dele, ele tem totalmente direito de bater nela- respondo olhando ainda para ele batendo na menina que está jogada no chão

-Eu não acredito nisso- ela continua- faz alguma coisa porra!- ela quase grita- se não eu mesma vou fazer- ela aperta mais meu braço

-as vezes você é tão chata- olho para ela- eu não tenho que me meter na vida de ninguém, muito menos você, Lívia, para com isso

-não!- como ela é teimosa- faz alguma coisa Caio, eu não vou ver ela apanhado- Ela entrega o bebê para a Bruna e sai andando em direção a discussão- PARA!- ela grita o homem para de bater na menina

-quer ser a próxima?- ele pergunta, obviamente está bêbado

-Olha aqui seu velho nojento- ela se aproxima mais- você não vai continuar batendo nela, ou eu vou mandar baterem em você

-você não vai lá?- César pergunta- sua mulher é mais louca que a minha

-É né- me levantei e fui até lá- ae meu bom, vai deixar a menina em paz ou eu vou dar um jeito em você- tirei a Glock da cintura e apontei para o homem

-vai fazer o que? Me matar?- ele me afronta- eu não tenho nada a perder, a única dignidade que eu tinha essa vagabunda me tirou- ele chuta mais uma vez a menina

-atira- a Lívia fala- atira nele Caio- ela me olha

-o que?- me sinto confuso- eu não vou fazer isso- assovio e PP se aproxima de mim- dá um jeito nesse velho antes que eu mate ele na frente de todo mundo

Amor De TraficanteWhere stories live. Discover now