Amor De Traficante

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Os dias se tornaram tediosos, eu não falo, com absolutamente ninguém, a dias não me atrevo a abrir minha boca. Minha está baseada na cama de lençóis brancos, e uma televisão que Caio trouxe para o quarto, há dias que como tudo o que vejo pela frente, e outros que não sinto fome, como hoje.

Me levantei a fui até a cozinha, Caio aparentemente não está em casa. Abro a geladeira e pego a jarra de suco, ponho um pouco em um copo e dou o primeiro gole, enfim escuto uma voz na sala

-Livia?- era Caio. Ele entra na cozinha e sorri de canto ao me ver- finalmente se levantou

Terminei de beber o suco e guardei a jarra novamente, e coloquei o copo na pia, ele observa cada movimento que eu faço. As vezes me pergunto se ele não tem o que fazer na rua, passa tanto tempo em casa, não parece que é um traficante.

-Se você não falar comigo eu vou lamber sua cara- ele disse, e eu quis rir

Sai da cozinha e voltei para o quarto, me deitei e fiquei olhando o céu pela janela, estou tão cansada disso tudo, eu só queria me sentir bem

°°°

Concluí que eu deveria tratar o Caio bem, muito bem, ao ponto dele confiar em mim e me deixar andar por aí sozinha, e então eu consigo ir embora.

Era noite, me levantei e me dirigi ao banheiro pra tomar banho, a água quente me fazia bem, e relaxava meus músculos. Me troquei e sai do banheiro, andei até a sala onde Caio estava arrumando o sofá para ele deitar. Respirei fundo

-Ei- rapidamente seu olhar se dirigiu a mim- quer dormir na cama?- meu coração batia forte

-não quero incomodar- ele volta a arrumar sua "cama"

-vamos logo, antes que eu mude de ideia- não conseguia olhar para ele, meu olhar sempre estava em outro ponto do cômodo

Ele pegou o travesseiro e veio em minha direção, rapidamente voltei ao quarto e me ajeitei na cama, então ele entrou, me virei para um lado e então ouvi ele sussurrar algo, quando olhei ele estava de joelhos no pé da cama, com o terço que carregava no pescoço em mãos. Não conhecia essa lado do traficante Caio, voltei a me ajeitar e então ele apagou a luz e se deitou. Meus olhos pesavam, o sono consumia meu corpo. Senti a respiração de Caio em meu pescoço, estava bem próximo, mas não me tocava.

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Acordei se manhã e passei a mão do outro lado da cama, Caio não estava mais ali, a noite parecia ter sido longa, conseguia ouvir seu coração batendo durante toda a noite, um som viciante