Amor De Traficante

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Acordei em um quarto branco, de hospital, talvez? Minha cabeça doía muito, e eu podia ouvir os bips dos aparelhos ao meu redor, na minha mão havia uma agulha que enviava soro ao meu organismo. Caio estava na minha frente, ali, mais branco do que nunca, estava com uma aparência de doente, de quem não come a dias. Me lembrei do que aconteceu, do porquê eu estava ali, do porquê da dor de cabeça

-desculpe- foi a única coisa que ele disse, ele não me olhava, talvez se sentisse culpado, eu não sei, não conheço esse homem. Nunca conheci

-Bom dia- uma enfermeira entra no quarto- você finalmente acordou- ela sorri- o senhor poderia nos deixar a sós? Vou trocar o curativo, não pode ser infectado- ela diz e Caio sai sem questionar

Ela mediu minha temperatura e minha pressão, e então começou a retirar o curativo que havia em minha testa

-sabe- ela começou dizendo- seu namorado disse que você caiu da escada, esses dias um rapaz trouxe a namorada dele que  também caiu da escada, três dias depois ela estava morta- ela me encarou- talvez você queira me contar como foi a sua queda

-Eu realmente cai- encarei meus pés, Deus me perdoe por mentir, mas não quero prejudicar ele, sei que sou muito burra- fui descer correndo, nada demais

-nada demais? Te deixou desacordada durante dois dias- ela termina o curativo e eu me sinto intrigada, como assim dois dias?- uma artéria rompeu, foi por pouco que isso não lhe causou mais complicações

°°°

Acordei ainda com sono, me sentia cansada. Olhei para a minha mão e vi que Caio a segurava, me livrei daquilo, ele dormia em uma cadeira ao lado da cama, não parece que a dois dias atrás ele estava me deixando nesse estado.

O médico me deixou em observação só por mais essa noite, eu poderia ter a oportunidade de me livrar dele nesse momento, seria só chamar uma enfermeira e avisar o que está acontecendo, mas, o que seria de mim depois disso? É fácil ele mandar os meninos do morro para me matar. Sinceramente ultimamente morrer não seria algo tão ruim para mim