10. by the light of dawn

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– Melissa, por favor! – Magnus me seguia pelo seu loft.

– Me deixa sair daqui, Magnus. – eu dizia em um tom frio.

– Você tem que ouvir Isab...

Isabelle? – eu terminava a frase por ele com um sorriso cínico. – Ouvir Isabelle? Ouvir o quê de Isabelle? Ouvir que ela nunca quis fazer aquilo e que é pra eu fingir que eu nunca vi aquilo?

Ele dava um passo pra trás. Provavelmente surpreso pelo meu tom de voz.

– Você sabia? – eu o perguntava.

– Oi? – ele fingia que não ouvia.

– Magnus, você sabia sobre Isabelle e Raphael? – o silêncio dele foi o suficiente pra mim. – Desde quando?

– Desde quando ela voltou das Irmãs de Ferro. – ele dizia com a cabeça baixa.

A única coisa que interrompeu aquele silêncio foi o alerta de ataque no meu celular. Rapidamente, sem nem antes conferir o que realmente era, comecei a juntar minhas coisas.

– Você realmente vai ir pra casa? – Magnus perguntava sem acreditar. Me virei para ele.

– Não tente conversar comigo como se você não tivesse me apunhalado pelas costas.

Ele ficou me olhando sem reação. Talvez fosse melhor daquela forma.

No caminho de volta para o Instituto eu senti como se algo tivesse me falando para ir atrás de Jace. Ter esse tipo de sentimento era algo comum entre nós, mas nunca tão forte assim.

Peguei meu celular e liguei para ele.

Melissa? Graças ao Anjo! – o jeito com que ele atendeu o celular me assustou. – Eu preciso que você vá direito para o Instituto. Valentim invadiu o prédio e está querendo ativar a Espada-Alma. Clary não pode chegar perto daquela Espada.

Meu cérebro tentava processar todas as informações. Valentim, Espada-Alma, Instituto, Clary. Era muita coisa pra uma noite só.

– Eu já estou à caminho.

Desliguei a chamada antes que ele pudesse falar algo. Aquela seria minha chance. A chance de acabar com Valentim. A chance de vê-lo sangrando até a morte.

  ✦  

Quando cheguei na porta da velha igreja, tudo parecia normal. Entrei normalmente mas apenas permitiram a minha entrada até a Central.

– Ora, ora, ora... – ouvi uma pessoa falando por trás de mim. – Uma Herondale.

Me virei devagar para a pessoa e vi Jane Lovelace, a irmã de Alphen. Ela estava visivelmente mutada.

Veias em seu rosto eram ressaltadas e verdes, seus braços também estavam na mesma situação. Sua runa do Ciclo ainda estava recém feita.

– Pelo visto você troca de lado muito rápido, uh? – eu respondia, jogando meu casaco pra um lado e pegando minha espada. – Aliás, como está Alphen? Morto?

Na menção de Alphen vi seu semblante mudar. Se antes ela estava com raiva de mim, agora ela, definitivamente, me odiava.

– Em coma. – ela dizia entre dentes.

– Que pena. – eu fingia estar triste. – Da próxima vez, se ele acordar, mande ele ser menos covarde.

Em uma questão de segundos, ela já vinha pra cima de mim com sua espada e dentes à mostra. Ela tinha uma mania muito estranha de morder as pessoas enquanto lutava. Já pude presenciar isso em um treinamento que fizemos juntas.

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