— E eu vou estar do seu lado o tempo inteiro.

Beijei o topo da sua cabeça e pude sentir pela reação do seu corpo que ele sorria. Não precisávamos de palavras para nós comunicarmos, ele sabia que eu estava grato.

Depois de uns segundos em silêncio, Luke toma a palavra novamente:

— Eu o vi. Meu pai. — Sua voz saiu baixa, machucada. — Eu sei que não devia, ele me machucou muito, mas ele ainda é o meu pai sabe. Não quero que ninguém passe por o que ele passe, nem mesmo ele.

Por um instante eu fiquei estático. Não tinha palavras para dizer a respeito. Claro que não julgaria ele, longe disso. Mas realmente não era algo que eu esperava.

— Não se culpe por vê-lo. — Disse gentilmente. — Você é uma pessoa boa e não tem de se sentir mal por ter empatia pelas pessoas, mesmo ela sendo o monstro do seu pai. Mas você foi lá falar o que com ele?

— Eu na verdade fui atrás de uma das minhas câmeras que acabamos esquecendo lá. Ele me viu e disse algumas coisas que eu pensei que me afetariam, mas não afetaram. Na verdade eu nem mesmo me ofendi. — Ele parecia orgulhoso. — Eu disse algumas coisas a respeito de ele ver que no fim se ele não fazer nada vai ficar sozinho e mesmo ele sendo meu pai, eu não iria o ajudar mais. Mas se ele quisesse, tinha uma outra chance, e então deixei um panfleto de uma clínica de tratamento e fui embora.

— E como se sentiu depois?

— Senti como se tivesse acabado de terminar um capítulo que se prolongou demais. Mas que tudo que aconteceu não me afeta mais. — Ele me olhou nos olhos. Pude notar como parecia aliviado e mais leve. — Acabou.

Nos abraçamos e o puxei para meu colo praticamente o embalando como um bebê. Luke deitou a cabeça no meu peito e logo sorriu como uma criança.

— Eu tenho muito orgulho de você, Luke. — Disse enquanto nos balançava. — Você é uma pessoa muito forte, você merece todo o amor do mundo.

— Você também, Mike. — Ele sorriu enquanto apertava a ponta do meu nariz. — Enfim, hoje começa definitivamente o primeiro dia das nossas novas vidas. Isso me soa tão... Libertador.

Assenti enquanto ele cantarolava uma música. Estávamos começando um capítulo novo de uma vida nova: Luke estava finalmente se libertando de tudo que o entristecia, eu estava entrando de cabeça no mundo adulto e pronto para enfrentar o desconhecido. 

— Você quer viajar comigo? — Perguntei. — Só nós dois dirigindo por aí e indo para qualquer lugar que quisermos. Temos as férias inteiras para fazer isso.

Ele parou de cantarolar por um tempo e me olhou curioso.

— Você hoje está cheio de ideias aleatórias. E eu gosto disso. — Senti o vento batendo seu cabelo contra meu rosto no momento em que ele virou para me olhar. — Eu aceito se você fizer um coisa primeiro.

— Que coisa?

Luke sorriu com o direito de aparecer as covinhas em seu rosto. O cabelo sendo jogado para vários os lado pelo vento, as mãos cobertas pelo meu casaco e a ponta do nariz vermelho por conta do vento frio.

— Eu notei que namoramos sem nem mesmo haver um pedido. Agora, estamos juntos de novo e com toda a certeza estamos namorando novamente. Não que eu me importe com títulos, mas eu acho engraçado como em momento algum tivemos problemas com isso.

— Você quer que eu te peça em namoro? — Perguntei confuso.

Ela balançou a cabeça sorrindo.

— Você não precisa pedir. — Eu franzi o cenho sem entender nada. — Porque eu já estou fazendo isso.

— Luke, mas o que ...

Ele cortou minha fala tampando minha boca com a mão e se ajeitando no meu colo. Uma perna de cada lado enlaçado minha cintura.

— Michael, você aceita, aqui e agora, no mesmo lugar que terminamos o nosso primeiro encontro....

— Não foi um encontro, você me perseguiu no parque até eu querer sair com você.

— Eu não disse que você poderia falar. — Luke bateu de leve no meu ombro. Eu dei de ombros. — Voltando ao que eu estava falando, Michael, você aceita namorar comigo?

— Achei que já estávamos namorando a muito tempo, mas sim Luke, eu aceito. — Forcei uma cara de desinteresse que logo foi quebrada com um sorriso.

Luke revirou os olhos e arrumava os cachos para eles não entrarem na sua boca. O vento estava mais forte assim como a maré. O cheiro de sal estava mais forte assim como a presença de Luke a minha volta. Ele parecia uma criança emburrada.

— Vem aqui, amor. — Puxei para um beijo. Seus lábios estavam levemente ressecados, mas ainda estavam macios. Apoiei uma das mãos na base de sua coluna enquanto sentia seus dedos puxarem os fios da minha nuca. Logo nos afastamos. — Então, você aceita viajar comigo sem rumo?

— Como se eu fosse um dia não querer estar com você. — Revirou os olhos. Eu beijei a ponta de seu nariz. — O lado bom é que você não vai ter como fugir da minha lente. Vou ter várias fotos zuadas suas.

Revirei os olhos enquanto ele sorria. Ficamos daquele jeito por um tempo. Eu passava a ponta do nariz em seu pescoço enquanto ele mordiscava meu ombro de propósito.

— Então namorado, o que quer fazer agora? — Perguntei.

Luke levantou o olhar, sorriu ladino e logo me beijou desejosamente enquanto se movia de forma totalmente provocativa no meu colo. Eu já tinha minha resposta.

— Quero fazer essa noite durar e parar o tempo por um instante.

Sorri para ele e logo estávamos nos beijando novamente. Acariciava suas pernas enquanto adentrava minha língua em sua boca e ele se movia impaciente no meu colo. Nossos corpos pedindo pela liberdade. Então o casaco foi tirado do seu corpo, assim como minha camisa e então a que ele usava por baixo do casaco.

Nem mesmo o vento da madrugada pôde atrapalhar o que estava acontecendo. A lua iluminando a noite e a praia, as ondas agora mais calmas quebrando contra as pedras enquanto eu sentia o sal na pele de Luke e o amava com as estrelas e o mar como testemunhas.

Naquele instante, o tempo poderia ser relativo, poderia não curar feridas, poderia correr por entre nossos dedos e ainda sim, eu estaria feliz.

O tempo pode não curar, mas o amor sim, viver também. Nada melhor do que viver.

O tempo pode correr por entre nossos dedos e esvair, mas a maneira como vivemos o agora, a forma que lidamos com aqueles que convivemos é que faz toda a diferença. A forma que aprendemos com nossos erros, a maneira como lidamos com a vida.

O tempo pode nos dar um espaço finito onde devemos usar da nossa maneira da melhor forma possível, mas cabe a nós torná-lo infinito, eterno no coração, eterno na lembrança. E naquela noite, tive a certeza de que era a primeira de muitas de nossas novas vidas juntos.

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O que acharam desse penúltimo capítulo? Porque eu acho que me perdi nele, mas enfim. Ele tá lindo não tá? Quase parece que é o último.

Então amores, perdão por não narrar a smut mas acho que se fizesse o capítulo ia ficar enorme e eu quase que narrei a smut mas acho que ficou bom assim.

Me fala como estão? Como se sentem? Eu tava com saudades

A resposta do Q&A vem a seguir e logo o último capítulo e o epílogo. Não acredito que meu bebê tá realmente no fim, eu tô escrevendo essa nota chorando. Obrigada por tudo mesmo.

Ah sim, eu vou fazer um agradecimento mas na verdade é uma explicação sobre algumas coisas da história, então vale a pena ler, não sei né.

Não vou prolongar mais, Obrigada vejo vocês na resposta do Q&A <3

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now