Diante de uma oportunidade inesperada de um estágio, Hortênsia viaja para a Arabia Saudita, um país que não inspira nenhuma confiança ou credibilidade a ela. Para piorar, seu novo tutor se mostra ranzinza e ignorante. Mas é questão tempo até ele, um...
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Capitulo Três.
Abdulmajeed.
Fisgo-a me lançando facas pelo olhar de vez em quando, está muito brava. Confesso que faço isso de propósito. De alguma maneira, é divertido irritá-la e me pego querendo fazer mais e mais. Muito incentivado, envio uma mensagem para um dos meus seguranças irem até em casa buscar meus dois bichinhos de estimação para passaram a tarde comigo aqui no escritório. Mal posso esperar para Genova conhece-los, zombo maleficamente. Olha em sua direção e dessa vez ela está bem concentrada na tradução. Hoje está modesta com um vestido negro com uma abertura até as panturrilhas e uma sandália baixa. Não sou muito de admirar cabelos ou rostos, mas confesso que as ondas castanhas dela parecem extremamente macias e cheirosas. Seu rosto, apesar da carranca, parece se livre de maquiagem ou qualquer coisa. Está rubro apenas pela raiva imagino.
Mas é bem melhor vê-la assim do que com a saia de ontem. Ver sua bunda tão apertadinha diversas vezes deixava meu amigo muito animado e de noite eu tive que dar um jeito nisso. Por culpa dela acabei trepando com a Mackenzie, pra ver se esquecia das suas bochechas redondinhas. No fim, não deu muito certo e a loira agora não para de me mandar mensagens. Por isso, além de ser divertido, vou brincar um pouco com ela hoje.
Trinta minutos depois, um dos meus seguranças chega com uma caixa de comprensados e outra de papelão comum, a dos objetos imagino. Genova está muito atenta aos movimentos do meu funcionário, seus olhos curiosos se ampliam quando ele retira os dois pra fora. Gidá e Taif vacilam sobre as pequenas patas, assim como Genova, os dois estão muito curiosos sobre o lugar onde estão. Olho-a agora e vejo que está apavorada. Espero meu segurança se retirar para brincar:
— Gidá, Taif. Esta é a refeição da qual lhes falei. — Os filhotes de leões reconhecem minha voz, suas orelhas se erguem e seus ambares pousam em mim. Tão pequenos e já tão bem domesticados. Do outro lado da sala, um grito feminino ecoa. Viro-me a tempo de vê-la subir na cadeira e por as duas mãos na boca, os olhos apavorados encaram os felinos.
Aos pulos, Taif corre até a cadeira de Genova e seu irmão, Gidá, vai ao seu encalço. Provavelmente eles estão pensando em brincar, mas Hortênsia pensa que eles vão devorá-la porque desata a gritar como uma louca. Não aguento a cena e gargalho alto. Meus filhotes não fariam isso, mas eu...Zombo mentalmente. Allah, eu herdei mesmo a depravação da minha família. Ainda estou rindo quando vejo ela prestes a chorar, os leões pulando para alcançar o tampo da cadeira. A coitadinha está mesmo apavorada.
— Chega meninos. — Falo, indo na direção deles. Em menos de um segundo estou ao lado dela, seguro um braço seu e ralho com os filhotes que entendem que é hora de caçar outra coisa pra brincar. Sei que logo estarão brigando entre eles, é o que mais fazem. De uma vez, puxo Genova para meu colo. Acho que ela ainda não está preparada para descer no chão.
