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Há segredos capazes de destruir vidas, famílias.

Se apaixonar pela mulher do pai era coisa pequena diante do que Harry e Louis haviam feito.

Quando Louis falou do ex-namorado, Harry se preparou para o que viria a seguir. Nada veio. O que o obrigava a confrontar a situação. Esperava que eles conseguissem passar por cima de tudo e esquecer o passado. Que Louis lidasse bem com a mudança. Talvez como presente de casamento Harry mudasse para perto de Gemma. Se a irmã ainda quisesse ter contato com os dois.

Não fora sua culpa. Amar alguém por 19 anos não é uma coisa simples. Ele não tinha alimentado essa paixão, ao contrário tinha fugido dela a vida inteira... Porém, nos últimos tempos havia descoberto que não podia se esconder para sempre. Os jantares na casa do pai, onde ele ficava babando por seu amado sob as barbas de seu próprio genitor e do próprio noivo.

Os absurdos que fazia para ter um momento com ele e finalmente à consumação do fato.

Antes de o noivo fugir, tiveram a maior de todas as brigas. Motivo? Enquanto fazia amor com o homem, não apenas fantasiara com outro, mas o chamara por seu nome.

Zayn se ofereceria para "encontrar o bandido do Nick". Não duvidava que este fosse capaz, porém o Styles diria que não. O amigo não entenderia sua atitude. Qualquer outra pessoa não entenderia, mas a sua culpa por nunca o ter amado inibia quaisquer represarias. No fundo desejava de todo o coração que seu ex-noivo fosse feliz. Como ele tentaria ser. Como ele conseguiria ser. Pois não deixaria nada nem ninguém atrapalhar sua felicidade.

Louis era sua vida. O único homem que teria para o resto de sua vida. Se Louis ainda o quisesse, após a inevitável conversa que teriam. Como ele receberia tudo aquilo? Como enfrentaria a situação? Só Deus poderia dizer. Percebia que o certo seria ter enfrentado tudo antes e só então lhe fazer promessas. Mas Harry não era racional quando estava perto de Louis. Nunca fora um cara puritano, mas nunca se envolvera com homem de outro. Não voluntariamente.

Fizeram amor madrugada adentro. Agora o de olhos azuis repousava em seus braços. Precisaria desse contato pele com pele para iniciar aquela conversa, mas o menor o surpreendeu ao se pronunciar:

— Eu estou pensando...

— Eu te amo. — Harry interrompeu o que ele ia dizer.

Louis congelou.

— Você não precisa falar nada disso. Eu já estou com você e vou ficar. Não precisa...

— Eu nunca disse isso a um homem. Não interrompa. É bom falar e sentir isso. Muito bom.

A resposta do menor foi um abraço tão apertado que o aqueceu e lhe deu coragem.

— Meu avô abandonou minha avó por uma garota vinte anos mais nova. Isso fez meu pai ficar super protetor em relação a ela. Ele ainda adolescente passou a tomar conta de tudo para que ela nunca se aborrecesse com nada. Quando ele casou continuou vivendo próximo. Quando ficou viúvo voltou para casa. Quando o vovô ficou doente ele teve que mudar para assumir as empresas. Eu tinha sete anos. Então meu pai me chamou e disse que tinha um trabalho muito importante para mim: tomar conta da vovó enquanto ele tivesse fora. E foi isso que eu fiz, fiquei com a vovó, sem reclamar... Porém quando eu tinha treze anos, conheci a "mulher da minha vida."

— Você já me contou sua história com a Rachael.

Louis tentou fugir do seu abraço.

— Não me interrompa Lou, por favor. —Harry pediu o abraçando mais forte. Percebia que o menor queria entender aonde ele queria chegar. — Logo você vai entender, prometo... Eu conheci a mulher da minha vida aos treze anos, ou era o que eu achava. Foi numa das férias que passei com o papai. Estava visitando o escritório das empresas e ela estava sentada atrás da mesa da secretária do papai. Foi paixão à primeira vista. Naquele ano eu falei com a vovó sobre a possibilidade de ir viver com o papai. Ela ficou verdadeiramente magoada. Eu fiquei triste, mas achei que eu teria outra chance.

Thirty Days With LouisWhere stories live. Discover now